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DESIDRATADA, EU TENTAVA me manter em pé, pois ao menos precisava encontrar um riacho, para saciar a minha sede com algo.
Após um tempo andando, comecei a sentir cada vez mais minhas pernas se enfraquecendo, já estava ciente de que ali era o meu fim. 30 minutos andando e nada de água, e inclusive, eu estava sem água há 1 dia.
Ainda sem desistir, continuo a procura de água, eu não poderia desistir tão fácil, deveria haver algum riacho por perto.
Depois de um tempo a andar, ouço passos muito, mas MUITO perto de mim.
Viro minha cabeça rapidamente para os lados, procurando alguma cabeça podre, quando sinto duas mãos – que provavelmente tinham o dobro das minhas – agarrarem meus ombros brutalmente. Em um ato repentino, me viro em um movimento rápido e finco minha faca na cabeça do andarilho, espirrando todo o sangue em meu rosto.
Limpo meu rosto com as mãos e tento continuar a minha jornada em busca de água.
Será que eu não sou muito nova para isso? Eu estou TENTANDO sobreviver a esse mundo, onde as pessoas lutam para não morrerem de fome e sede, a ponto de andarem quilômetros em busca de saciar suas necessidades. A diferença é que essas pessoas são, na maioria das vezes, adultas, e eu? Sou apenas uma criança. Não sei como consegui sobreviver a esse mundo cruel até agora. 1 ano sozinha, me virando para sobreviver, dormindo em cima de árvores..
Acordo dos meus pensamentos quando sinto tudo girando e girando. O calor excessivo, sede, fome, isso estava me fazendo pirar. Ando cambaleando desesperadamente, pois sabia que ali poderia ser meu fim. Quando ergo a minha cabeça, vejo um acampamento, porém não há tempo de pedir ajuda. Eu já estava caída no chão.
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Ouço vozes desconhecidas, no "fundo" da minha mente.
— Ela deve estar acordando – Ouço uma voz masculina dizendo, parecia ser um senhor.
Volto à consciência e vejo um senhor de idade me abanando com um jornal, ao lado dele há um coreano, do outro um homem de cabelo preto, uma mulher com franja, uma morena, e uma criança loira. Todos em volta de mim, me olhando curiosos. Confesso que me senti intimidada com todos aqueles olhares voltados à mim.
— Quem são vocês? – Pergunto confusa, tentando processar os acontecimentos.
— Eu sou o Dale – O senhor que estava me abanando diz — Esses são Glenn, Shane, Lori, Jacqui, e Sophia. – Ele sorri.
— Sou Arianna, prazer. – Abro um sorriso gentil.
— Está com sede? – Jacqui pergunta.
— Sim, estou. – Jacqui se levanta para buscar um copo d'água para mim.
— Aqui está. – Jacqui abre um sorriso gentil.
— Muito obrigada.
Tomo o copo inteiro em um gole, e então ela oferece mais um, e eu aceito.
— Ela já acordou? – Entra uma mulher de cabelos curtos grisalhos. Após me ver, ela me oferece um prato de comida com ervilhas, arroz, e um pouco de frango desfiado — Está com fome? Eu trouxe isso.. – A mulher me entrega o prato de comida, que estava com um ótimo cheiro.
— Obrigada.. – Me lembro que não sei o nome dela, então meio que a frase fica por ali mesmo.
— Carol. – A mulher abre um sorriso sem mostrar os dentes.
— Obrigada Carol – Dou ênfase no nome.
Após comer a comida – que por sinal estava maravilhosa – eu levo até a pia do trailer.
— Quem me encontrou? – Indago, me virando de volta para me sentar no sofá que antes eu estava. Todos voltam a olhar para mim.
— Sophia estava brincando, e então ela te encontrou desmaiada. Ela nos chamou.. Acho que você estava com desidratação. – Balanço a cabeça positivamente, em sinal de que entendi.
— Bom.. Obrigada por me ajudarem. – Eu respondo abrindo um sorriso sem mostrar os dentes. Todos sorriem para mim, dizendo coisas como: "não há de que" ou "nada!"
— Por que você não vem brincar comigo? – Sophia pergunta, sorrindo amarelo.
— Eu vou sim! – Digo. Saímos andando juntas pelo acampamento até chegar em um lago, onde ela me convidou para brincar de fazer bolo de lama.
Brincamos bastante, mas as vezes percebia alguns olhares de um garoto de olhos azuis com algumas sardas olhando para mim, eu estava quase indo lá perguntar o porquê de ficar me olhando tanto.
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