Antes de tudo queria falar que esse filme é meu protegido desde a infância, eu amava esse filme e amo até hoje. Decidi escrever essa história para dar voz a algo que talvez nos dias de hoje seria possível, mas que na época não foi. Trago a vocês um drama adolescente ambientado entre os anos de 2003/2006, se atentem a essa data.
Boa leitura!!!
Olivia Lennox P.O.V
Poucas foram as vezes que me senti perdida com relação aos meus sentimentos. Sempre fui focada, sempre soube meus limites e o que eu queria ou melhor, quem eu queria. Nos últimos meses, no entanto, todas as certezas que tinha sobre mim mudaram, dezessete anos de certezas jogados no lixo, tudo por causa de uma pessoa, Vaiola Hastings, desde que ela tinha fingido ser o Sebastian as coisas em mim tomaram outro curso, um caminho novo ao qual eu não tinha nem um conhecimento. Faziam exatos 6 meses que ela tinha entrado na minha vida e foi aí que toda a loucura começou. Se passando pelo irmão, Vaiola, aos poucos foi fazendo as paredes de autopreservação que me cercavam caírem por terra.
Quando tudo enfim foi revelado, eu me senti traída, apesar de todos, inclusive ela, falarem que meus sentimentos eram para com o irmão dela, eu sabia que não era. No momento em que beijei o verdadeiro Sebastian consciente de meus atos, eu sabia que não era por ele que eu havia me apaixonado. Ele não tinha a delicadeza, o olhar terno e o jeito atrapalhado do meu Sebastian. Sebastian não era ruim, ele era até certo ponto fofo, calmo e tinha músicas maravilhosas, mas não era o que me fazia feliz, não tinha aquela ansiedade gostosa para encontrá-lo ou beijá-lo. Ele percebeu antes de mim, tentamos por três meses manter uma relação, até que demos adeus um para o outro. Lembro até hoje o que ele me falou:
"Acho que você se apaixonou pela pessoa errada Olivia"
E foi assim que terminamos, ele era uma alma livre e suas letras falavam bem sobre isso, ele fazia sucesso nos palcos e na escola também, após nosso término engatou em relacionamentos com várias garotas, ao menos a imagem do antigo Sebastian garanhão permaneceu intacta. Ele era um garoto legal, ele só não era o meu garoto. Ele não tinha culpa a culpa era minha por ter me apaixonado por alguém que nunca existiu.
Acabei me apaixonando pelo Sebastian que desmaiava todas as vezes que tinha que dissecar algum animal, o Sebastian que queria mais que tudo jogar futebol e que acima de tudo não me tratou como um pedaço de carne. O único problema nisso tudo é que esse Sebastian não existia. O que existia era uma paixão maluca por alguém que eu não poderia ter sentimentos.
Como se não bastasse a loucura de sentimentos tão confusos, todas as vezes que encontrei Vaiola com Duke, senti meu coração errar a batida e meu humor mudar consideravelmente. Depois do baile de debutantes, os dois engataram em um namoro. A mãe de Viola estava nas nuvens, era como se finalmente ela estivesse sendo o que a mãe sempre quis, em alguns momentos impertinentes me permito pensar no quão contraditória Vaiola foi, era justamente caras como o Duke que ela falava para mim que eram repugnantes, caras que falam das meninas para os amigos. Duke era igual ao seu antigo namorado, tanto que brigaram em um parque por ela. Bem...eu também brigaria por ela.
Deixo um suspiro cansado escapar, eram esses pensamentos sobre Vaiola que vinham causando um rebuliço em mim. Não deveria pensar sobre ela dessa forma, na verdade em nem uma garota eu deveria pensar assim. Não sabia o que estava havendo comigo e isso me apavorava, pensar que em duas semanas voltaria a ver Viola Hastings com Duke me apavorava.
Narrador P.O.V
Ainda aturdida Olivia resolveu correr um pouco, ficar deitada em sua cama pensando sobre seus sentimentos só lhe deixava cada vez mais confusa e irritada. Não se dispôs a trocar sua roupa, permaneceu com a calça larguinha e moletom, o clima estava um pouco frio e as nuvens indicavam que logo choveria.
