Capítulo um: O paranormal não vem para a nossa realidade de maneira fácil.

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O Paranormal não vem para a nossa realidade de maneira fácil, ou, pelo menos, era assim que era para ser.

Quando o fino véu que separa a nossa realidade daquilo que se é denominado outro lado começa a se rasgar, e o mundo começa a colapsar, os agentes da ordem entram em ação.

A ordem é uma organização independente, nem mesmo o governo sabe de sua existência, e eles sabiam que era melhor assim. Apenas quem está dentro dela sabe o que acontece entre as quatro paredes daquela base, sabendo também os riscos e perigos que correm mundo afora, tentando manter tudo o que não se deveria ser visto fora da vista das pessoas comuns. Pessoas comuns... civis, sabiam que deixavam de ser isso assim que entravam por entre aquela porta como um recruta da Ordo Realitas. E eles se lembravam perfeitamente bem da primeira vez que se encontraram naquela mesma porta, na sua primeira troca de olhares e pensamentos que tiveram sobre o seu parceiro, que no final, acabaria por se tornar aquele que mais confiava com toda a sua vida.

A primeira missão... realmente, era algo que eles não iriam esquecer. Nunca. Era algo que estava tão profundamente gravados em suas memórias, que eles não poderiam tirar de sua mente, mesmo que quisessem, aquelas memórias voltariam na sua cabeça de novo e de novo, trazendo aquele sentimento de insuficiência e de terror de não poder fazer nada contra o paranormal, e era por isso que ainda estavam na Ordem. Eles precisavam ser e ficar mais fortes.

- Esse caso que a gente pegou... que estranho. - O brasileiro falou, olhando para o quadro de investigação à sua frente, seus olhos focando com total atenção a todos os documentos anexados no quadro branco tentando achar detalhes que ele não havia percebido antes. Se o perguntassem, ele saberia dizer aqueles documentos de trás para frente de tanto que os leu e releu durante as últimas horas desde que havia colocado suas mãos nele.

O caso que eles haviam pegado, (no caso, ele havia pegado devido seu trabalho na polícia. Mas de qualquer jeito, o mexicano iria mergulhar de cabeça com ele na investigação, querendo ou não como muitas vezes fazia, então não havia mais muita discussão sobre.) sobre o desaparecimento de uma criança que sumiu dentro do próprio quarto, parecia extremamente estranho. Não que ele já não fosse acostumado com coisas estranhas.

- Eso es bueno. "Isso é bom." - O que estava jogado confortavelmente em cima do sofá, diz, enquanto brinca com um elástico, enrolando-o diversas vezes no dedo apenas para tirá-lo de novo. Ao sentir um olhar em cima de si, qRoier viu que era a deixa para concluir sua frase. - Bueno, al final de todo, gatinho, nos pagan por resolver cosas raras, ¿verdad? "Bem, no final de tudo gatinho, a gente é pago para resolver coisa estranha, né?"

qCellbit revirou os olhos antes de falar:

- Ah, sim. Mas esse caso... será que tem envolvimento paranormal? - Ele estreitou seus olhos, diversas coisas se passando em sua cabeça. Após a sua fala, qRoier, que estava deitado no sofá, se sentou, colocando os cotovelos em cima de seus joelhos e começou também a olhar para o quadro branco. Nas últimas quatro horas estavam ali investigando (Apenas qCellbit está investigando) e vendo os documentos sobre como o apartamento era totalmente seguro para uma criança de cinco anos se estar: telas nas janelas, a noite, a porta da frente que era a única que dava entrada à casa estava fechada com chave, havia uma babá eletrônica no quarto da pequena e até mesmo um sistema de alarme a invasão havia naquela casa, além das câmeras de segurança.

- No me sorprende que el niño se escapara, si yo fuera un niño de cinco años también huiría de esta casa con tanta observación sobre mí. - O mexicano fala, enquanto lia os documentos anexados. "Não me surpreendo que a criança fugiu, se eu fosse uma criança de cinco anos eu também fugiria dessa casa com tanta observação em cima de mim."

- Você não tá me ouvindo, pendejo. A criança não fugiu.

- No habría forma de escapar. "Nem teria como fugir."

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