Quando a campainha tocou, me apressei a abrir a porta antes que alguém o fizesse, porque sabia bem quem era. Camila tinha acabado de mandar uma mensagem de texto avisando que estava entrando na rua onde eu morava. Assim, quando abri a porta e a encontrei ali, a única coisa que me deixou surpresa foi perceber que, sim, ela podia ficar ainda mais linda a cada dia.
— Bem vinda, pequena — murmurei enquanto puxava-a para um abraço, enterrando meu rosto na curva do seu pescoço.
Ouvi um suspiro brotando da sua boca enquanto Camila me abraçava de volta, envolvendo meu pescoço com seus braços delicados. Podia parecer exagero para algumas pessoas, mas o fato de não nos duas encontrarmos por quatro dias inteiros foi um tormento para nós. Alejandro tinha feito mais uma visita surpresa a Manhattan, mas dessa vez apenas para ver sua filha, e passou o final de semana com ela. Como eu sabia que os dois precisavam desse tempo juntos, me mantive afastado naqueles
dias, não encontrando Camila no sábado ou domingo. E na segunda feira bem cedo eu tinha viajado para São Francisco para a última reunião com meus advogados e de Diana. Só consegui voltar hoje pela manhã, quando Camila já
estava na aula. É óbvio que tinha odiado aquela viagem, mas tinha sido por um bom motivo. Agora estava oficialmente divorciada.— Senti sua falta — Camila murmurou sem se afastar.
Eu também tinha sentido a falta dela, é claro, mas preferi demostrar isso com um beijo, nem mesmo me preocupando com o fato de que ainda estávamos paradas à porta da minha casa.— Onde estão todos? — Camila perguntou quando interrompemos o beijo para buscar por ar.
— No jardim à sua espera.
— Só me diz que eles não exageraram muito na festa — ela pediu num tom angustiado.
A festa. Era aniversário de Camila hoje. Dezessete anos. Vinte a menos que meus trinta e sete. Mas isso estava longe de ter alguma importância para nós duas.
— Terá que ver por si mesma — falei com um sorriso, finalmente deixando-a entrar de vez e fechei a porta.
Uma careta apareceu no seu rosto, junto com aquele leverubor quando comecei a conduzi-la pela casa. Ao passar em frente a uma determinada porta, no entanto, uma ideia me ocorreu. Antes mesmo que pensasse melhor naquilo e no fato de que havia no mínimo cinquenta pessoas nos esperando no jardim com a festa feita para a garota ao meu lado, abri aquela porta e puxei Camila para dentro, nos trancando sozinhos ali.
— O quê...?
Nem mesmo a deixei terminar e já voltava a cobrir seus lábios, puxando seu corpo de encontro ao meu. Camila não perdeu tempo em corresponder, agarrando minha nuca com força. Obviamente meu corpo logo pedia por mais, reagindo àquele beijo com uma empolgação quase exagerada. Antes que Camila pudesse perceber o que estava fazendo, eu já a colocava sentada sobre uma pequena mesa às suas costas, deixando meu corpo entre suas pernas que imediatamente abriram para me receber. Apenas quando minhas mãos subiram por dentro do seu vestido preto, quase chegando à sua calcinha, foi que ela interrompeu o beijo, segurando meu rosto entre suas mãos.
— Nós não... podemos fazer isso aqui. — Sua voz saiu arfante, sua respiração tão acelerada quanto a minha.
— Podemos sim. Aqui nós podemos — retruquei de imediato, passando a beijá-la no pescoço quando ela desviou o rosto.
— Já viu onde estamos, pequena?
Apenas um segundo se passou antes que um pequeno “oh” escapasse dos seus lábios inchados pelo beijo.
— Esse é o nosso lugar — continuei num sussurro, sem interromper os beijos, enquanto minhas mãos vagavam pelo seu corpo, fazendo-a estremecerde novo e de novo.
— Foi nesse armário que demos nosso primeiro beijo,
lembra?— Uhum — Camila murmurou em resposta, voltando a infiltrar seus dedos na minha nuca, acariciando aquele ponto lentamente numa espécie de incentivo para não me deixar parar.
— Foi aqui que você me deixou dura pela primeira vez também. E, principalmente, foi aqui que eu percebi que minha vida nunca mais seria a mesma.
É claro que nós duas sabíamos que não poderíamos fazer o que queríamos naquele instante, mas isso não nos impediu de ficar uns bons quinze minutos ali dentro, fazendo nada mais que sentirmos uma a outra, seja com beijos, carícias ou olhares. Aqueles olhares que ela me dava que eram suficientes para me fazer perceber o quanto estávamos envolvidas uma pela outra. O quanto éramos dependentes uma da outra e, mais que tudo, o quanto nos sentíamos completas agora. Se um dia no passado alguém me dissesse que uma garota de dezessete anos mudaria minha vida daquela forma, eu certamente teria rido. Há alguns meses, achava que era feliz com a vida que levava, com meus filhos, o trabalho e o casamento confortável. Só agora é que percebia o quanto estava errada.
— Feliz aniversário, pequena — murmurei antes de beijá-la uma última
vez, para só então deixá-la descer da mesa e se recompor enquanto eu fazia o mesmo. Antes de sair daquele armário, dei uma última olhada ao redor, agradecendo mentalmente pelos “três minutos no paraíso” que há alguns meses tinha trazido o verdadeiro amor para a minha vida, na forma daquela pequena ao meu lado. Sim, de fato a brincadeira fazia jus ao nome.
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7 MINUTOS NO PARAÍSO G!P (continuação)
FanficEstarei dando continuação na adaptação deste livro, vi que a autora sumiu a meses e não aceito ficar sem um final dessa história.