De rumo ao seu abraço - Barbelie

Agindo sem pensar...

Bárbara chegou como um furacão na loja de Amélie, a pequena Alina permaneceu quieta mexendo em alguns tecidos e desenhando o que parecia ser um vestido.

Amélie por sua vez olhou a mulher de cima a baixo, notando a inquietação e o suspiro de alívio que deu ao notar sua filha.

— O que acha que estava fazendo? Hm? — Bárbara se aproxima cada vez mais em direção à francesa.

— Sem discussão na frente da criança, está é a regra, principalmente uma das suas!  — A mulher disse se afastando da mulher loira — Emilly por favor certifique-se de dar uma olhadinha em Ally.

A menina de cabelos castanhos assentiu e se juntou a garotinha que desenhava a dando ideias, Amélie por sua vez caminhou até seu escritório e Bárbara a seguiu pistola.

Ao chegar ao escritório Amélie se encostou na mesa e observou a brasileira inquieta. 

— Sabe o susto que eu tive ao notar que minha filha não estava em casa? Eu surtei, Amélie. Não foi algo divertido de se fazer! Deveria ter pedido minha permissão.

A francesa balançou a cabeça negativamente enquanto a olhava, um sorriso debochado dava as caras em seus lábios fazendo a mulher ficar confusa.

— Eu nunca a deixaria sozinha em uma casa, sem contar que você não estava bem pela manhã. Beber muito nunca foi seu forte... — Ela disse calmamente — Você teria notado que eu a tinha levado para passear se tivesse lido com cautela o bilhete que eu deixei junto de seus café da manhã e da aspirina.

— Desculpe se não li com cautela suficiente seu estupido bilhete, eu estava ocupada o suficiente procurando por minha filha! — Esbravejou enquanto se aproximava ficando cara a cara com a francesa — Da próxima vez me ligue, me mande uma mensagem ou deixe minha filha comigo... Onde ela nunca deveria ter saído.

Amélie se aproximou com cautela, seus rostos tão próximos que a respiração de Bárbara poderia ser sentida contra seu rosto.

— Me desculpe por pensar e tentar agir com cuidado com você! Me desculpe por pensar em seu bem estar e no de sua filha — Os narizes das duas se encostam, o olhar de Amélie dança sob a boca e olhos cor de mel de Bárbara. — Eu me importo com você.

Depois disso nenhuma das duas pensaram no ato a seguir, a racionalidade, as consequências... Nada disso existia naquele instante.

Quando seus lábios se tocaram, não havia mais volta. A forma com que seus lábios se encaixavam perfeitamente, aquela aproximação repentina que se assemelhava aos imãs, ambas sabiam que estavam destinadas.

Amélie se condenava, sentia uma tremenda covardia e uma babaca por estar fazendo isso com Otávio, mas no entanto não conseguia evitar... 

Não quando havia desejado por esse par de lábios uma eternidade, não quando sua mente sempre a guiava a Bárbara. Um amor era difícil de se esquecer....