• Capítulo 03 •

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A tempestade que se aproxima


― Você não me quer como inimigo.

― Artur. Perdão pelo meu comportamento rude. ― Archie disse entre dentes, com raiva.

― Se você terminou sua cerveja, por favor, vá embora.

Moon e Ace observaram Archie e o grupo irem embora, sem querer. O cara alto e bronzeado deixou algumas notas no balcão.

― Pelo trabalho de fritar as batatas fritas. ― ele diz antes de sair.

Artur assentiu.

― Ace, vamos fechar o pub. Eu falo com Barlow mais tarde. ― ele então suspirou e olhou para eles. ― Há quanto tempo ele está se comportando assim?

― Desde... sempre. ― Moon respondeu e sentou-se em uma das muitas cadeiras vazias.

― O que te traz aqui, amigo? ― Ace perguntou.

― Preciso dos meus amigos esta noite.

Moon e Ace assentiram e sorriram.

Ace ficou parado por alguns segundos.

― Poxa, ser rico é bom, né... ― ele riu e tirou o avental. ― Vamos lá, então. A noite é uma criança.

Em poucos minutos, os três amigos estavam sentados do lado de fora da casa de Artur, perto da piscina.

O vento soprava suavemente, trazendo alguns fios do cabelo para o rosto do dynami . Ele não se moveu, no entanto, apenas olhando para o céu escuro, como se aquelas milhares de estrelas mortas pudessem iluminá-lo com as respostas de que ele precisava.

― Então, por que estamos aqui? ― Moon perguntou, quebrando o silêncio.

― Você não deveria estar com sua família, de volta à mansão? Ouvi dizer que seu irmão mais velho voltou... ― Ace comentou.

― O bom filho à casa torna. ― Artur ri secamente. ― Minha presença ali é... desnecessária. Ele é o filho perfeito, afinal.

― Não existe perfeição, Artur.

― Você ainda não conheceu Gray, né, Moon? ― Ace pergunta.

Moon balança a cabeça.

― É, foi o que achei... ― Ace engole sua cerveja.

― A perfeição não existe... ― Artur suspira. ― Diga isso aos meus pais... sempre que Gray vem aqui para visitar, ele é o centro das atenções. É como se eles não tivessem outros filhos. É como... o que quer que eu faça, nunca é o suficiente se comparado às maiores conquistas do meu irmão. Não consigo nem imaginar o que se passa na cabeça de Griffin em momentos como esses...

― Você tem ciúmes dele? ― Ace perguntou curiosamente.

― Ciúmes, huh? ― Artur cruzou os braços e inclinou a cabeça, pensando profundamente sobre seus sentimentos. ― Quando eu era mais jovem, eu achava que podia ser ciúmes. Mas não é. Eu não desejo ter a vida dele ou ser como ele... estou bem satisfeito com minha aparência e vida. E eu sei que meus pais me amam... eles amam todos nós.

― Então, o que você sente? O que é que, toda vez que seu irmão está por perto, você sai de casa e se isola? ― Ace pergunta friamente.

Artur não ficou bravo com ele. Ele não conseguia.

Ace era um grande amigo, mas não tinha jeito com palavras. Ele sempre era direto.

― Raiva. De todos eles por pensarem que Gray é um modelo a seguir... ele tem defeitos como todos os outros. Eu sou tão competente e bom quanto ele. Estou com raiva deles por me menosprezarem por ter nascido como um eido. Até Griffin, aquele idiota, é melhor.

Fios do Destino - A escuridão interiorOnde histórias criam vida. Descubra agora