Nossa primeira...

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Tirar sua roupa.

Ele pulou do carro saltitante, parecia ter deixado em Seoul o grande produtor e voltado a ser um garoto de Daegu. Em alguns poucos minutos dois ajudantes do hotel se ofereceram para levar nossas malas até um complexo superior separado, o idol segurava seu violão e alguns pertences pessoais e eu subia a encosta logo atrás com a câmera e o mapa.

— A gente pode acampar? - perguntei virando o mapa de ponta a cabeça.

— Claro. Preciso só ver um local seguro, ainda estamos no meio da floresta.

Quando chegamos à porta do chalé suspenso, ele parou por um minuto, olhando para todos os lados, eu fiquei logo atrás sem entender muito bem o que vinha a seguir. O idol acomodou o violão com cuidado na entrada e bem de frente para a porta de quase dois metros de altura, começou a dançar de felicidade, o quadril se remexeu tão fácil que nem parecia um asiático cantor de hip hop, além de tudo tinha vida própria. As duas mãos seguiam o ritmo da dança imaginária de um lado para o outro, a bunda arredondada ia para frente e para trás.

Quando as coisas tinham se invertido assim?

Eu era a estrangeira que tinha dançado funk em seu apartamento, enquanto ele ria confuso, agora o último comemorava a própria felicidade rebolando em uma cadência só dele, em que já estava acostumado, e eu ria sem parar daquele movimento sem sentido na técnica mas perfeito na realidade.

— Anh.. anh.. - eu quis passar na sua frente mas ele puxou meu antebraço, tirando cuidadosamente a câmera e o mapa das minhas mãos.

Yoongi removeu minha máscara e logo depois a sua, cessando os movimentos de dança, pude ver em seu rosto todos os sinais que ainda estava cansado dos últimos dias e principalmente da última noite, ele estendeu a mão esquerda como um verdadeiro cavalheiro e eu a peguei com a direita, depois fez apenas um sinal com a cabeça, nós dois entramos na suíte com o pé direito, ele voltou a dançar, em seguida, rebolando.

— O quê é isso? - eu ainda sorria quando soltamos as mãos.

— Felicidade, toda aquela tecnologia e aquele controle me adoecem às vezes... sem dietas, sem pressão, sem milhões de ligações e compromissos. Fica aqui.

Era apavorante saber que ele quase nunca tinha esse tempo livre, eu em poucos meses de uma parte ínfima dessa rotina, quase surtei, precisando deixar a empresa, como todos eles aguentavam era impossível saber, talvez justificasse a boate escondida de Jung Kook, os vícios secretos de Taehyung.

Será que ele tinha mais alguma coisa intrínseca que usava de escape?

Ele desapareceu dos meus olhos no grande chalé mas eu tinha uma imensidão de coisas para ver. O duplex de dois andares era todo revestido de madeira por dentro e por fora, as grandes janelas de vidro perfaziam o entorno em 360°, a floresta parecia estar dentro do local e não pelo lado de fora, a sensação da umidade e do clima frio tão próximo era ao mesmo tempo assustador e aconchegante.

A sala ampla tinha uma grande lareira ao fundo, já acesa, impedindo que sentíssimos frio, pelo chão de madeira grandes tapetes acolchoados, incontáveis almofadas e travesseiros, não tinha televisão, mas notei um pequeno ponto iluminado em vermelho embutido nas luzes do teto, como um amplificador de som. A cozinha temática era logo à direita, com utensílios modernos nas mesmas cores do piso e do teto. A escada em cedro puro cortava a sala ao meio, em espiral levando provavelmente ao quarto na parte superior, a grandiosidade era imensurável, meu pescoço quase se curvou tentando enxergar o teto mas ainda assim eu não consegui ver. Yoongi passou por mim com pressa enquanto eu ainda apertava os olhos para calcular a altura daquela construção, pude ouvir ele por as malas uma a uma e logo depois fechar a porta.

Destiny • Yoongi (02) [+18]Onde histórias criam vida. Descubra agora