o que faria se fosse culpado pela morte de seu irmão? o que faria se a única pessoa que lhe entendia fosse embora, estava perdido, uma criança sendo acusada de tal barbaridade foi o suficiente para que fugisse do local e tivesse sua liberdade em out...
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Os olhinhos dourados estavam concentrados no rosto do azulado, acariciando seus fios molhados por ter acabado de sair do banho de água quente, ainda com alguns requicios de lágrimas por ter chorado pela água quente contra a pele sensível do mais novo. Neteyam observava como o bebê que havia achado a horas atrás era a coisa mais linda que já tinha visto em toda sua vida, todas as vezes que olhava para aquelas íris carameladas, observando cada canto de seu rosto enquanto comia naquela mamadeira que a Tuk usava quando mais nova, tinha belas lembranças.
"Uuu" ele segurou a mamadeira com um mão para por a outra em sua bochecha, tocando na pele do rosto do Omaticaya que não deixou de sorrir.
Lembrava do lo'ak pequeno, só que mais quieto do que o filhote a sua frente, mal chorava e só ficava na dele, odiava beijos e abraços e até hoje ele era assim... Não havia falado com Aonung o dia todo e já estava de noite e se podia ouvir o som da chuva do lado de fora.
"As vezes você me lembra de mim mesmo." A voz baixa e grossa de seu pai é ouvida logo atrás dele. "Quando você e seus irmãos eram pequenos só poderia ficar ao lado e observando."
"Eu me lembro." Ele rir ainda com os olhos vidrados nós de ateyo. "Mamãe me disse que você segurava nossas mãos quando agente dormia e não queria largar mais."
O mais velho riu anasalado, se aproximando da cama onde o neto estava deitado, juntamente ao filho mais velho que parecia não querer prestar atenção em mais nada a sua volta.
"Já contaram pra mamãe?" Estava ansioso sobre a reação da mulher quando descobrisse sobre o filhote.
"Mesmo que ela seja uma mulher acostumada com a tecnologia, ela não sabia ligar o tablet, acabou que demorou mais ou menos uma hora para atender." Os dois não puderam segurar a risada alta, apenas de imaginar era algo engraçado.
"Não queria que ela soubesse, eu fiquei sabendo que ela quis vim pra cá sem ao menos ter terminado aquelas aulas que a Tuk quis participar, não queria fazer ela se preocupar."
Jake apertou o ombro do filho mais firme, fazendo ele dessa vez prestar atenção no seu pai.
"Ela não vai vim até o treinamento da Tuk acabar, ela disse que iria ligar pra você de manhã de manhã e que é melhor você atender e mostrar o ateyo." Deixou sua mão guiar até os cabelinhos fofinhos.
O mais novo tirou a mamadeira da boca, olhando para o adulto que sorriu ao ver os olhos brilharem em curiosidade para ele, como se estivesse querendo conhecer mais dele.
"Uuuu baba!" Neteyam arregalou os olhos e um sorriso maior se abriu nos seus lábios, era como se estivesse perguntando quem era com aquela vozinha fofa.
"É o vovô, meu amor"
"Bubu?"
Jake não se contentou em pegar o menor nos braços, se afastando do primogênito para deixar beijinhos nas bochechas cheias do pequeno, que soltava gargalhadas pelas cosquinhas que os beijos causavam nas. O mais novo não poderia ficar mais feliz com aquela imagem, lhe dava uma nostalgia tão boa.
