Meus coturnos, meu amados coturnos de mais de cinco mil libras. Olho para meus próprios pés e reviro os olhos ao ver simples botas disponibilizadas pela escola, essas botas não tem o mesmo valor dos meus coturnos, coturnos novos que comprei para estrear hoje, mas não, graças a vomiteira terei que usar a bota padrão da escola.
Agora estou sentada no corredor, esperando para conversar com a coordenadora, ela provavelmente vai me dizer o quão importante é que eu deixe passar, mas, aqueles coturnos foram criados exclusivamente para mim, e eu nem pude mostrar ele em todo seu glamour.
Ouço uma tosse e viro o rosto de forma lenta, a garota que teve a ousadia de vomitar nos meus COTURNOS NOVINHOS, está sentada nos bancos do outro lado do corredor, a garota veio para cá há alguns minutos, mas, antes ela estava na enfermaria. A garota está de cabeça baixa. Estou encarando ela com toda a raiva que estou sentindo, mas, ela não ousa me olhar de volta.
- Sinto muito. - Ouço sua voz que soa baixa, só consegui ouvir porquê o corredor está silencioso. - Não queria...
- Mas fez. - Interrompi, ela levantou a cabeça e fitou meus olhos, ela parece surpresa com minha reação, será que ela achou que vomitaria nos meus coturnos e ficaria por isso mesmo? - Sabe quanto custa os meus coturnos?
- Não... - Ela está confusa, provavelmente nunca esteve perto de alguém com dinheiro e classe, mas, o que eu deveria esperar de uma plebéia? - Sempre preferi tênis, então...
- Cinco mil libras. - Os olhos dela se arregalaram, cruzei minhas pernas e suspirei. - Era um coturno único, ninguém no mundo além de mim tem um igual.
- Caramba... Meu tênis eu ganhei de uma vizinha que ganhou de outra vizinha. - Ela solta um riso meio sem graça, viro o rosto e nego com a cabeça. - De verdade eu sinto muito.
- Tanto faz.
Ela não tentou falar comigo, e eu muito menos. Tudo o que preciso é manter distância dessa garota caso eu tenha que ver ela mais vezes acabarei surtando e tendo que recorrer às atitudes extremas.
A porta da coordenação foi aberta, a loira saiu da sala segurando uma prancheta, os olhos verdes vêem na minha direção, continuo na mesma posição, apenas esperando que ela faça alguma coisa.
- Primeiro dia, hein, Hope. - Mary Louise solta um riso nasal e direciona o olhar a garota idiota que vomitou nos meus coturnos. - Olá, eu sou a coordenadora, Mary Louise. - Se apresentou estendendo a mão para a garota, eu no lugar dela não faria isso, imagina os germes que essa menina tem? Credo. - Pelo o que vejo a situação não foi nada grave, então, estão liberadas.
- Como não foi grave? - Me pronuncio, a garota soltou a mão da coordenadora e se encolheu no assento. - Aqueles coturnos valiam cinco mil libras, e eles sofreram um atentado!
- Vossa alteza, eu acredito que logo seus coturnos estarão limpinhos, então não vejo necessidade de-
- Como acha que irei me sentir usando os coturnos que sei que uma plebéia qualquer vomitou? - A loira suspira e abaixa a cabeça, provavelmente está me achando patética, mas, eu estou irritada, e estou pouco me lixando se isso soa bom ou ruim. - No mínimo ela deveria ficar na detenção.
- Vossa alteza, não me leve a mal, mas... Quem decide isso sou eu-
- Na verdade, nós sabemos que quem decide é minha mãe. - Mary Louise fecha os olhos e respira fundo. - E, minha mãe não iria gostar nada de saber que a garota que vomitou nos meus coturnos se safou.
- Você realmente está querendo que eu castigue uma garota por ter vomitado, após passar três horas em uma viagem de carro? - Assenti, acho que as pessoas acreditam demais que eu me importo, talvez eu tenha cara de alguém que se importa muito com os outros, mas, nesse momento só estou me importando com meus coturnos. - Hope, isso não é viável!
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The Princess - Hosie
RomanceJosette Olivia Parker Saltzman é uma adolescente muito desastrada. Ela trabalha bastante para ajudar sua mãe e sua irmã mais nova. Mas tudo em sua vida pode mudar quando sua irmã caçula a inscreve em um concurso para ganhar uma bolsa na escola exclu...