Por sua mãe está em reunião com as senhoras do clube e seu pai no trabalho ela trancou a porta e saiu. O bairro de classe média alta tinha uma quadra esportiva, além de dois belos parques que com o clima um pouco frio não continha ninguém. Quando estava correndo era o único momento em que realmente tinha paz de verdade, só existia ela e a extensa rua bem pavimentada, nada de Vaiola, Duke ou Sebastian.
Era apenas a garota de 17 anos, no último ano do ensino médio em uma escola de ótima qualidade.
Correu por 20 minutos sem pausas, mas infelizmente teve que parar para se proteger da chuva que começara a cair. Ficou escorada em uma estrutura próxima a quadra de esportes, enquanto a chuva caia os pensamentos de Olivia voltavam com todas as forças. A verdade era que Olivia tinha medo, ela tinha medo de que esse alvoroço todo significasse que ela nutria qualquer sentimento fora de amizade por Vaiola Hastings.
Apesar de que sentimentos por pessoas do mesmo sexo não fosse algo novo, para Olivia era novo. Casais homoafetivos não eram uma coisa discutida em sua casa ou em qualquer lugar que frequentava. O colégio tinha gays, mas eram pessoas quase que excluída de grupos sociais. Estávamos falando de um tempo em que uma garota teve que se passar pelo irmão para provar que poderia jogar futebol, o que espera de uma sociedade assim? Olivia não sabia, e esse era o motivo de seu medo.
Percebendo que a chuva não iria parar de tão cedo tomou a decisão de voltar no meio dela mesmo. Seus cabelos loiros ficaram encharcados em segundos o mesmo para sua roupa. Assim que chegou na porta de sua casa a abriu de forma rápida, estava ensopada, sua roupa molhada molhava o assoalho da sala, com toda certeza sua mãe lhe mataria caso não limpasse aquilo antes de sua chegada.
- Que ótimo, onde que eu estava com a droga da minha cabeça pra..
Parou de falar quando o soar do telefone se fez presente, ela não se deu ao trabalho de ir atender, de qualquer forma a ligação seria transferida para caixa de mensagem e iniciaria após o toque chato de chamada não atendida. Retirando a sua roupa de forma rápida em uma tentativa falha de não molhar mais nada, ela se encaminhou para a lavanderia colocando as peças de roupa na secadora. Quando retornou para a divisa entre a cozinha e a sala o telefone deu o bip iniciando a gravação da chamada.
Olívia permaneceu no aguardo da mensagem, estava preparando o pano de chão para passar no piso quando a voz de Vaiola sou enevoando seus sentidos.
"Hey, Olívia. Aqui é a Vaiola, sei que você deve tá se perguntando por que tô te ligando, já que não nos falamos tanto nos últimos...hã, três meses? Ah, não importa. Só queria te falar que consegui fazer minha matrícula no colégio eeee e adivinha?! Vamos ser colegas de quarto, isso não é incrível?!"
Um pequeno barulho de fundo atrapalhou a fala da garota, mas logo ela voltou a falar.
"Desculpe tenho que desligar, Duke chegou. Vamos vê um jogo estadual hoje, sei que você não é tão ligada nisso...bem, até daqui duas semanas Olívia, estou com saudades"
Ao fim da mensagem Olívia ainda estava na mesma posição, estava atônita, perdida com o pano na mão direita e o rodo na esquerda, além claro de está só de roupas íntimas no meio da sala. Uma risada estrangulada saiu por sua garganta.
- Ótimo, Vaiola vai estar lá o Sebastian, Duke e eu – em completa exasperação jogou o pano e o rodo no chão, tomou o caminho em direção a escadas indo direto para seu quarto. Aquele ponto a água no piso da sala era irrelevante, jogou-se na cama pressionando o travesseiro em seu rosto gritando em completa exasperação. – Eu só posso ter jogado pedra na cruz.
Notas da autora ✍️
Bom galera, espero que tenham gostado, quero deixar claro que tentarei manter toda a essência do filme dando uns toques ali e aqui. Agradeço sua visualização e caso tenha gostado de um Feedback maneiro. Desculpe qualquer erro.
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Poderia ser mais fácil (romance sáfico)
RomanceApós tudo ter sido esclarecido, as coisas tinham voltado ao normal para todos, menos para Olívia Lennox. [Romance adolescente sobre auto reconhecimento. Romance e muito drama.]