fifteen

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Os olhos marejados estavam fixos sobre os de Minho, sua cabeça chegava a latejar apenas por cogitar uma conversa mais profunda com o mais velho. Tudo estava uma bagunça desda última discussão do casal, só que desta vez havia se agravado.

- Ji, por favor vamos conversar...

- Eu não tenho nada para conversar com você, Lee Minho.

As mãos do citado agarra o antebraço do outro, o puxando para um abraço forte e sem escapatórias. Minho soluçou, estava chorando em desespero pela forma fria a qual Jisung estava o tratando.

- Por favor, meu amor... entenda que eu fiz tudo isso para o seu bem, nosso bem.

Então, pela primeira vez em muito tempo Han o abraçou, levando consigo ambos os corpos para o chão, sentando-os. Os olhos marejados por fim deixaram as lágrimas caírem, trazendo consigo um choro estridente e doloroso antes preso.

Lee havia desligado definitivamente estephany, retirando a maioria de suas peças e desmontando boa parte sua, basicamente ela fora jogada fora. De início ele não contou nada para Jisung porque sabia como o outro iria acabar reagindo a isto, mas também sabia que se a robô continuasse com eles isso iria se agravar para algo muito mais doloroso no futuro.

Mesmo que toda a situação fosse ainda dolorosa, ele não conseguiu pensar em uma opção melhor para ajudá-los.

- Você não poderia ter feito isso com a minha menina, Minho! Não podia...

- Me desculpa, jisung! Me desculpa!

Minho gritou, apertando-o em seus braços em uma forma de defesa e segurança que o outro não iria embora também. Era triste para os dois, tanto para o Lee quanto para Han.

Tudo iniciou no primeiro projeto dos dois, eram jovens e inexperientes, mas seus cérebros trabalhavam juntos e em sincronia. Então depois de quase dois anos de projeto estephany apareceu, eles conseguiram montar a robô altamente humanoide, na época isso foi uma bomba de combustível para o mundo robótico e óbvio, uma boa coisa para os acionistas da nova empresa da geração robótica.

Criá-la foi a coisa mais louca que os dois haviam feito na época, mas houve um problema, estephany não tinha a caixa de som adaptável o bastante para uma voz limpa e humana, trazendo então consigo uma longa jornada de tentativas para adaptar uma voz melhor, mas nada funcionou. Estephany foi criada para não precisar de muitos reparos, sendo assim, seria quase impossível abri-la sem ter que desmontar todo o robô novamente do zero, isso contando com sua memória e todo o resto.

Esse era o medo de Jisung, memórias.

Em algum momento ele iria aceitar que perdeu sua menina e que as boas memórias que criaram juntos seria eterna para eles, porque Minho havia guardado a caixa registradora de Estephany, sendo assim, todas as memórias da robô seriam conservadas.

Depois de muito chorar, os olhos já inchados e úmidos fixaram as íris escuras do outro, que não estava muito diferente de si em seu estado atual.

- Por favor, Min... me prometa que em nossas memórias ela será eterna, que ela será sempre nossa menininha. Por favor, min...

Jisung voltou a soluçar, chorando de forma compulsória, a dor era demais para ele.

- Ela será eterna, meu amor... Estephany será eterna.

Minho selou os lábios rosados levemente, permitindo-se chorar junto de Jisung. Estephany seria eterna para eles, eterna em suas memórias e totalmente memorável em cada cantinho de seu lar. Eles não precisavam de muito, a companhia um do outro já era suficiente, eles eram. Mas para todo um início é necessário seu fim e esse seria o final de ciclo para eles e, o início de uma nova era em suas vidas.

ROBOTS - Chanmin Onde histórias criam vida. Descubra agora