Dia dos Pais | Changjin

Youtiful

– Papai, vamos logo – o pequeno Jeongin chamou puxando a barra da blusa de Changbin.

– Já estou quase pronto, meu amor.

Changbin alisou os cabelos frente ao espelho do banheiro e borrifou o perfume preferido em sua clavícula. O adulto deixou o cômodo depois de apagar as luzes e seguiu pelo corredor abotoando as mangas de sua camisa social preta.

Jeongin já estava parado na porta, a mão suada apertando a maçaneta e o olhar impaciente atingindo Changbin como um dardo.

– Estamos com tempo, filho. – avisou pegando as chaves na mesa e abrindo a porta. O pequeno fugiu pelas escadas como se fosse o mais veloz atleta olímpico.

Dentro do carro, Yang fitava os próprios dedinhos enquanto cantarolava baixinho. Changbin observava seu pequeno pelo retrovisor e era nítido o seu desconforto, não estava triste ou sentimento semelhante, só um pouco ansioso.

O cinto que atravessava o peito do pequeno estava o incomodando, Jeongin afastava o aparelho de segurança e resmungava.

– Vamos voltar com a cadeirinha, você ainda não tem altura para usar o cinto.

– Pai, eu já tenho nove anos! Não vou usar cadeirinha – disse cruzando os braços em um bico. – O Felix nem usa mais.

– Felix é maior do que você.

– Também é maior do que você.

– Jeongin... – Changbin advertiu, mas ria internamente. Conhecia bem o mecanismo de defesa de seu pequeno, ainda mais em momentos assim.

Yang amava toda as vezes que acontecia festinhas em sua escola porque se sentia importante, se divertia com os amiguinhos e sempre queria que tudo fosse perfeito, só para impressionar seus pais.

Na porta do lugar, os dois estavam de mãos dadas. Seo cumprimentava outros pais quando os reconhecia, avistou uma professora que os guiou até o enorme pátio, onde um palco razoavelmente grande fora montado.

Changbin avaliava quais seriam os melhores assentos quando seu pequeno largou sua mão para se afastar. Provavelmente avistou algum de seus coleguinhas. Seo não se preocupou tanto, apenas o seguiu com o olhar.

Jeongin voltou da multidão de mãos dadas com Hyunjin. O corpo alto destoava do seu exageradamente, e a sua presença como sempre chamou muita atenção, desde o cabelo um pouco longo, os óculos escuros de marca e uma camisa e calça jeans que faziam conjunto. Changbin suspirou baixinho.

– Achei o papai – sorriu com as covinhas para Seo. – Que bom que estão aqui.

– Claro que estamos – Hyunjin se agachou para ficar da sua altura. – E estaremos sempre, meu amor.

O pequeno fechou os olhinhos quando sentiu o toque de Hyunjin em sua bochecha, estava ficando mais nervoso ainda.

O último evento foi de dia das mães, data que para algumas crianças como Jeongin, com dois pais, poderia ser confusa, mas o pequeno era inteligente e maduro o suficiente para lidar bem.

Changbin e Hyunjin estiveram presentes naquele domingo de Maio, o pequeno presenteou o pais da mesma forma e decidiu apenas observar a festa mesmo que quisesse muito dançar aquelas músicas tão lindas que falavam sobre família.

Ele tinha sua família, e ele não trocaria ela por nenhuma outra oferta.

– Está nervoso?

– E se eu errar? – lamentou baixinho, fitando os pés que calçavam um all star preto.

– Se errar, errou – Changbin disse se sentando nos calcanhares ao lado de Hyunjin. Fez cócegas no corpinho de seu filho e se derreteu quando ouviu sua gargalhada. – Todo mundo erra.