capítulo 21

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Josh

    -Quero ir com você... -Any pede me abraçando e tento me soltar de seu aperto.

    -Não, Any. Não quero que ele te veja, esse assunto será entre mim e ele. Como ele conseguiu chegar em nosso território tão rápido assim? -digo e ela rosna irritada.

    -Eu fui a primeira pessoa que viu ele, e eu fui até a cidade dele trazendo todo esse problema, eu tenho que estar nessa reunião também! Você sabe que eu posso ajudar! -ela pede desesperada e fecho os olhos enquanto decidia se levava ou não Any comigo para essa reunião.

    -Você pode ir, mas ficará perto de mim o tempo inteiro, não quero de jeito nenhum ele perto de você ou ao menos olhando para você, entendeu? -pergunto segurando seu braço e ela revira os olhos e solta um "tanto faz"

    Saímos do meu escritório e descemos as escadas até a sala, onde meu irmão já estava, encarando Chad como se fosse matá-lo a qualquer segundo.

    -O que está fazendo aqui? -pergunto assim que entro no local. Chad ergue a cabeça olhando para mim, mas logo abre um sorriso quando vê Any, fazendo tanto eu como meu lobo borbulhar de ódio.

    -Any... Quanto tempo! Você parece ter ficado mais bonita e mais forte desde a última vez que nos vimos! -ele se levanta e vai na direção de Any como se fosse abraçá-la. Empurro ela para trás de mim e solto um rugido avisando para que não chegue mais perto. -Calma cara, eu só queria abraçar minha querida amiga.

    -O que você quer aqui? -pergunto entre dentes enquanto sinto os dedos de Any se apertarem em minha camisa.

    -Eu soube que alguém fez uma visita a minha cidade, então eu gostaria de perguntar o que achou do local, aconchegante né? -diz debochado, e é quando perco minha compostura de vez. Solto Any de mim e vou para cima de Chad, o agarrando pelo pescoço e o prendendo na parede.

    -O. Que. Você. Quer? -pergunto, meus caninos a centímetros de arrancar sua pele.

    -Eu quero metade do seu território e metade de seus homens. -responde sem parecer assustado.

    -Nunca.

    -Então você sabe que será destruído. Sua própria companheira disse, é uma cidade contra uma aldeia, você pode simplesmente abrir mão de parte de seu território e de seus guerreiros para que assim nada de ruim aconteça. Não é assim tão difícil.

    -Meu povo nunca aceitaria ir para outro bando, ainda mais um feito só de lobos solitários. Porque quer fazer isso tudo? De onde você surgiu e porque quer todo esse poder?

    -Se você me soltar eu lhe responderei tudo. -solto seu pescoço e me afasto. Seus dedos vão até seu pescoço onde as marcas de minha mão estavam.

    -Eu já tive duas companheiras. A Lua me deu duas chances para ser feliz, mas nenhum delas deu certo. Minha primeira companheira, conheci quando eu tinha quinze anos, ficamos um ano juntos até ela ser expulsa do nosso bando por ter se negado a participar de uma luta que estava por vir. Meu antigo alfa achava que ela era uma traidora e a expulsou da alcateia. Tentei procurar por ela, falar com o Alfa que ela era a minha companheira, mas sabe o que ele disse? Lobos solitários não são mais dignos de amor, ele disse que assim que ela tinha saído do território mandou seus guerreiros irem matá-la. Sabe a dor que eu senti aos quinze anos ao descobrir que minha companheira foi morta? Que foi expulsa da alcateia por algo tão bobo!

    Depois, com dezenove anos eu encontrei uma outra garota, dessa vez era humana. Eu já não fazia parte mais da minha antiga alcateia, eu estava simplesmente viajando pelo mundo e tentando esquecer o fato de que eu era um lobisomem. Assim que encontrei ela eu percebi que a Lua tinha me dado uma segunda chance para ser feliz com uma companheira. Com seis meses que estávamos juntos resolvemos viajar aqui para o Alasca, ver como era o inverno aqui, se era tão gelado como todos diziam ser. Ficamos ao sul onde não era tão frio assim, eu planejava contar para ela que eu era um lobisomem e que ela era minha companheira, mas teve uma manhã que ela saiu mais cedo e foi na padaria do outro lado da rua para comprar algo para que tomássemos café da manhã. Estava começando estranhar o fato de ela estar demorando tanto para voltar, liguei para o celular dela mas sempre caía na caixa de mensagens. Foi quando resolvi sair do hotel e percebi uma comoção na calçada, ao lado da floresta. Quando eu cheguei para ver o que estava acontecendo, eu podia ver minha companheira estirada no chão, já morta. Ela estava coberta de sangue e sua barriga estava aberta, estava óbvio para mim que aquilo tinha sido ataque de um lobo.

