Prólogo; Melissa.

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A música que tocava no ambiente era lenta, baixa, e sensual. Mas mesmo a música sendo baixa, ninguém se atrevia a fazer algum barulho com medo de atrapalhar a apresentação da pessoa que estava no palco tornando a música perfeitamente audível, mas, ah... quem seria o louco a atrapalhar a bela mulher trajada de vermelho a qual atraía a atenção até mesmo dos garçons, os quais se atrapalhavam com seus pedidos em meio a tentação que era continuar olhando para a mulher que parece aérea de toda aquela situação com seus movimentos lentos e com um alto teor sexual naquela barra de pole dance?

As unhas pintadas de vermelho seguravam a barra com força, e à primeira vista, todos pensavam que a mesma não conseguiria se erguer, mas foram surpreendidos quando a mulher mostrou que poderia fazer tudo e um pouco mais naquela barra. E como ela fazia. Todos os olhares eram atraídos para ela e assim que pousavam em si, se perdiam no seu belo corpo cheio de curvas nada humildes. A música baixa, em contraste com o grande silêncio que o havia naquela boate privada, a qual só a elite ali frequentava, quase soava alta demais. As luzes brilhavam em vermelho, e fazia todos pensarem: definitivamente, vermelho, era a cor de Melissa, e a desgraçada sorria um sorriso confiante de quem sabia mais do que ninguém disso.

Quando a música parou, a mulher se pôs de pé, na frente da barra, fazendo pose, com os olhos fechados, pequenas gotas de suor encharcando seu corpo coberto por uma fina camisola vermelho sangue a qual deslizava pelas curvas de seu corpo tão levemente quanto algodão, agora, gruda levemente em sua pele e ficando quase transparente que não deixava nada para a imaginação, e fazia todos os presentes tentarem controlar sua excitação frente aquela mulher que sem sombra de dúvidas, seria a morte de todos os presentes. Alguns fios de cabelo estavam grudados em sua testa, seus cabelos castanhos e volumosos caíam para trás em suas costas como uma cascata. E quando ela ouviu a salva de palmas para si mesma, Melissa sorriu grandemente para todos, descendo com cuidado do palco, aceitando a mão que lhe foi oferecida para descer, olhando ao redor, se decepcionando um pouco ao não ver quem procurava ali.

- Gracias. -Ela agradeceu ao homem que havia lhe estendido um grande casaco de pele a qual ela não se importava de onde havia vindo, casaco o qual lhe cobria até antes dos joelhos, compensando a sua até então, falta de roupa, já que havia se livrado das mesmas aleatoriamente durante sua apresentação. - Gracias. -Melissa repetiu novamente a todos que lhe elogiavam, com maneios de cabeça e sorrisos galanteadores, se divertindo com as expressões vermelhas e tímidas que recebia ao pousar seus olhos castanhos e marcados em sua vítima sem pudor algum.

No fim de tudo, ela estava cansada, e foi sentar-se no balcão, agradecendo com a cabeça quando o garçom mais próximo prontificou-se de lhe dar uma taça de vinho tinto. Melissa deu um gole, antes de um homem aproximar-se dela, colocando um envelope em cima da mesa, o qual ela olhou com desinteresse.

- Thanks for your services.
"Obrigado pelos seus serviços."

- ¿Eso? -Ela tirou a taça de sua boca sem sequer tomar um gole, fingindo não notar o homem seguir o caminho de sua taça com os olhos. A mexicana apontou com a cabeça para o pequeno círculo no meio da boate, o qual ela sequer considerava um palco. - Yo no diría que es un trabajo. Para mí es más como un pasatiempo que hago cuando estoy aburrido.
"Não diria que é um trabalho. Para mim é mais como um hobbie que eu faço quando estou entediada."

Ela se divertiu internamente com a cara que o homem fez ao perceber que ela não falaria inglês com ele.

-You are a woman with a strong temper, I see.
"Você é uma mulher com um gênio forte, eu vejo." -Havia um brilho perigoso nos olhos desse homem o qual ela não se agradava de nenhum jeito. -Considere isso um pequeno mimo.

Finalmente, as unhas pintadas de vermelho tocaram o papel do envelope, achando ali alguns documentos e um cartão de crédito preto sem limites. Seus lábios carnudos se curvaram em uma linha reta, e ela tirou o cartão do meio dos documentos, colocando-o em cima do balcão.

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