Mastigados por máscaras, bons atores capazes de interpretar a dor de formas diferentes, Jisung e Minho choravam em silêncio em busca de nitidez e não se gostavam de jeito algum. E se pudessem escolher uma vida, ambos escolheriam uma ilusória e fora...
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A faca deslizou com rapidez pelo chão de madeira escura, dando a possibilidade de Han Jisung pegar a arma. No entanto, a sua perna foi agarrada por duas mãos pesadas e, então, ele precisou fazer uma força a mais contra o inimigo, batendo a ponta do par de tênis no nariz de Lee Minho, o que resmungou de dor e deixou Jisung em total liberdade para buscar a faca. Só que Minho se esforçou para ignorar a dor insuportável e levantou-se de cima do piso com alguma dificuldade, escorregando nos próprios pés, e, de seguida, correu em direção a Han Jisung na tentativa de não deixá-lo pegar a faca. Poderia ser um verdadeiro perigo permiti-lo agarrar a lâmina afiada. Poderia ser o fim de Lee Minho a escorrer pelos dedos num ato rápido de Han Jisung.
Com urgência, Jisung correu para a outra ponta do quarto após pegar a faca e a levantou, mostrando a Lee Minho quem estava no poder. O olhar que trocaram era intenso ao ponto de ficarem presos e estáticos no lugar por longos instantes. Não existia suavidade, apenas loucura de ambas as partes. Han Jisung abriu um pequeno sorriso e mostrou-se pronto a atacar, tentando, porém, Minho desviou da tentativa de soco e girou o corpo de Jisung pela cintura até encostá-lo à parede lisa e branca, totalmente sem graça. A faca ficou rente ao seu pescoço de Lee e aquele inclinou minimamente a cabeça, abrindo um pequeno sorriso a fim de distrair Jisung. Deu certo. Minho pegou a faca da mão de Han, girando o pulso enquanto presos no contato visual pesado. Houve certa distração do lado de Jisung e ele chegou a repreender-se totalmente por ter perdido o posse de arma.
- Corta - o diretor da série gritou, um sorriso foi deitado fora por conta da animação e do orgulho - Espetacular!
A câmera parou de gravar no momento em que o diretor Chae deu ordens. Uma parte da gravação, a final, teria de ser cortada mas estava em mãos do responsável pelo som que teria de realizar a mixagem e as outras etapas daquela única cena, uma das mais importantes de acordo com Chae. As luzes foram largadas com cuidado e Jisung e Minho voltaram a atenção ao adereço em mãos, a faca que não era real, porém parecia muito. As feições que antes condiziam com os personagens de cada um, rapidamente mudaram. A seriedade instalou-se na face de Minho e a neutralidade fez o seu trabalho em Jisung.
- Foi incrível! - o diretor chegou ao pé de ambos e falou, batendo palmas - Senti a tensão do meu assento, a ação... Gostei bastante.
- Obrigado, diretor - Jisung forçou um pequeno sorriso - Não é nada mais que o nosso trabalho.
- Exatamente - Minho concordou curto - Vou beber água - avisou e deixou Jisung e Chae sozinhos na área.
Chae soltou um breve suspiro antes de olhar para as costas de Lee Minho e de voltar os olhos para Han Jisung. O diretor sabia que, por algum motivo que não fazia a mínima ideia, Jisung e Minho não conseguiam passar muito tempo ao pé um do outro. Ficavam estressados e muito irritados. Han Jisung e Lee Minho não eram rivais ou inimigos, apenas não se suportavam ao ponto de conversar civilizadamente ou ficar ao lado um do outro sem sentir raiva. Eles tinham razões pessoais para não gostarem um do outro. No entanto, mesmo com elas nas costas, eles precisavam atuar juntos e mostrar a todos que eram profissionais em seus trabalhos, não deixando assim a vida pessoal se intrometer.
