Bodas de Estanho

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A festa estava animada e o povo era me divertido e muito sofisticado, não me impressionava, aliás estávamos falando de uma das de um Florence.

Mas como todas as festas de riquinhos faltava algo a mais e por isso evitei de me enfiar em confusões e em grupinhos.

Permiti ficar em um canto com a champanhe na mão e a bebendo de gole em gole.

Meu Olhar procura alguém na multidão, mas eu acabo por não encontrar ninguém.

Eu sabia que teria que encarar o passado ao vir a esta festa, mas também não podia deixar de vir, aliás era a festa de bodas de estanho.

De meus melhores amigos e sem contar o fato de que eu sou uma das madrinhas.

Me mantive calma no canto e reencontrei Helena, conversamos por alguns minutos até ela ter que ir atrás de Angelina, já que velhos hábitos nunca morrem.

Neste momento eu poderia ter ido embora, mas eu optei ficar e ver a desgraça toda acontecer diante de meus olhos.

A multidão mudou o foco de olhar e o pousou na escadaria a direita e eu como uma curiosa Movi meu olhar para lá.

Lá estava ela a mulher com que eu desejava passar a eternidade... A mulher que eu deixei para trás para viver meus sonhos.

A mulher estava em um vestido negro e de calda longa, o vestido me lembrava a Mortícia Addams. Seus cabelos castanhos com a ponta levemente pintadas de roxo caiam sob seus ombros.

Ela sorri vendo os olhares que pousavam sob ela,  como sempre chamando a atenção para si, mas foi quando o inesperado aconteceu.

De trás dela sai um rapaz moreno de cabelos cacheados castanhos. Ele veste um palito da mesma cor do vestido dela e então beija o ombro dela e a extensão de seu braço até chegar na mão da mulher onde a segura.

As pessoas iniciam uma salva de palmas e então a vejo descer os degraus com um sorriso no rosto e conversando com o rapaz ao seu lado.

Ela me parece feliz, tão feliz e me parece que está amando novamente. A francesa tem o mesmo olhar brilhante e apaixonado em seus olhos.

Mas há uma diferença, desta vez ele não está direcionado a mim.

Reviro os olhos, levemente irritada com a situação. Me pergunto qual era a necessidade daquele alvoroço todo? Eles nem sequer são os noivos!

Eu reconheço esse sentimento, mas o mantenho escondido. Ele não me faz bem e nem sequer tem importância.

Caminho até a mesa onde estão servindo mais bebidas e é claro o banquete.

Pela primeira vez naquela noite, vejo os olhares das pessoas em Amélie e noto o murmurinho que se iniciou após tudo. Eu me sinto sozinha.

Sou apenas eu e eu naquela enorme multidão, preciso encontrar Milo antes de fazer alguma besteira.

[....]

Saio para tomar um ar, já que o mesmo me falta, me sinto atingida como se tivesse levado um soco em meu peito.

Meu ar se esvai lentamente, concentro em minha respiração ao inspirar e exalar, me sinto como na primeira vez em que pisei na mansão a ansiedade começa tomar conta de mim.
Ela buscava inspirar e expirar pela boca, bucando se acalmar.

— Bárbara, Bárbara... Fugindo dos outros como sempre — Helena iniciou brincalhona, mas logo percebeu a situação.

Antes fosse isso — Soltou o ar pela boca e fechou os olhos.

— Ansiedade novamente? O que lhe trouxe a isso — Segurou as mãos de bárbara e começou a respirar fundo e soltar pela boca, instruindo a mulher — É só respirar.

De rumo ao seu abraço - BarbelieOnde histórias criam vida. Descubra agora