Endless Love

Twenty one

Wanda POV

A festa estava bastante animada. O DJ era muito bom e tocava as melhores músicas. Meu filho lindo estava brincando com seus amigos que mal falou comigo.

Eu aproveitei para conversar com algumas pessoas que eu não via havia algum tempo, como por exemplo meus ex sogros.

Eu estava tão absorta nas pessoas com quem conversava que nem tive tempo de escolher algo para beber. Mas de repente, Natasha se aproximou do grupo de amigos com quem eu conversava e me ofereceu uma taça de marguerita.

- Notei que não bebeu nada a noite toda e pensei em te trazer uma bebida. - ela falou ao pé do meu ouvido.

- Obrigada, Natasha. Muito gentil da sua parte. - então a Natasha estava prestando atenção em mim a noite toda, ao invés de dar atenção aos seus convidados?? Peguei a taça da sua mão e lhe dei um sorriso de gratidão, me virando em seguida para as minhas amigas que conversavam ali.

O DJ novamente trocou de música e passou a tocar algumas românticas. Os casais que estavam na festa começaram a se posicionar formando pares para dançar. Eu me distraí um pouco do que o grupo conversava para admirar os casais dançando.

Natasha, que ainda estava na mesma roda de amigos que eu, se aproximou de mim novamente e estendeu a mão, me convidando para dançar. Eu olhei para sua mão estendida e depois para minhas amigas, que fizeram um aceno discreto me incentivando a aceitar o convite da Natasha. Eu demorei um pouco, mas aceitei. Dei-lhe a mão e ela me conduziu para a pista de dança.

Ela chegou bem perto de mim e passou seu braço direito pelas minhas costas, mais precisamente na região lombar, sua mão esquerda segurou a minha direita e ela encostou a lateral do seu rosto ao meu.

Seu perfume invadia minhas narinas, era o mesmo cheiro do qual eu me lembro desde sempre. A calor do seu corpo me esquentou e eu senti vontade de me desvencilhar daquele contato para nãos sentir as borboletas que estavam fazendo festa em meu estômago.

Eu sentia os olhares alheios sobre nós, mas Natasha não parecia se importar.

- Você está linda nesse vestido! - ela me elogiou ao pé do ouvido.

- Obrigada!

- Você parece tensa, relaxa é só uma dança.

- Por que você tinha que pedir para dançar comigo? Está todo mundo olhando para nós.

- Não tem ninguém nos olhando. Eu só queria ter a chance de conviver com você sem estranhezas. Eu quero ser sua amiga, Wands.

- Não me chama assim. - pedi com jeitinho, sentindo mais borboletas ao ouvir o apelido que ela me dera quando nos conhecemos.

- Tudo bem. Vamos deixar essas estranhezas no passado, vamos conviver amigavelmente para podermos cuidar do nosso filho como ele merece.

- Para mim está ótimo. - a música que dançávamos foi acabando e eu pensei em aproveitar a deixa para sair desse contato embaraçoso, mas Natasha não deixou e me segurou para dançar mais uma música.

Dançamos em silêncio dessa vez, mas esse silêncio estava me deixando agoniada, pois assim eu não tinha outra coisa em que me concentrar a não ser o cheiro da Natasha e a sensação de ter seu corpo tão próximo ao meu.

- Natasha , meus pés estão doendo, essas sandálias não são apropriadas para dançar. Me desculpa, mas preciso sentar um pouco. - foi a ideia que eu tive para conseguir sair daquela situação.

- Tudo bem. Obrigada pela dança.

- Obrigada você! - agradeci e me desvencilhei dela indo em direção ao grupo de amigos que eu conversava antes.

Agatha me olhava com deboche e eu sabia que quando chegasse perto dela seria zoada.

-Gostou de dançar com a "Olhos Verdes"? Vocês pareciam estar se dando muito bem. - Agatha falou em meu ouvido.

- Eu sabia que não devia ter vindo. Acho que já deu, vou embora. - falei impaciente.

- Deixa disso, mostre que você está acima de tudo isso, fique e socialize com todos. - Agatha concluiu.

Acho que minha amiga tem razão, se eu fosse embora depois dessa dança ia dar motivos para Natasha e outros pensarem que eu não a superei.

A festa correu muito bem e por volta das 2h da manhã saí à francesa para ir para casa, mas uma pessoa me viu sair e me interceptou na frente do espaço de festa enquanto eu aguardava o Uber.

- Já vai?

- Natasha, que susto! Mania irritante que você tem de me dar sustos. - ela riu acenando com a cabeça negativamente.

- Desculpa, não foi minha intenção. Só vi você saindo e quis vir me despedir de você. Mas acho que foi uma boa ideia, aqui está deserto para você ficar sozinha aguardando o se motorista, vou ficar contigo até ele chegar.

- Natasha, não precisa. Muito obrigada pela gentileza, mas estou bem.

- Não me custa nada, vou aguardar com você.

Não consegui fazê-la voltar para dentro, para sua festa, então ficamos ali em silêncio até que ela o quebrou.

- Wanda, eu sinto muito por tudo que a fiz passar há 3 anos. Eu só queria...

- Escuta, não tem que se desculpar de novo. Nós já tivemos essa conversa, já resolvemos o problema, vamos tentar manter aquela relação amigável que tínhamos falado lá dentro.

- Tudo bem.

- Olha, meu carro chegou. Obrigada por esperar comigo, Natasha. Mais uma vez... seja bem-vinda de volta. - abri a porta do carro para entrar, mas Natasha me impediu quando me chamou.

- Wanda.

- Oi?

- Posso te dar um abraço? - aquela pergunta me deixou sem chão, me fez até sentir pena dela, mas eu dentro de poucos segundos em pensei e recusei seu pedido.

- Melhor não, Tasha. Fica bem! - entrei no carro e ele arrancou com destino à minha casa.

A viagem até minha casa não era muito longa, mas me deu alguns minutos para pensar em tudo o que aconteceu essa noite. Refleti sobre o que ainda sinto aqui dentro de mim, mesmo estando divorciada da Natasha há 3 anos. Essa reflexão me ajudou a fortalecer minhas convicções de que me divorciar dela foi a melhor escolha para nós e para o nosso filho.

Logo cheguei em casa e capotei