capítulo 04

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JISUNG
point of view

Não aguento mais que julho seja ler tudo que o Minho deixou e que agora é tudo que não vamos mais ser, não nessa vida pelo menos.

Julho tem passado lento e cada dia dói mais, me isolei e não fiz nada além de chorar nos últimos dias. Fiquei ao lado de Minho no velório até o último minuto, viver 24 horas no modo automático nunca me machucou tanto quanto naquele dia.

Estou cansado de ter que responder que eu não sei o que o amor virá quando chega ao fim, como posso descobrir sendo que mesmo depois do fim, continuo ali e amando Minho com todas as minhas forças? Continuo preso no mês que consideravamos nosso, continuo preso na esperança de acordar e ser um pesadelo.

Lee tentou escolher cada palavra para não me machucar, mas só o fato de ter uma carta ali me esperando, me machucou.

— Jisung, abre a porta. — ouvi a voz de Minho no meio da noite novamente e me encolhi na cama.

— Vai embora. — eu sussurrei, com o nariz ardendo e a boca cheia.

— Você sabe que eu ainda estou aqui com você, 'né? Lembra dos lugares que dormimos juntos? Ainda estamos lá.

— Eu te disse que eu sentia tudo e agora...

— E eu te disse que eu não me sentia mal, eu só não sentia nada.

— Você me deixou sozinho, Minho.

— Não fui embora, eu só... deixei de existir.

— Não acha que isso é a mesma coisa? Não pensou em mim uma vez sequer antes de escolher o que iria fazer? O que iríamos sentir não contou pra você?

— Volta a viver, por favor.

— Julho agora é lembrar que foi eu quem ficou.

— Julho continua sendo lembrar do mês que nos conhecemos, começamos a nos gostar e viramos namorados. Eu vejo tudo, continuam preocupados com você.

— Eu não consigo mais passar nos lugares que apelidamos de endereços ocultos, por sua causa. Minho, te perder destruiu a minha vida.

— Não, você sempre soube que não poderia depender de mim para respirar. Eu sempre fui assim, nunca fui de um lugar só.

— Mas deveria ter sido, eu não aguento mais sem você. Por que fez isso?

— Sabia que se alguém estivesse aqui te acharia louco? — riu baixo. — Você está conversando com o nada.

— Então... é isso que você se tornou agora?

— Me deixa ir, prometo que na próxima vida seremos nós dois novamente. Eu preciso ir, não posso ficar aqui preso e sentindo dor e vendo você sofrer.

— Não quero te perder pra sempre, Minho. Por favor, você não pode voltar?

— Não dá, se julho sou eu agora, torne isso em algo bom. Prometo que vou estar com você até o fim.

Afundei meu rosto no travesseiro e abracei a camisa de Minho, odeio o fato de dormir com lembranças dele, porque não posso mais dormir ao lado dele.

babe, i wanna be a star ⭐ - minsungOnde histórias criam vida. Descubra agora