A valsa eterna

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Todos delisavam, esbranquiçados, sem expressões, pelo salão. Os pés não ousavam encostarem no piso antigo da mansão Clyer. 

Ao fundo, usando seu vestido festivo da passagem do Ano Celta, Eleine observava seus amigos dançando ao som da música melancólica que a banda tocava em um ritmo fúnebre. 

Todos os anos, durante a época do dia 31 de outubro, o baile da Mansão Clyer era bem frequentado por muitos aristocratas famosos e pessoas importantes da sociedade. Mas mesmo com todas aquelas pessoas a cercando, a Srta. Clyer sentia-se vazia como os espectros que rodopiavam no ar em uma valsa sem fim. 

Enquanto o relógio de ponteiro marcava cansativamente as onze horas da noite daquele dia, Clyer desejava de seu mortificado coração que seu amado Christian adentrasse seus umbrais para leva-la embora de seu limbo particular. Mas todas as vezes que lembrava de seu trágico fim em seu baile do Ano Novo Celta, Eleine enchia-se de raiva,acorrentando-se novamente naquela casa. Aquele salão cujo foi atirada da escadaria por seu amado Christian. 

Quando acordou, ouviu música clássica tocando ao longe, assim sentindo pessoas atravessando seu corpo transparente enquanto tentavam acertar os passos daquela dança. Quando percebeu, já era tarde. Viu Christian descendo as escadas as pressas, com suas joias em mãos. Mas quando ousou atravessar os umbrais da mansão, Eleine o agarrou, arrastando-o para aquele baile fantasma. 

Christian falecera ao olhar os profundo olhos negros de Elein, assim sendo aprisionado aquela repetição eterna de suas memórias. E todas as vezes que o dia 31 chegava, o baile onde Eleine foi morta começava, e faltando apenas alguns minutos para o fim do dia, Christian chegava pela porta, atravessava o salão, ia de encontro com Eleine e a matava. Matava-a todas as vezes que a forçava subir as escadas, declarava seu amor eterno e logo em seguida a atirava pelos degraus. Mas como sentença, Christian morria também. E antes do último badalar da meia-noite, os dois amantes dançavam sua última valsa, entregando-se aquele terror que assombrava a mansão Clyer.

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