― Você deveria estar morto. Junghyn te matou! ― gritei e tentei me desvencilhar dos braços de Trent.
Marco riu do outro lado da mesa.
― Não. Junghyn atirou no ombro dele, e eu disse a Namjoon que tinha sido no coração, que ele estava morto. Eu estava prestes a perder aqueles rapazes depois de eu e o pai deles os termos ensinado toda nossa linha de trabalho. Não podia deixar isso acontecer. Então, vi a oportunidade para colocá-los onde eu queria que ficassem e agarrei-a com unhas e dentes.
Olhei para ele com nojo.
― Você fingiu que seu sobrinho estava morto só para poder controlar os irmãos e fazê-los trabalhar para você?
Marco sorriu.
― Genial, não é? Os irmãos Jeon são muito leais um ao outro. Desistiriam de qualquer coisa para manter um ao outro salvos, e ter a vida de Junghyn nas minhas mãos me deu as vidas deles em troca. Eu sou dono daquela família.
Balancei a cabeça.
― Eles querem parar. Jungkook me disse que vai cortar os laços com você.
Marco bufou.
― Sim, ele me disse também, mas não estou muito contente com a ideia de tê-los pulando do barco. Eles me fornecem um lucro substancial, e eu realmente gosto do meu dinheiro. Então, vou ter que conversar com eles sobre manter nossos contratos ao invés de terminá-los.
Comecei a ficar enjoado.
― Você não pode mais fazer com que trabalhem para você. Trent não está morto; você não tem mais nada para mantê-los na linha.
Marco riu para mim novamente.
― Isso foi uma ilusão; o que eu realmente usei foi a ameaça de matar o irmão deles, e ainda posso usá-la. A ameaça de matar você é nova, mas tenho certeza que vai se mostrar muito eficaz.
Ele era louco!
― Você não vai se safar dessa! ― afirmei.
Trent riu e puxou meu cabelo.
― Ele já se safou ― ele disse, dando um golpe na minha cabeça, fazendo a escuridão me consumir imediatamente.
***
Acordei quando alguém chamou o meu nome.
Gemi, mas não respondi.
Estava com uma dor de cabeça matadora e só queria dormir até que ela desaparecesse.
Mas a pessoa que me chamava não parecia disposta a deixar que isso acontecesse.
― O que foi? ― perguntei.
― Tae? Acorde, por favor.
Resmunguei enquanto piscava meus olhos para abri-los. Olhei ao meu redor e percebi que não estava no meu quarto.
Levantei-me e a terrível dor na minha nuca me preencheu por inteiro. Coloquei minha mão na ferida e senti um pouco de sangue, fresco e quente, ali.
Mas que merda!
― O que aconteceu?
Senti um braço envolvendo minha cintura e dei um pulo.
Olhei para a pessoa que estava me segurando e quase me engasguei. Eu sabia que era Junghyn, mas seu rosto estava tão inchado e ferido que era difícil reconhecê-lo.
― Junghyn ― disse e coloquei meus braços ao redor dele. Ele gemeu, mas me abraçou forte com o braço que já estava na minha cintura. ― Você está bem? ― choraminguei enquanto o afastava de mim.
Ele assentiu com cabeça enquanto eu tirava o cabelo de seu rosto e beijava sua testa.
― Vai ficar tudo bem, eu prometo.
Ele me apertou de novo.
― Eu sei.
Olhei para ele, enquanto lágrimas caíam pelo meu rosto.
― Me desculpe por tudo que eu disse para você. Você ainda é um babaca, mas o que eu disse foi errado.
Junghyn riu, mas seu rosto inchado não permitiu que sorrisse.
― Cale a boca, Tae, você estava certo em tudo que disse. Só reagi daquela forma porque sabia que era verdade, e me odiei por isso. Nunca quis ser como meus pais, e todas as merdas que tenho feito provam que sou igual a eles.
Franzi o cenho ao olhar para ele.
― Não faço isso querendo partir corações. Na verdade não quero ter nada a ver com corações, mas algumas pessoas se apegam a mim. Juro que nunca quis magoar Hoseok. Sei que isso vai me fazer soar como um cafageste. Ou melhor, eu sou um cafajeste, mas só queria ficar com ele. Ele é diferente.
Dei uma olhada nele.
― Essa é a sua forma enigmática de dizer que gosta do Hoseok?
Junghyn deu de ombros, mas não respondeu.
Dei uma olhada no quarto e resmunguei.
― Não acredito que me apagaram.
― Nem me fale. Eles me deixaram assim depois de me apagar. Aqueles filhos da puta! ― Junghyn vociferou.
Balancei a cabeça e estremeci.
― Minha nuca está doendo e sangrando também.
Junghyn me virou de costas para ele e colocou as mãos gentilmente em minha nuca, inclinando minha cabeça para frente.
Mexeu os dedos pelo meu cabelo e parou quando reclamei de dor.
― Não é um corte profundo e está começando a coagular. Já consigo ver o sangue seco.
Respirei fundo de alívio.
― Ainda bem.
― Quem te bateu? Marco? Vi o rosto dele antes de apagar.
Engoli em seco e virei-me para Junghyn.
― Não foi Marco, Junghyn... foi Trent.
― Trent... Trent Miles? ― Junghyn balbuciou.
Assenti com a cabeça.
― Ele não está morto. Marco disse que ele fingiu que estava para poder manter a ameaça de que iria te matar para seus irmãos. Ele mentiu para todos vocês, Junghyn.
Junghyn ficou olhando para mim por um momento e então virou a cabeça e olhou para o nada. Eu estava prestes a perguntar se ele estava bem quando disse:
― Por três anos e meio eu vi o rosto dele a cada noite quando ia dormir. Estava convencido de que ele vinha me assombrando pelo que fiz com ele, mas agora percebo que era coisa da minha cabeça.
Engoli em seco e disse:
― Agora você pode esquecer isso.
Junghyn assentiu com a cabeça e olhou para mim, assim que a porta do quarto foi aberta, e perguntou:
― Ele está mesmo vivo?
Uma risada vinda da porta fez com que olhássemos naquela direção.
Ergui a cabeça quando o vi, enquanto Junghyn ficou apenas olhando boquiaberto.
Trent sorriu para Junghyn e abriu os braços, dizendo:
― Estou mesmo vivo. Sentiu minha falta, parceiro?
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Jungkook
RandomDepois de um acidente que matou seus pais, quando ainda era uma criança, Kim Taehyung escolheu se afastar das pessoas, em um esforço para se proteger de futuras mágoas. Se ele não se apegar, se não conversar ou tentar conhecê-las, elas a deixarão em...