•Hora de acordar•

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Segunda-feira | 12:00

P.o.v Choso

O horoma do café toma conta da cozinha deixando um ambiente agradável, pelo menos para mim. Acho que não é tudo mundo que curte tomar café puro e fervendo. A sensação do café quente queimando minha garganta me faz sentir um pouco mais vivo por dentro.

É, talvez eu esteja me matando tomando quase um litro de café por dia, mas pelo isso me mantém acordado. Não dá pra negar que eu pareço um cadáver ambulante o dia inteiro com minhas orelhas que consomem meus olhos, sinto eles pesados o dia inteiro.

Pela janela da cozinha vejo meu belo vizinho acenando para mim, aquele branquelo desgraçado. Ele se mudou para cá a um mês, quase botou fogo na própria casa duas vezes e para piorar, tem a guarda de uma criança da idade de Yudi, que só Deus sabe como ele conseguiu.

Fecho a persiana sem pensar duas vezes, sinceramente, quanto menos contato eu tiver com esse homem, melhor.

Respiro fundo e volto ao foco principal, café da manhã. Depois de alguns goles do meu amado café, meus olhos se direcionam ao relógio na parede que marca 12:15. Está quase na hora de Yudi ir para a escola, tenho que começar a fazer sua mamadeira antes que ele acorde chorando.

250 mililitros de leite desnatado e três colheres de chá de achocolatado.

Mesma receita feita todos os dias com perfeição absoluta, só o melhor para o pequeno caçula. Se eu deixar, Yudi vai enfiar qualquer coisa na boca sem pensar nas consequências, aquele pentelho só está vivo graças a mim.

Pingo gotas do leite em meu pulso e está morno, temperatura ideal. Se estivesse muito quente ele reclamaria e se estivesse frio o mesmo, Yudi pode até não ser enjoado com comida, mas com o que gosta é muito exigente.

Caminho até seu quarto abrindo a porta cuidadosamente, ele costuma dormir até tarde, vai ser complicado fazer ele acordar cedo todos os dias por causa da escola.

- Yudi? - Chamo por ele. - Está acordado?

Em sua cama dormia Yudi agarrado ao próprio travesseiro, estava todo torto como sempre. Ele não dormiria até tão tarde se não ficasse querendo assistir as lutas de feiticeiros Jujutsu pela Tv, não entendo o porquê daquele programa ter que passar tão tarde e o porquê dele ser tão interessante.

Me sento na borda da cama e o observo por alguns minutos passando os dedos em seus fios rosas que estavam todos desajeitados.

- Yudi já está hora.

O rosado nem se mexeu, era até fofo olhar para ele daquele jeito.

- Vamos Yudi, acorde!

- Hmnf.... - Ele remungou tirando minha mão de seu rosto. - Me deixa dormir só mais um pouquinho...

- Se eu deixar você vai perder o seu primeiro dia de aula.

- Não quero ir!

- Quer sim, vai ser divertido. Vai conhecer outras crianças da sua idade e fazer novos amigos.

Ele escondeu o rosto do travesseiro tentando afundar sua angústia nele. Sei que o caçula vai reclamar no início, mas tenho certeza que depois do primeiro dia de aula, ele vai ficar mais entusiasmado que um coelho.

- Vem aqui. - Seguro ele por de baixo de seus braços, deixando-o em meu colo. - Fiz sua mamadeira.

Entrego para o pequeno que logo colocou em sua boca de uma vez, afobado como sempre. Demorou somente alguns minutos para a mamadeira se esvaziar.

- Vou conhecer amigos novos? - Ele perguntou entusiasmado.

- Vai, mas antes vamos te deixar arrumadinho.

Pego as roupas no armário enquanto Yudi perambulava pelo quarto procurando seu bicho de pelúcia favorito que por coincidência, foi o vizinho que deu a ele. Eu recomendei que ele jogasse na fogueira, mas o rosado se recusou.

Depois de vestido e com a mochila nas costas, Yudi que já segurava seu bicho de pelúcia nas mãos: um ursinho com luvas de box. Estava pronto para seu primeiro dia de aula.

Junto de minha companhia Yudi saiu da casa galopando e correndo entre as calçadas, sobre meu olhar atento é claro. Ele já parecia bem mais animado do que de manhã, o que não é muito surpreendente pois ele é uma criança muito inquieta, sempre se metendo em aventuras, ou melhor, problemas.

- Ei amigo! - Uma voz familiar chama por mim pelas costas. - Choso meu querido, pode me fazer um favor?

Ao me virar, dou de cara com meu querido vizinho que gritava tentando chamar minha atenção. É claro que não tinha como eu ter um dia agradável nessa vizinhança, sempre aparece um pra me importunar.

- Sabe o que é? Eu tinha me esquecido que hoje era o primeiro dia de aula do Megumi... sorriso torto... E eu tenho um compromisso. - Aquele sorriso falso e forçado, sinto que no fundo ele também me odeia. - Você não se importaria de me dar uma mãozinha?

- Mentiroso, eu te avisei várias vezes. - Megumi se intrometeu na conversa, saindo de trás do albino. - Eu acordei e me arrumei sozinho, você que se atrasou e vai me largar pra se encontrar com uma mulher.

- Estou tentando achar um mãe pra você, não seja ingrato. - O albino revirou os olhos. - Sabe quantas mulheres querem esse rostinho bonito aqui? Estou sendo muito conveniente em me esforçar para achar a certa pra você.

Algo me diz que aquela criança é mais responsável que o adulto da história. O pequeno de cabelos espetados não se parecia com o seu "pai", além de aparências distintas, também não eram compatíveis em personalidade.

- Tá, eu levo ele. - Soei meio ríspido mas não me importo muito, geralmente não tenho muita vontade de falar, ainda mais com esse energúmeno.

Volto a andar em direção a escola, acenando para Yudi que estava escondido atrás de uma árvore nos observando com curiosidade, começasse a andar, Megumi também entendeu o recado e começou a me seguir.

- Isso aí Maria Chiquinha! Fico te devendo uma.

Maria Chiquinha... O que caralhos ele quis dizer com isso?

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Baby don't cry - Choso cuidando do mini Yudi ItadoriOnde histórias criam vida. Descubra agora