Capítulo 25

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― Você deveria estar morto. Junghyn te matou! ― gritei e tentei me desvencilhar dos braços de Trent.

Marco riu do outro lado da mesa.

― Não. Junghyn atirou no ombro dele, e eu disse a Namjoon que tinha sido no coração, que ele estava morto. Eu estava prestes a perder aqueles rapazes depois de eu e o pai deles os termos ensinado toda nossa linha de trabalho. Não podia deixar isso acontecer. Então, vi a oportunidade para colocá-los onde eu queria que ficassem e agarrei-a com unhas e dentes.

Olhei para ele com nojo.

― Você fingiu que seu sobrinho estava morto só para poder controlar os irmãos e fazê-los trabalhar para você?

Marco sorriu.

― Genial, não é? Os irmãos Jeon são muito leais um ao outro. Desistiriam de qualquer coisa para manter um ao outro salvos, e ter a vida de Junghyn  nas minhas mãos me deu as vidas deles em troca. Eu sou dono daquela família.

Balancei a cabeça.

― Eles querem parar. Jungkook me disse que vai cortar os laços com você. 

Marco bufou.

― Sim, ele me disse também, mas não estou muito contente com a ideia de tê-los pulando do barco. Eles me fornecem um lucro substancial, e eu realmente gosto do meu dinheiro. Então, vou ter que conversar com eles sobre manter nossos contratos ao invés de terminá-los.

Comecei a ficar enjoado.

― Você não pode mais fazer com que trabalhem para você. Trent não está morto; você não tem mais nada para mantê-los na linha.

Marco riu para mim novamente.

― Isso foi uma ilusão; o que eu realmente usei foi a ameaça de matar o irmão deles, e ainda posso usá-la. A ameaça de matar você é nova, mas tenho certeza que vai se mostrar muito eficaz.

Ele era louco!

― Você não vai se safar dessa! ― afirmei.

Trent riu e puxou meu cabelo.

― Ele já se safou ― ele disse, dando um golpe na minha cabeça, fazendo a escuridão me consumir imediatamente.

***

Acordei quando alguém chamou o meu nome. 

Gemi, mas não respondi.

Estava com uma dor de cabeça matadora e só queria dormir até que ela desaparecesse. 

Mas a pessoa que me chamava não parecia disposta a deixar que isso acontecesse.

― O que foi? ― perguntei.

― Tae? Acorde, por favor.

Resmunguei enquanto piscava meus olhos para abri-los. Olhei ao meu redor e percebi que não estava no meu quarto.

Levantei-me e a terrível dor na minha nuca me preencheu por inteiro. Coloquei minha mão na ferida e senti um pouco de sangue, fresco e quente, ali.

Mas que merda!

― O que aconteceu?

Senti um braço envolvendo minha cintura e dei um pulo. 

Olhei para a pessoa que estava me segurando e quase me engasguei. Eu sabia que era Junghyn, mas seu rosto estava tão inchado e ferido que era difícil reconhecê-lo.

― Junghyn ― disse e coloquei meus braços ao redor dele. Ele gemeu, mas me abraçou forte com o braço que já estava na minha cintura. ― Você está bem? ― choraminguei enquanto o afastava de mim.

Ele assentiu com cabeça enquanto eu tirava o cabelo de seu rosto e beijava sua testa.

― Vai ficar tudo bem, eu prometo.

Ele me apertou de novo.

― Eu sei.

Olhei para ele, enquanto lágrimas caíam pelo meu rosto.

― Me desculpe por tudo que eu disse para você. Você ainda é um babaca, mas o que eu disse foi errado.

Junghyn riu, mas seu rosto inchado não permitiu que sorrisse.

― Cale a boca, Tae, você estava certo em tudo que disse. Só reagi daquela forma porque sabia que era verdade, e me odiei por isso. Nunca quis ser como meus pais, e todas as merdas que tenho feito provam que sou igual a eles.

Franzi o cenho ao olhar para ele.

― Não faço isso querendo partir corações. Na verdade não quero ter nada a ver com corações, mas algumas pessoas se apegam a mim. Juro que nunca quis magoar Hoseok. Sei que isso vai me fazer soar como um cafageste. Ou melhor, eu sou um cafajeste, mas só queria ficar com ele. Ele é diferente.

Dei uma olhada nele.

― Essa é a sua forma enigmática de dizer que gosta do Hoseok?

Junghyn deu de ombros, mas não respondeu.

Dei uma olhada no quarto e resmunguei.

― Não acredito que me apagaram.

― Nem me fale. Eles me deixaram assim depois de me apagar. Aqueles filhos da puta! ― Junghyn vociferou.

Balancei a cabeça e estremeci.

― Minha nuca está doendo e sangrando também.

Junghyn me virou de costas para ele e colocou as mãos gentilmente em minha nuca, inclinando minha cabeça para frente. 

Mexeu os dedos pelo meu cabelo e parou quando reclamei de dor.

― Não é um corte profundo e está começando a coagular. Já consigo ver o sangue seco.

Respirei fundo de alívio.

― Ainda bem.

― Quem te bateu? Marco? Vi o rosto dele antes de apagar.

Engoli em seco e virei-me para Junghyn.

― Não foi Marco, Junghyn... foi Trent.

― Trent... Trent Miles? ― Junghyn balbuciou.

Assenti com a cabeça.

― Ele não está morto. Marco disse que ele fingiu que estava para poder manter a ameaça de que iria te matar para seus irmãos. Ele mentiu para todos vocês, Junghyn.

Junghyn ficou olhando para mim por um momento e então virou a cabeça e olhou para o nada. Eu estava prestes a perguntar se ele estava bem quando disse:

― Por três anos e meio eu vi o rosto dele a cada noite quando ia dormir. Estava convencido de que ele vinha me assombrando pelo que fiz com ele, mas agora percebo que era coisa da minha cabeça.

Engoli em seco e disse:

― Agora você pode esquecer isso.

Junghyn assentiu com a cabeça e olhou para mim, assim que a porta do quarto foi aberta, e perguntou:

― Ele está mesmo vivo?

Uma risada vinda da porta fez com que olhássemos naquela direção. 

Ergui a cabeça quando o vi, enquanto Junghyn ficou apenas olhando boquiaberto. 

Trent sorriu para Junghyn e abriu os braços, dizendo:

― Estou mesmo vivo. Sentiu minha falta, parceiro?

JungkookOnde histórias criam vida. Descubra agora