A tempestade que se aproxima
― Você não me quer como inimigo.
― Artur. Perdão pelo meu comportamento rude. ― Archie disse entre dentes, com raiva.
― Se você terminou sua cerveja, por favor, vá embora.
Moon e Ace observaram Archie e o grupo irem embora, sem querer. O cara alto e bronzeado deixou algumas notas no balcão.
― Pelo trabalho de fritar as batatas fritas. ― ele diz antes de sair.
Artur assentiu.
― Ace, vamos fechar o pub. Eu falo com Barlow mais tarde. ― ele então suspirou e olhou para eles. ― Há quanto tempo ele está se comportando assim?
― Desde... sempre. ― Moon respondeu e sentou-se em uma das muitas cadeiras vazias.
― O que te traz aqui, amigo? ― Ace perguntou.
― Preciso dos meus amigos esta noite.
Moon e Ace assentiram e sorriram.
Ace ficou parado por alguns segundos.
― Poxa, ser rico é bom, né... ― ele riu e tirou o avental. ― Vamos lá, então. A noite é uma criança.
Em poucos minutos, os três amigos estavam sentados do lado de fora da casa de Artur, perto da piscina.
O vento soprava suavemente, trazendo alguns fios do cabelo para o rosto do dynami . Ele não se moveu, no entanto, apenas olhando para o céu escuro, como se aquelas milhares de estrelas mortas pudessem iluminá-lo com as respostas de que ele precisava.
― Então, por que estamos aqui? ― Moon perguntou, quebrando o silêncio.
― Você não deveria estar com sua família, de volta à mansão? Ouvi dizer que seu irmão mais velho voltou... ― Ace comentou.
― O bom filho à casa torna. ― Artur ri secamente. ― Minha presença ali é... desnecessária. Ele é o filho perfeito, afinal.
― Não existe perfeição, Artur.
― Você ainda não conheceu Gray, né, Moon? ― Ace pergunta.
Moon balança a cabeça.
― É, foi o que achei... ― Ace engole sua cerveja.
― A perfeição não existe... ― Artur suspira. ― Diga isso aos meus pais... sempre que Gray vem aqui para visitar, ele é o centro das atenções. É como se eles não tivessem outros filhos. É como... o que quer que eu faça, nunca é o suficiente se comparado às maiores conquistas do meu irmão. Não consigo nem imaginar o que se passa na cabeça de Griffin em momentos como esses...
― Você tem ciúmes dele? ― Ace perguntou curiosamente.
― Ciúmes, huh? ― Artur cruzou os braços e inclinou a cabeça, pensando profundamente sobre seus sentimentos. ― Quando eu era mais jovem, eu achava que podia ser ciúmes. Mas não é. Eu não desejo ter a vida dele ou ser como ele... estou bem satisfeito com minha aparência e vida. E eu sei que meus pais me amam... eles amam todos nós.
― Então, o que você sente? O que é que, toda vez que seu irmão está por perto, você sai de casa e se isola? ― Ace pergunta friamente.
Artur não ficou bravo com ele. Ele não conseguia.
Ace era um grande amigo, mas não tinha jeito com palavras. Ele sempre era direto.
― Raiva. De todos eles por pensarem que Gray é um modelo a seguir... ele tem defeitos como todos os outros. Eu sou tão competente e bom quanto ele. Estou com raiva deles por me menosprezarem por ter nascido como um eido. Até Griffin, aquele idiota, é melhor.
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Fios do Destino - A escuridão interior
Ficção GeralEm um mundo de bruxas, lobos transformados em humanos e vampiros quase extintos, Moon Bexley é um vanik: uma classe de pessoas que está sendo caçada e temida há séculos. Aos trinta anos, morando por três anos na cidade de Berkshire com seu tio, ela...