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As vezes eu sinto que ainda sou aquela criança, escondida nos pés da cama, com as mãos tapando os ouvidos, esperando a gritaria passar. Todos os dias o meu passado me assombra e eu enfrento uma batalha contra os demônios que estão dentro de mim, e nem sempre eu venço. E se eu pudesse conversar com a minha criança, eu pediria perdão por não te-la conseguido salvar deles e prometeria que de agora em diante, eu mesma protegerei a gente. Diria pra ela que agora eu conheço os nossos demônios e que com tudo o que passamos, agora eu posso silencia-los, mante-los sobre controle. Mesmo que na maioria das vezes, eles me controlem. Eu diria "minha pequena criança, lembro que você vivia chorando pelos cantos por ter ralado o braço, caído de uma árvore, machucado o joelho... Você não faz ideia, minha pequena, de quanto é maior a dor causada pelas emoções. " E é assim que eu sigo, constantemente tentando me lembrar de que eu não sou mais aquela criança, que eu não estou mais naquele lugar, que o mundo não vai mais desmoronar e que dessa vez, não precisamos de ajuda. Estamos salvas. Estamos seguras.

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