3. feiticeiro da áurea verde.

35 4 1
                                    

Hyunjin estava cansado. Estava procurando por aquela floresta imensa, sem um único rastro sequer que pudesse ajudá-lo a ter uma noção de onde seu irmão estava. Não tinha nada, apenas folhas, galhos e pedras, e algum animalzinho, de vez em quando. Passou a madrugada toda ali, e mesmo que não sentisse sono, seu corpo estava implorando por uma pausa.

Não sabia dizer que horas da madrugada era, mas, finalmente, achou algo que pudesse ser promissor: Uma casa no meio do nada. Quem era o doido — ou, os doidos — que morava naquela casa enorme, isolado no meio daquela floresta grande, densa e nada convidativa? Talvez, fosse algum ser místico, mas a estrutura da casa parecia muito com as casas humanas que já tinha visto na cidade. Dois andares, quase toda feita de madeira escura, e bem grande, até. Bom, isso não importava. O sol estava começando a subir, e o loirinho tratou de dar uma olhada nos arredores daquela construção.

Várias janelas, Hyunjin espiou por algumas delas e não viu nada mais do que uma casa comum. A porta estava, obviamente, trancada, e não tinha muito o que ele pudesse fazer sobre. Estava sentindo um cheiro muito, muito familiar vindo de dentro da casa. Era o cheiro do seu irmão. Agora, não o restava mais dúvidas de que o pirralho estava ali. Olhou em volta, e reparou numa árvore bem alta que chegava próximo de uma das janelas do segundo andar. Perfeito.

Com certa cautela, escalou o tronco alto e grande, e se apoiou em um dos galhos grossos que tinham no topo. Não era o lugar mais confortável e seguro do mundo, mas não tinha como ele cair. Se esticou um pouco e chegou até a janela.
Passou o olho pelo cômodo novo. Notou alguns livros, jarros com líquidos estranhos, muitas plantas em vasos por toda parte… e uma cela.

O cômodo estava meio escuro, Hyunjin cerrou os olhos e se aproximou mais da janela. Não tinha ninguém dentro daquela cela, mas um cheiro forte e familiar tomou conta de suas narinas. Hyunjin respirou bem fundo, não soube dizer se era de alívio ou de desespero/ódio por saber que aquele era o cheiro de Felix, e estava impregnado no cômodo inteiro, da casa de um humano! O que ele estava fazendo na casa de um humano?!  Ao que aparentava, ele não estava lá para atacá-lo, mas parecia o contrário. Como ele foi burro a esse ponto?!

Sem demorar um segundo sequer, Hyun desceu da árvore. Já tinha quase certeza de que tinha achado seu irmão, mas esperou ali mais alguns segundos, até ouvir alguém gritar algo em plena raiva. Era a voz de Felix. Agora, sua certeza era total. Hyunjin começou a correr de volta para a casa. Poderia muito bem resolver toda aquela situação sozinho, mas teve uma sensação muito ruim quando se aproximou daquela construção. Uma sensação quase que repelente, chegava a fazê-lo querer vomitar.

Aquela casa parecia protegida por algum tipo de magia fora de seu conhecimento, e ele não conseguiria lidar com isso. Não sozinho.

— Eu o achei.

Jeongin o olhou com um semblante assustado. Tinha acabado de chegar em casa e seu irmão chegou logo na sequência. Ambos tinham tanto a falar, mas se olharam por longos segundos sem dizer uma palavra.

— e cadê ele? — Jeong quebrou o silêncio.

— Trancado numa casa. Uma casa longe daqui — Hyun falava pausadamente por conta da respiração ofegante — Eu não consegui entrar na casa, porque acho que ela está protegida.

— Protegida?

— Por um feitiço, uma magia, mas não qualquer magia. Algo longe da nossa compreensão.

— Que? Está dizendo bobagens, Hyunjin.

— Eu sei o que vi e senti.

Jeongin encarou Hyunjin por um tempo, em completo silêncio, com os olhos cerrados, e mexendo nos próprios dedos. Ele puxou o ar para falar alguma coisa, mas pareceu desistir pouco antes de começar. Puxou uma cadeira que estava próximo de si e se sentou frente à mesa de madeira antiga e bem polida.

Vermelho e Verde do Teu Sangue (Chanlix)Onde histórias criam vida. Descubra agora