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Estou ficando louco.
Alex não precisa saber que estou ponderando sobre a nossa situação nesse exato momento em que a vejo dançar ao lado de Serena. Nunca. Se quer suspeitar. É uma maldita fraqueza não conseguir desviar a minha atenção dos quadris se movimentando com o ritmo da música espanhola, e não é bom que a sua cabecinha comece a perceber que tem o controle do jogo. Consegui levá-la para o meu apartamento e mais um pouco terei a sua confissão nas minhas mãos. Não posso arriscar perder tudo agora. Tenho uma mínima vantagem a tendo sob o mesmo teto.
Isso se ela facilitasse as coisas.
Estava saindo da loja quando o recepcionista me telefonou da sua gracinha da vez, e gostaria de entender como diabos pode se passar na sua cabeça que colocar fogo na cozinha foi a melhor maneira de resolução. Eu sei que ela é impulsiva. Sei que não costuma parar e analisar todas as opções viáveis, mas porra, era a sua vida. Alex não pensou que o fogo poderia ter se espalhado e ficado sem saída? Que os bombeiros poderiam não terem chegado a tempo?
Ou que tivesse atingido a fonte de gás e causado uma explosão de proporções maiores.
E puta merda, é melhor eu nem pensar nisso. Alexia claramente brinca com a sorte e isso vem me fazendo avaliar se seria uma boa deixá-la ficar em outro lugar. Em outro apartamento. Alexia querer se manter distante não é uma novidade, mas fazer o que fez só para conseguir sair de casa? Estou constantemente a tirando do sério, mas nunca pensei que ela fosse chegar tão longe.
Não se colocando em perigo.
Controla-la é mais do que um sonho distante. É impossível. E no segundo em que cogito a liberar do castigo de compartilharmos o mesmo teto, a hipótese cai por terra com a visão que estou vendo.
Seria uma burrice muito grande deixá-la sair de perto de mim.
Alex não pode ficar sem a minha supervisão nem por um minuto principalmente porque existe alguém a perseguindo. Não posso correr o risco de outro colocar as mãos nela. Infernizo os dias de Alexia, mas é mais fácil o oceano que banha as Ilhas Canárias secar do que eu fazer mal à essa mulher. A única coisa que preciso tomar cuidado, é que não pense que sou tão rendido por ela do que aparento ser.
E uma boa prova seria agora.
Só que mais uma vez ela está com as rédeas mesmo sem se dar conta. Alexia segura um drink enquanto dança ao som de Mi Gente, do J Balvin, e há diversas pessoas fazendo o mesmo que ela. A pista escura e dominada pela música. Luzes piscantes, mas discretas. O vestido azul-escuro marcava bem as curvas da garota que cresceu e se tornou uma mulher arisca, contendo uma abertura espetacular entre os seios que constantemente ameaça exibi-los conforme Alex dança.
Os cabelos longos e ondulados, e a joia que a presenteei antes de sairmos contrastando no brilho chamativo em seu pescoço. A forma que ela se move é um fator novo sendo processado. É novo vê-la passando a mão no próprio corpo e subindo para as mechas com uma puta lentidão de enlouquecer qualquer um. Por quanto tempo eu a tive longe? Não pode ter sido só quatro anos.