    Fiquei dias naquela cidade, procurando pistas sobre tudo o que aconteceu. Eu só fui embora quando tive que ir para o enterro dela, e depois voltei para o Alasca, mas uma coisa que eu não tinha percebido, e que só percebi depois que vi seu corpo deitado no caixão. O cabelo dela estava com vários pelos brancos. Eu sabia que aquilo também era pelo de lobisomem. Fiz então uma pesquisa e vi que as únicas alcateias que tinham pelagem branca no Alasca eram as que ficavam ao norte, mas para a minha surpresa, um alfa havia destruído duas dessas três alcateias. Eu queria me vingar de qualquer maneira, sendo a culpa de vocês ou não. Mas eu sabia que não podia fazer isso sozinho, por isso, em honra da minha primeira companheira, e para vingar a minha segunda, eu comecei a montar minha própria alcateia, resgatando lobos que foram expulsos de seus bandos. Consegui achar um cidade que estava meio abandonada ao sul, e lá montei tudo o que precisava.

    -Porque então não nos mata simplesmente? Porque não nos ataca? Para que quer parte do meu bando e do meu território? -pergunto depois de escutar toda a história. Olho para trás e vejo Any encarando o chão com a testa franzida, ela estava pensando em algo, tentando juntar todas as peças e ver se tudo fazia sentindo ou se ele estava mentindo para gente.

    -Porque quando eu vi Any pela primeira vez na floresta... Ela me lembrou tanto minha primeira companheira. Eu só não destruo toda sua alcateia porque ainda tenho um respeito por Any, mas isso não quer dizer que não matarei todos caso você não colabore.

    A cozinha havia caído em um silêncio, sinto meu irmão se aproximando atrás de mim e tocando meu ombro.

    -Porque a companheira do meu irmão está sendo perseguida também?

    -Eu avisei para meu bando, para que qualquer um que viesse aqui para o norte, tentasse assustar todos próximos de você. Assim eles não se sentiriam seguros com você no comando, e quando percebessem que uma nova alcateia está surgindo no Alasca, eles viriam para mim.

    -Isso nunca funcionaria. -Any fala e Chad a encara com um sorriso.

    -Nunca se sabe... O que está passando por sua mente agora, Any? Eu soube que você meio que é a mente deste lugar, acha que eu estou mentindo sobre tudo o que eu disse? -ele pergunta cruzando os braços. Olho para Any e vejo ela morder o lábio, eu quase podia perceber fumaça saindo de sua cabeça enquanto ela pensava.

    -Você pode não estar mentindo sobre a história de suas companheiras... Mas eu duvido que você iria simplesmente aceitar pegar parte de nosso território. No que isso ajudaria em sua vingança? Você iria se afastar por alguns anos nos fazendo pensar que nunca mais voltaria, e assim que estivesse mais forte você viria novamente e arrancaria tudo de nós.

    -Touché. Que menina inteligente. Eu juro que queria ficar por mais tempo e conversar com vocês... Mas eu tenho uma cidade para comandar. E sobre você, Alfa Joahua Beauchamp, você tem quinze dias para decidir sobre minha oferta, se passar disso, temo que teremos um conflito.

    Puxo Any para meu lado e olho para meu irmão, ele sorri para mim e respiro fundo olhando para Chad.

    -Então acho que teremos um conflito. Meu território e meu povo continuará sendo meu. -digo firmemente e Chad estala o pescoço.

    -Ótimo. Então teremos quinze dias de preparo para uma guerra. Vamos ver quem realmente é dono do Alasca.

    E com isso, Chad sai da casa, deixando eu, meu irmão e Any tensos.

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  Oq será q vai acontecer em? Quero saber a opinião de vcs.

Beijinhos😘

My alphaOnde histórias criam vida. Descubra agora