Capítulo 2

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Laura fechou as pernas prendendo a mão dele ali e logo em seguida tirou a mesma.
- A gente tá na aula!!! Da pra você se segura??? - disse envergonhada e irritada.
- Tabom tabom, não precisa fala assim, aliás da pra você fala baixo, imagina o que os meninos vão pensar que eu sou! - Se virou para frente e não disse mais nada até o intervalo.

Até os primeiros cinco meses, o namoro foi mágico, ele a tratava como uma princesa, em seu aniversário deu um par de brincos e uma pulseira de uma joalheria onde o rapaz havia comprado as alianças, até o quarto mês ele fazia cartas para ela, mas depois do quinto mês, a única pessoa que se importava em demonstrar o que sentia era ela. Estava cega por ele, pelo fato de ele ter sido o único que cuidou dela no seu pior momento, ela queria apenas mostrar o quanto era grata a ele, porém, não via que era maltratada bem debaixo do seu nariz.

O sinal tocou, saíram para o intervalo, mas Laura ao invés de ficar com ele como de costume, resolveu jogar vôlei e sair de perto sem ele ver. Ao final quando todos já retornavam para as salas, ele a viu subindo as escadas e rapidamente foi até ela.
- Onde você tava? - perguntou e depois da resposta ficou com uma cara da indignação como se tivesse cometido um crime. - Eu só fui jogar vôlei, queria aproveitar um pouco sozinha.
- Poxa meu, eu só queria ficar com você, já não vai em casa a duas semanas. - como se fosse a pior coisa do mundo, ir na casa dele era a pior coisa do mundo... - Matheus meu Deus, a gente passa a tarde junto todos os dias da semana, quando eu resolvo aproveitar apenas um dia a droga dos 15 minutos que tenho você já surta, e ainda faz questão de me chamar de criança. - Toda oportunidade que ele tinha de rebaixar ela, ele não a perdia, gostava de jogar na cara dela que fazia Senai e era o melhor em tudo, fora quando não a rebaixava quando ela mostrava seus trabalhos para ele.

Até o fim do dia ele fico emburrado e ela não quis falar com ele, já sabia a raiva e nervoso que passaria quando chegasse em casa e recebesse suas mensagens, ela só queria ir e dormir.

E como previsto, ele ligou pra ela como de costume depois da janta, e ali ela começou a ficar irritada novamente.

- Oi amor. - ela tinha um desânimo na voz. - Oi.
- Você tá jogando com os meninos?
- É eu tô. - A ignorância na voz dele a deixava meio insegura, por menos que ela visse como ele a tratava ela tinha medo de o perder. O silêncio continuou.
- Não vai falar nada é? Não sei porquê eu ligo se não puxa assunto, faz a merda e depois fica aí quieta. - ela se irritou e ao mesmo tempo ficou chateada.
- Eu não fiz nada, queria um tempo pra mim eu acho que é normal num relacionamento não estar grudado 24 horas.
- Mas lá e escola, a gente não fica de boa como em casa, eu tô de saco cheio, os seus trabalhos você não faz do jeito certo ( o jeito dele ), não fica comigo e ainda por cima provoca e depois não quer fazer nada. - ela não respondeu nada, o som do choro e as lágrimas já falavam por ela. - Pronto, agora começou a chora, não pode te falar nada que chora! - Ela só conseguia pedir desculpas bem baixinho. Como de costume, ele acalmou a voz e virou outra pessoa para acalma la.
- Desculpa, eu fui grosso, eu te amo minha princesa, sabe bem disso, não quero te perder, na próxima vamos jogar juntos tá bom? Eu prometo que vou me esforçar para mudar esse meu  jeito, mas você também tem que me ajudar ta? - depois de alguns segundos um pouco mais calma assentiu e jogaram conversa fora até irem dormir, no fundo ela acreditava nele.

Alguns meses se passaram já estavam com 8 meses, não era grande coisa mas era algo, o pai de Laura a deixou ir lá mais vezes, apesar de as vezes ela não querer. E não, ele não mudou ou melhorou, a cada dia que se passava ele se mostrava superior a ela, já era outubro e nada tinha mudado, mas claro, ela sempre perdoava, ela era tão grata a ele que não queria enxergar o que ele fazia com ela. Ele basicamente nesse tempo, a proibiu de abraçar outras pessoas como era acostumada, até as únicas meninas de sua sala ele não gostava, já estava ficando obsessivo, ela começou a ficar com um pouco de medo dele, principalmente no dia em que foram na casa da vó dele.

- Oii Dona Neide tudo bem com a senhora? - Laura gostava da família dele, a sua avó era um amor, e sua sogra Natália gostava dela.
- Oii querida pode entrar, o almoço tá quase pronto! - Disse com empolgação.

Entraram na sala Laura, Matheus, Natalia e a irmã mais nova dele Izabel.
Logo ele estava arrumando algum jeito de ficar sozinho com a garota, mas a mãe dele não deixou ele a levar para o quarto que havia naquela casa, afinal, algumas semanas atrás, Cláudia pegou Laura chorando trêmula com o celular na mão enquanto ajudavam uma tia com a mudança.

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- Pode por essa caixa lá no outro quarto Laura. - ela tinha ido para a casa nova da tia Bruna, ajudar com q mudança, estava cansada demais, mas ainda ajudava, não tinha pegado o celular a manhã toda aquele sábado pois estava ocupada.
Quando parou para descansar o pegou e ficou assustada com o tanto de mensagens que tinham ali. Matheus havia mandado mais de 30, dizendo que estava preucupado, que ela não tinha falado com ele o dia todo e que ela estava deixando ele nervoso, que ele estava passando mal já e que parecia que ela não tinha o compromisso de contatar ele para saber como ele estava. Ela começou a ficar nervosa achando que ele realmente estava ruim e ligou para ele preucupada na hora.

- Amor o que está acontecendo?? Você tá bem?? - disse com preocupação - Você não responde minhas mensagens, o que tá fazendo de tão importante sendo q você nem trabalha? Eu já estou passando mal de nervoso por causa de você, com vontade de vomitar Laura! - disse com a voz trêmula como se tivesse chorando. - Calma cacete, eu tô ajudando minha tia eu não dependo do celular pra viver para de me deixa nervosa! - infelizmente a esse ponto a gastrite nervosa da menina já estava atacada, e então ela começou a fica pálida, sua tia estava atrás da porta ouvindo a discussão.

- Agora você vai me chingar? Nem me chamou de amor ou nada do tipo o que foi que eu te fiz?
- Matheus para eu tô ocupada não dá p eu fica conversando! - não deu tempo de ele responder, Bruna entrou no cômodo, pegou o celular da menina disse que ela estava ocupada e desligou.
Ela via a sobrinha chorar, pálida e fraca pois não tinha apetite e não comeu nada, colocou q sobrinha no carro e a levou para casa.

Ao por do sol: O brilho que ganhei na escuridão que me deixou Onde histórias criam vida. Descubra agora