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📄VINNIE

Fiquei completamente frustrado depois que a Tate saiu do meu apartamento. Eu senti o instinto primitivo de puxá-la pelo braço e implorar para que ela pensasse nessa loucura comigo, mas aí eu firmei os meus pés no chão e deixei que ela fosse embora como queria.

Meu coração bateu muito forte quando ela me beijou, eu quase não acreditei e devo confessar que foi ótimo poder viver aquilo. Meu desejo por ela tomou o lugar da minha razão e eu não me importei nenhum pouco com o fato de ela ser uma mulher casada. Agora sozinho na minha sala eu estava me sentindo culpado, não por ter devolvido o beijo, mas por fazê-la se sentir mal com a situação. Ela era tão boa, eu não queria que ela achasse ser suja por algo que nós dois quisemos. E eu jamais pensaria mal dela por isso.

Para aliviar a minha tensão, eu peguei a minha garrafa de uísque e comecei a beber pensando sobre qual seria a próxima conversa que eu teria com a Tate. Ficaríamos constrangidos? Ela sequer olharia no meu rosto?

Comecei a ouvir batidas fortes e rápidas na minha porta e levantei imediatamente para ver quem era. Quando abri, encontrei a Tate com o rosto coberto de lágrimas, uma expressão de desespero e o corpo totalmente inquieto.

— O que houve? — fiquei em alerta.

— Eu o matei... eu o matei... — ela começou a dizer.

— O que? Quem?

— O Robert! — soluçou chorando ainda mais.

Sem fazer perguntas, eu corri até o apartamento dela e vi vidro quebrado no chão da sala ao entrar. No meio do corredor que dava para os quartos, Robert estava desacordado no chão com a cabeça sangrando. Fui até ele e agachei ao seu lado.

— Pegue algo para estancar o sangramento! — pedi para a Tate que olhava para mim assustada.

Depois que ela saiu até a cozinha, eu chequei a pulsação de Robert vendo que ele estava vivo. Tate voltou com um pano e me entregou. O enrolei em minha mão e pressionei o local do ferimento.

— Chamou uma ambulância? — perguntei para ela.

— Ele ainda está vivo? — sua voz estava trêmula.

— Sim. Ligue para a emergência, depressa!

Ela foi até o telefone da sala e discou o número. O pânico dela era tanto que nem se lembrou de fazer coisas básicas para ajudar o seu marido, ela precisava mesmo de mim ali para orientá-la e deixá-la mais calma.

Ouvi ela repetir algumas vezes para a pessoa do outro lado que foi um acidente e que ele bateu a cabeça ao desmaiar.

Foram longos dez minutos até a chegada dos paramédicos que o colocaram em uma maca e o levaram até a ambulância. Como Tate estava muito ansiosa, eles permitiram que eu entrasse também para acompanhá-la.

Começaram os primeiros cuidados médicos e logo Robert começou a abrir os olhos e tentar mover as mãos.

— Senhor, por favor, tente não se mexer. — o paramédico pediu.

Robert olhou para a Tate e ergueu a mão na direção dela.

— Eu estou aqui. — ela disse aproximando-se dele.

Pegando todos nós de surpresa, Robert agarrou o cabelo dela e puxou com força, a fazendo gritar. Tanto eu quanto a equipe médica imediatamente tentamos intervir tentando abrir os dedos dele e desenroscar o cabelo de Tate de sua mão. Conseguimos fazer isso e logo depois ele começou a convulsionar, deixando todos em alerta.

— Provavelmente foi apenas um espasmo. — o médico disse olhando para a Tate enquanto os demais tentavam conter a convulsão.

A abracei de lado passando a mão em seu ombro. Ela tremia e ainda estava com o rosto assustado, encolhendo-se perto do meu peito como um animal ferido. Isso me fez criar vários questionamentos.

Save Me ᵛᶦⁿⁿᶦᵉ ʰᵃᶜᵏᵉʳOnde histórias criam vida. Descubra agora