Capítulo 67 🥀

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-Eu sigo pensando em JK ...em como está sua vida pessoal , profissional... Será que seguiu em frente? me esqueceu?

Desisti de ligar quando procurei uma ajuda amigável para tentar descobrir o que poderia ter acontecido, e a informação que tive ,foi que provavelmente, o DDD não é mais o mesmo , e com pouco tempo para de funcionar.

Ainda assim, Bruna tinha o meu contato ,e já não me retornou mais !
Não a julgo ,nem mesmo a JK , se acaso  resolveram se acertar entre eles, e eu fui apenas um trecho nessa história, porém deixado para trás! .

""""Os anos começam a passar , e as coisas, vem tomando rumo em minha vida.

-Há três anos cheguei aqui, em Chicago, destruído, uma perspectiva de vida nula, tentando reconstruir, meus pedaços que ficaram na Coreia, por mais que hoje eu esteja bem... não, esses pedaços nunca foram reconstruídos !

Uma parte de mim está lá... E não há um só dia que eu não pense nele...
Será que está bem? Como tem vivido? Ainda pensa em mim...ou ,me esqueceu ?... São peguntas intermináveis, que me levam para um gigantesco esgotamento emocional.

Apesar de todas minhas dúvidas e questionamentos, tenho vivido uma vida "tranquila", se é que assim posso dizer...Tenho evoluído na minha carreira, não vou dizer que sou o melhor, mas me esforcei muito, para estár onde estou...

Uma boa parte do meu reconhecimento profissional, veio da sorte de está de plantão, no dia de um acidente, terrível, de um dos poderosos, de Chicago.
Ele  sofreu um atentado, um carro se chocou ao dele propositalmente, sua filha estava no banco do passageiro, estava muito ferida.

Precisei fazer a cirurgia de emergência,
" A filha de um governador"..., foram horas árduas, mas consegui deixá-la viva... E isso me rendeu grande reconhecimento... E muitos agradecimentos.

Fora do hospital, vivo uma vida comum com Bruna, trocamos de casa, para um apartamento maior, com os banheiros no quarto.... Isso foi decidido, após o inúmeras vezes, eu ter sido flagrado de cueca pela casa.

A primeira vez foi mais constrangedora de todas, eu estava sozinho em casa, fui tomar uma banho ao sair do banheiro, Bruna vinha entrando, no corredor em direção ao quarto... Eu não sabia onde enfiar a cara... O constrangimento, foi inevitável...

—Como o Jimin aguenta, Tudo isso??
Se tu não fosse meu marido eu te pegaria!.

     Bruna soltou em Tom de deboche, claramente, tentando amenizar o clima, e deu certo pois comecei a rir, me cobrindo com a toalha... A verdade, é que eu Bruna mais parecemos irmãos implicantes , do que um casal...

  Tenho a incentivado a sair mais, ter suas aventuras, embora esses conselhos não sirvam pra mim... Não permito que ninguém se aproxime, casualmente...

O tempo que estou aqui, criei poucos laços, os essenciais a maioria profissional. Ainda trabalho no hospital, porém ,agora  tenho uma clínica particular...

Tenho falado pouco com meu pai, ele me passa informações sobre minha mãe, nada muito específico, mas me tranquiliza dizendo que ela está bem...  infelizmente eu não tenho tanta sorte quanto a saber de Jimin...

Tudo que meu pai disse é que ele terminou a faculdade,mas não está exercendo a profissão, também que ,não soube mais nada sobre ele !

Essa falta de informação, foi meu maior castigo todos esses anos, a esse ponto já não sei se isso é bom ou ruim... dizem que notícia ruim chega logo...

Eu nunca tive notícia nenhuma...   Espero que isso seja bom... Eu anseio por isso, desejo que esteja bem....

Bruna tem me dado apoio incondicional,
Ela foi meu suporte, por muito tempo, nossa convivência tem sido boa, pagamos uma diarista uma vez por semana, para a limpeza pesada... e o resto dela Nós dividimos as tarefas, cuidando para manter limpo durante a semana...

  Saímos pra jantar fora uma vez ao mês, também marcamos com uns amigos coisas básicas, como filmes, karaokê...  Nada que extrapole em bebidas, não me dou a esse luxo... Muitos dizem que bebem para esquecer...

A verdade é que a bebida só aflora os sentimentos guardados e escondidos ... E o que eu tenho guardado comigo, não precisa ser exposto.

Além de Bruna, uma pessoa chegou perto de mim ,meio que se aproximou de uma forma inesperada , porém, o suficiente para saber dos meus segredos ...

Tannye tem sido alguém , de ótima companhia no trabalho, as vezes fora dele também, sempre marcamos algo junto com Bruna, nossa amizade evoluíu com o tempo, tannye quase sempre estava no mesmo setor que eu, nas cirurgias costumava me auxiliar, geralmente também, sempre ficava supervisionando meus pacientes, era assim a divisão das alas do hospital...

Nossa comunicação era pouca inicialmente, e sim , achei tannye bem prestativo, mas nem sempre tão disposto, na verdade as vezes parecia ser uma tortura, principalmente quando se tratava de alguns pacientes em específico, a verdade é que nós lidamos com todo tipo de pessoas, ricas, pobres, esnobes, gentis , aqueles que são gratos por tudo ....

Mas sempre haveria um arrogante, pessoas que nos culpam por seus problemas, pessoas que acham que nós temos o poder de controlar tudo inclusive as dores de seus familiares, mas a medicina é falha, não está acima de tudo, mas vai explicar isso pra um pai desespero por um filho com câncer, ou pra uma mãe, que tem seu filho vítima de bala perdida.

     Nem tudo está sobre o nosso controle, dipirona e paracetamol não resolvem tudo!
  E foi através de uma dessas fala, que vi tannye quase ser espancado, por um pai que não aceitava, que não havia remédio, capaz de aliviar as dores de sua filha, em estágio final de câncer...

Tannye foi agarrado pelos braços, enquanto recebia ofensas, e também um soco no rosto, eu vi o ódio em seus olhos, mas assim que levantou, me sentir no dever de entrar no meio daquela discussão...

Falei para o pai, que não havia o que fazer, e era melhor ele aproveitar esses últimos momentos com a filha, por que não haveria muitos outros.... Enquanto tannye arrastei até o quarto de descanso dos funcionários...

Ali eu vi toda sua dor, toda sua armadura se quebrando, sua raiva foi colocada pra fora, e quando não sobrou mais forças, pra quebrar nada no quarto, eu vi tannye se dobrar  em posição fetal, entre choro e soluços, eu me vi ali, não sabia o que fazer, mas tinha certeza, não devia sair.

Passamos um tempo trancados ali, e quando, já não havia mais o que chorar, eu pude entender, um pouco da sua angústia, tannye tem outra profissão, mas se sente impossibilitado de exercer, enfermagem veio como segunda escolha por ser o planejamento dos seus pais....

E mesmo odiando está em ambientes fechados, e rodeado de pessoas doentes, ainda precisar pagar suas contas, é como uma alto punição...

Após me contar tudo aque já passou, não pude deixar de me comover e contar sobre mim... E meu romance fracassado.
   Após esse dia, passei a admirar tannye, podemos compreender nossas dores, nossa aproximação foi natural, tannye tem sido meu braço direito, em muitos sentidos, e com certeza é um apoio necessário...

Bruna também pensa igual a mim, esses anos tem sido menos torturantes quando não se está sozinho !

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Estranho Intruso !Onde histórias criam vida. Descubra agora