Oblívio

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Dois seres vagam sobre o grande vazio dimensional, um Deus que flutua sobre a vastidão de um universo inexistente. Deus das almas, com apenas uma alma para regar, uma pequena criança de regata preta, cabelos loiros curto e unhas definhadas, fora hematomas que partiam seu corpo.

A garota questionava ao Deus das Almas

" Se desde sempre estamos só, por que desejar estar com alguém?"

o Deus respondia

"Para que nós possamos nos reconectar"

"existe algo além de nós mesmos?"

" Existe tudo que desejar"

Debatiam... A doce menina continuava.

"por que nos tiram do que temos e nos tomam o que desejamos?"

"ensinam que todos devemos nos preocupar"

Enquanto flutuava com a garota em seu ombro, tal Deus, que segurava uma foice, rasgava o espaço a sua frente de forma incompreensível, de dentro daquela fenda cósmica, puxava uma flor e entregava a menininha.

"Está viva?"
A garota pegava a flor, calma, colocava-a em seu peito enquanto deitava-se cruzando os ombros do Deus que respondia

"Morta... Nada resiste ao vazio"
Viajava remando seus pés enquanto se deitava de bruços

"Mas é tão linda..."

"Coisas lindas são frias"

"O amor é quente"

"A felicidade também"

Ela ficava em silêncio, os dois paravam sobre o mesmo lugar donde tinham saído, se sentam sobre o nada e observam o nascer de milhões de espectros violetas, trazendo a visão mais bela e incompreensível.

"como se sente?"
A garota levava a pétala da flor sobre seus lábios.

"É sempre calmo"

"nunca se esquece?"

"sempre me esqueço, mas quando me lembro... eu choro, eu grito, eu desvanesço..."

"muito?"

"mais do que qualquer um, por um longo e precioso tempo que possuo"
Da face espectral desciam suas lágrimas pesadas, com uma grande força, arrebentando o vazio.

"Eu também. "
A garota chorava juntamente, ela abraçava seu companheiro.

"Como eu lido com toda dor que tenho sem machucar outras pessoas?"

Das lágrimas da pobre garotinha que pousavam no solo negro, brotava uma ramificação brilhante e ofuscante aos seus olhos. era uma pequena folhagem, mas logo crescia, alto e com belos frutos, não assemelhados a mais nada visto.

"Estando ."
O Deus das almas agarrava um dos frutos do ramo nascido da garota.


"...Mas isso vai me matar..."

"vai..."
Entregava o fruto à menina.




"Senhor..."

"...sim?"





"qual é o oposto da vida?"



"...Oblívio..."

Desespero em desabafoOnde histórias criam vida. Descubra agora