Para Sempre Nossa História

Primeiro dia de aula

Era o ano de 2018, no mês de agosto, meu primeiro dia de aula do sexto semestre de medicina. Havia uma aluna nova, uma loira platinada que chamava muito a atenção, uma maquiagem impecável, com suas unhas compridas pontudas na cor rosa pink e seu iphone capinha rosa bebe, ela era toda patricinha, usava uma camiseta levis branca, calça jeans bem apertadinha e curta, tênis adidas branco, pulseira da pandora, vários brincos na orelha e piercing no nariz e língua. Ela sentava na fileira da frente na diagonal comigo e me olhava de uma forma que eu não conseguia entender, ela nem se quer tentava disfarçar. Eu não sabia se seu olhar era de interesse ou se ela achava que me conhecia. O primeiro dia de aula chegou ao fim e nos dias seguintes, os olhares se intensificavam. Era como se seu olhar procurasse o meu, e ela olhava fixamente nos meus olhos, com tanta naturalidade que parecia que eu nem estava ali.
Com o passar da semana, decidi procurar saber quem era essa menina, seu nome, de onde vinha. Me contaram que seu nome era Isabela e que provavelmente namorava. Descobri seu Instagram e comecei a stalkear sem que ela soubesse. Realmente encontrei uma foto dela com um rapaz.
Ao voltar para a faculdade, ela continuava me olhando da mesma forma e comecei a ficar confusa. Na sexta-feira, após a aula, parei no bar ao lado da faculdade com meus amigos e ficamos lá tomando cerveja e conversando. Quando eu menos esperava, quem aparece? Isso mesmo, Isabela! Ela foi sentar na mesa bem à frente de onde eu estava sentada, onde havia mais garotas ali, e ela estava acompanhada de uma garota que já estava lá quando ela chegou. A moça segurava a mão dela, marcando território. E Isabela continuava com sua mania de me encarar literalmente, mesmo estando acompanhada. E eu pensando, como isso funciona? No Instagram, ela tem uma foto com um cara e aqui no bar está com uma garota, e mesmo assim ela ainda tem a coragem de me encarar. Seus olhares começaram a me irritar, porque ela não fazia questão de disfarçar e nunca tinha nem me cumprimentado. Sua companheira já estava claramente irritada. No meio de toda essa confusão, uma colega de sala, já após algumas cervejas e também percebendo que Isabela estava me encarando, vira para mim e diz: "quero tanto beijar essa sua boca", eu até então achando que essa colega de classe era hetero. Incomodada com toda essa situação e sem entender nada, preferi ir para minha casa. Porque de certa forma Isabela já mexia comigo e eu não queria presenciar aquela cena. Foi muito engraçado ver a cara da Isabela percebendo que eu ia embora, sabe quando alguém não espera algo, foi exatamente essa cara que ela fez e pude perceber seu olhar me seguindo até que me perdesse de vista.