Capítulo 2:

96 28 18
                                    

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


𝑀𝑎𝑛ℎ𝑎 𝑒𝑚 𝐼𝑡𝑎𝑒𝑤𝑜𝑛:

²

O sol mal havia despertado, lançando seus primeiros raios sobre a cidade adormecida, quando Goo Suzi já iniciava sua rotina. Seus pés leves batiam no asfalto frio enquanto guiava um bando de cães empolgados pelas ruas de Itaewon. A brisa fresca da manhã acariciava seu rosto, enquanto o aroma de cafés e pães frescos pairava no ar, anunciando o início de um novo dia.

Suzi, com seus cabelos castanhos presos em um rabo de cavalo alto, trajava um moletom cinza aconchegante e uma legging preta que acompanhava seus movimentos com fluidez. Tênis brancos completavam o visual, transmitindo um ar de leveza e jovialidade. Em cada casa que visitava, seus olhos se iluminavam com a alegria de encontrar seus amigos peludos. Um "bom dia" caloroso, um "como está hoje?" cheio de carinho, e um afago gentil eram o presente que ela oferecia a cada um.

Cada dia era uma nova aventura nessa rotina de alegria, um ano de sorrisos e momentos doces que ela sempre guardava no coração.

Ao longo do trajeto pelo parque, seus pensamentos se dividiam entre a beleza da natureza e o sonho que a impulsionava: tornar-se uma atriz renomada. O céu límpido e as folhas que começavam a cair, anunciando a chegada do outono, criavam um cenário melancólico, que refletia a angústia que persistia em seu coração.

Ainda não havia conseguido um papel como atriz, apesar de sua dedicação incansável. As críticas negativas que recebeu após sua estreia em um drama de sucesso ainda ecoavam em sua mente, como fantasmas que a assombravam. O ódio direcionado a ela, principalmente por parte dos fãs do ator Sung Jin, que perdera o papel para ela, era um fardo pesado que carregava em seus ombros.

Ela carregaria esse fardo que, talvez, acompanharia-a até o fim da vida. Ainda vívida em sua memória, a felicidade que sentiu ao conquistar um papel em um drama coreano. Era sua estreia na televisão, e a radiância transbordava em seu rosto... Mas, em meio à euforia, uma sombra se erguia: a figura de um ator renomado, conhecido na mídia. Uma figura que ela já conhecia, pois semanas antes lhe havia pedido desculpas por um post que zombava de seu sofrimento após a perda do pai. Desculpas que, em sua visão, não foram aceitas e nem sequer acreditadas.

Talvez se tivesse insistido mais, talvez a dor dos comentários negativos não a acompanhasse até hoje. Mas Suzi era forte. Sua fé em seu talento e em seu sonho permanecia inabalável. Ela sabia que o caminho para o sucesso era árduo e repleto de obstáculos, mas estava disposta a enfrentá-los com bravura e determinação. Não desistiria.

— Só mais um pouco. Estamos quase lá.

Com cada passo firme na rua, Suzi se aproximava do topo. Ao seu lado, seus companheiros fiéis: os cachorros que a acompanhavam em seus passeios no parque. Um momento relaxante para os bichinhos e para a jovem que, a cada centímetro percorrido, acariciava seus pelos macios e, em troca, recebia lambidas carinhosas em seu rosto.

Suzi retornou ao lar após deixar os cachorros com seus devidos donos, passava do meio dia quando seus passos leves ecoava no corredor vazio do prédio. Ao entrar no apartamento, um silêncio quase palpável a acolheu, contrastando com a agitação da cidade lá fora. Com movimentos cuidadosos, fechou a porta e tirou os sapatos, depositando-os junto à entrada. Trocou-os por pantufas felpudas, buscando um pouco de conforto em seus pés cansados.

Seguiu em direção à cozinha, com o coração acelerado em seu peito. O apartamento, de cores neutras e com decoração minimalista, parecia refletir o estado interior de Suzi naquele momento. Abriu a geladeira, buscando refúgio na rotina familiar. Pegou uma caixa de leite de morango, o líquido gelado deslizando por sua garganta matando sua sede.

Enquanto se deliciava com o sabor doce e familiar, seus olhos se depararam com um recado deixado por sua mãe na porta da geladeira. As palavras escritas à mão, em uma caligrafia delicada, carregavam um tom fofo e carinhoso. Suzi às leu com atenção, cada letra ecoando em seu interior como um lembrete que ela tinha a melhor mãe do mundo.

Sua mãe era uma enfermeira no hospital de itaewon, passava mais tempo no hospital do que em casa. Mas nunca deixou que Suzi se sentisse só ou distante, ela fazia de tudo para estar presente na vida de Suzi, mostrando muito amor e cuidado. E Suzi via isso, via como sua mãe virava uma leoa para defender de todos que ousasse machucá-la.

Um sorriso tímido curvou os lábios de Suzi enquanto ela se dirigia à sala. Seus olhos, grandes e brilhantes como estrelas, buscam o conforto da televisão. Enquanto esperava por Micael, seus dedos deslizaram pela tela do celular. A cada notificação, um misto de ansiedade e expectativa a tomava. Os comentários maldosos a irritavam, mas ela se recusava a se deixar abalar. Foi então que um e-mail, com um remetente inesperado, chamou sua atenção.

Seus olhos se arregalaram em surpresa, as pupilas dilatadas como pipocas estouradas. Um sorriso radiante se espalhou por seu rosto, iluminando-o como um raio de sol em dia nublado. Era a resposta! A chance de realizar seu sonho de se tornar uma grande atriz. Seus dedos tremiam enquanto lia cada palavra, como se estivessem dançando em uma valsa frenética.

— Ai meu Deus! Ai meu Deus! — Suzi pulou do sofá, girando como uma bailarina desastrada, um turbilhão de alegria e excitação. Seus pés descalços batiam no chão, criando uma pequena sinfonia de felicidade.

Micael, que entrava no apartamento carregando sacolas de compras, parou na porta, observando a amiga com um sorriso divertido.

— O que houve para tanta animação? — perguntou, a voz carregada de curiosidade.

Suzi não respondeu com palavras, apenas correu em direção a ele, jogando os braços ao redor do pescoço do amigo. Micael cambaleou para trás, quase derrubando as sacolas no chão.

— Eu consegui! Eu consegui! — ela gritou, pulando de alegria abraçada ao amigo. Seus cabelos castanhos voavam ao redor do rosto, e seus olhos brilhavam como estrelas.

A esperança, antes um fio de luz tênue, agora brilhava intensamente no coração de Suzi. Era como uma fogueira acesa em uma noite fria, aquecendo sua alma e alimentando seus sonhos. Com um sorriso radiante, ela se preparava para enfrentar os desafios que a aguardavam, pronta para mostrar ao mundo todo a atriz brilhante que estava dentro dela.

I hate loving youOnde histórias criam vida. Descubra agora