25

1.2K 69 16
                                    

📄TATE

— O que você acha de seda clássica? — Nailea perguntou enrolando o tecido dourado em volta do próprio corpo.

— Noivas não deveriam usar branco? — franzi a testa.

— Céus! — rolou os olhos. — Se eu pudesse faria o mundo mudar esse padrão. Sério, eu sou muito tradicional e vintage, mas casamento deveria ser inovação. Acredite, branco não está na paleta de cores de todo mundo.

— Não? Mas é uma cor neutra igual ao preto.

— Preto não é neutro. — riu. — Muita gente fica envelhecida usando essa cor.

— Eu acho que a sua cliente vai preferir manter a tradição, mas... — peguei um lápis amarelo e comecei a pintar sobre o desenho do modelo de vestido que ela iria fazer. — Você pode colocar alguns detalhes. — virei para mostrar a ela.

— Eu amo ter uma amiga que também entende de desenhos. — ela disse com um ar de aprovação. — E o seu vestido? Como seria?

Encostei-me contra o sofá e levei a xícara de chá que segurava até a boca, dando um gole enquanto pensava.

— Eu não gosto de nada chamativo, mas também não iria querer que fosse sem graça. — detalhei. — Tem que ser bonito, memorável, delicado e confortável.

— Ah, eu posso imaginar. — pegou um dos tecidos brancos de uma das pilhas espalhadas pelo apartamento. — Casca de ovo! — ela disse ao encontrar o que estava procurando e depois veio até mim, colocando-o contra a pele do meu ombro. — Perfeito! Eu poderia costurá-lo no seu corpo no estilo Marilyn Monroe.

— Eu não vou me casar ainda. Vinnie não fez um pedido.

— Você está grávida, isso acontecerá em breve.

— Não quero ser pedida em casamento só porque estou grávida. Quero que ele peça quando achar que é o momento certo, independente de termos um filho.

— Mas já ia acontecer, certo? — pareceu confusa. — O bebê só adiantará as coisas.

— E esse é o problema.

Nailea franziu ainda mais a testa como se estivesse tentando decifrar algum enigma difícil, logo depois ela sacudiu a cabeça e relaxou a expressão.

— E é por isso que eu não quero um relacionamento sério. — ela disse. — Mas então, vamos começar, minha cobaia. — apontou pra o centro da sala onde eu deveria ficar.

Ela me chamou ali para servir como um manequim humano de um vestido de noiva que estava fabricando. É claro que ela tinha diversos manequins convencionais, mas disse que um corpo de verdade é bem diferente e que o fato de existirem movimentos mostra a real qualidade do que está sendo feito. Como a cliente tem medidas parecidas com as minhas, foi perfeito que eu estivesse ali.

A parte de baixo da saia do vestido já estava pronta e ela só tinha que escolher o tecido principal para forrá-la. A cliente deixou algumas opções em aberto, mas a escolha final seria totalmente da Nailea que, cá entre nós, é uma das pessoas mais indecisas que eu já conheci.

De repente ela resolveu tentar o modelo sereia e começou a enfiar alfinetes nas laterais do tecido, o ajustando ao meu corpo. O vestido estava sem detalhes, era completamente liso com uma calda atrás e costas nuas sem qualquer decote na frente.

— Eu ainda vou acrescentar mais. — ela disse como se estivesse explicando o motivo de parecer tão simples. — Eu só preciso visualizar.

Ela pegou um espelho grande e o posicionou na minha frente para que eu pudesse ver.

Save Me ᵛᶦⁿⁿᶦᵉ ʰᵃᶜᵏᵉʳOnde histórias criam vida. Descubra agora