A história de Noa:Despertar Além das Sombras

Capítulo 9: Laços de Manhã Ensolarada: O Encontro

Noa despertou na manhã de domingo, gradualmente emergindo dos abismos dos sonhos. Ele se espreguiçou e esfregou os olhos, sentindo a suave luz matinal inundar seu quarto. Com um bocejo, ele se levantou e caminhou até a janela, abrindo-a para saudar a brisa fresca e admirar o espetáculo do sol nascente. As cores douradas e alaranjadas pintavam o céu enquanto o sol se erguia no horizonte, prenunciando um novo dia.

Com passos suaves, ele se dirigiu a uma mesa próxima, onde seu diário descansava. Ao abrir o diário, um sorriso nostálgico surgiu em seu rosto, lembrando-se das histórias e reflexões que havia registrado ao longo dos anos. Seus olhos se fixaram na página em branco, e ele segurou a caneta, dando vida ao sonho que havia experimentado naquela noite.

Enquanto as palavras fluíam, Noa retratou vividamente o cenário mágico do lago estrelado e da enigmática garota de cabelos prateados. Porém, à medida que suas palavras se desdobravam sobre a garota, seu coração começou a bater mais rápido. Em meio às linhas, ele confessou a si mesmo: "Será que estou gostando dela?"

Ele balançou a cabeça, tentando afastar os sentimentos confusos. "Devo estar ficando louco," murmurou, olhando para suas palavras no papel. Ele sabia que o que tinha experimentado era impossível de ser real, pois ele e a garota habitavam mundos diferentes.

Continuando a escrever, Noa de repente foi atingido por uma memória, um vislumbre do primeiro encontro com o espelho que o levou a todas essas aventuras. A lembrança desse momento pareceu tão real que ele prendeu a respiração por um instante, como se estivesse revivendo aquele momento único.

No entanto, a sensação logo se desvaneceu, e ele encontrou-se encarando as palavras em seu diário. Fechando o livro com um suspiro, ele olhou para a luz do sol que inundava o quarto, aquecendo seu coração e dissipando suas dúvidas. Apesar de tudo ser um sonho, as emoções e reflexões eram genuínas, impulsionando-o a enfrentar o dia com uma nova resolução.

A sede o chamou, e Noa dirigiu-se à cozinha para pegar um copo de água. Seu celular tocou, interrompendo seus pensamentos. Ele caminhou até a mesa de centro da sala e pegou o celular.

Com curiosidade, atendeu a chamada.

Noa: Alô?

Desconhecido: Oi, irmão, sou eu, o Júlio.

Noa: Júlio! É você mesmo? - disse, surpreso.

Júlio: Sim, sou eu. Vem aqui em casa, quero falar algo pessoalmente.

Noa: Claro, irmão! Já estou indo! Chego aí em 20 minutos!

Júlio: OK, não demora, estou ansioso para te ver.

A ligação terminou abruptamente, deixando Noa meio chateado.

Enquanto se aproximava da porta de entrada, os raios do sol da manhã criavam um jogo de sombras que dançavam pelo chão de madeira. Seus passos ecoavam no corredor, criando uma sensação de expectativa. Foi então que algo capturou sua atenção: um envelope branco, impecavelmente dobrado, repousava no tapete felpudo, contrastando com a tonalidade escura do piso.

Curvando-se levemente, ele notou que o envelope tinha uma textura suave ao toque, e o selo de cera vermelha no canto superior direito denotava uma atenção meticulosa aos detalhes. Havia um leve aroma de lavanda emanando do papel, como se alguém tivesse cuidadosamente perfumado o conteúdo. Um lampejo de curiosidade o atingiu, mas com o relógio correndo implacavelmente, ele balançou a cabeça e decidiu que não era o momento de investigar. Guardando o envelope na memória, saiu apressado, mal percebendo que havia um intrigante mistério à sua espera.