Capítulo dois: Elevadores também podem ser assustadores.

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Quando eles saíram de casa, sol estava se pondo, beijando-os no rosto como se despedisse deles dizendo um singelo e caloroso "Até amanhã, amigos." deixando tudo com uma luz alaranjada e quente que logo apagaria e esfriaria, dando lugar a brilhante Lua, e ao lindo céu estrelado, cuja beleza nunca poderia ser vislumbrado pelas ruas da grande e Poluída São Paulo. A viagem estava estranhamente quieta, o que não era do costume dos dois homens, que sempre a caminho de um caso costumavam conversar sobre tudo, desde as compras do mês até as coisas mais suspeitas que haviam visto nos documentos que apontavam que havia algo mais profundo ali.

Mas quando chegaram ao local, exatamente às cinco e quarenta e cinco da tarde, eles perceberam que o ambiente era escuro e frio, o que era um grande contraste com o que estava lá fora, e por um segundo, hesitaram de entrar no prédio assim que o porteiro simpático de dentes amarelos e olhos curiosos conversou brevemente com o dono do apartamento no interfone e logo liberou-os para subir. Mesmo da portaria, poderia se ver saindo debaixo da grande porta do hall de entrada uma leve fumaça

Embora a entrada do prédio era muito bonita, vibrando em um tom de amarelo vivo que ofuscava os prédios ou casas ao redor, havia um leve clima desconfortável lá dentro, como se algo estivesse errado, um frio incomum que arrepiava a espinha e levantava os cabelos da nuca. Era um do tipo que todos pediam para desligar o ar condicionado, mesmo que ele já estivesse desligado há muito tempo. As luzes às vezes dava um leve tremelido, às vezes quase se apagando, ou fazendo um ruído estranho.

De fato, havia algo estranho naquele lugar.

Mas eles iriam descobrir o que era. E acabar com aquilo.

- Qual o apartamento? -O mexicano pergunta, olhando para o rosto do outro esperando o mesmo falar algo.

- É no penúltimo andar. - qCellbit disse, olhando agora ao seu redor, tentando focar sua mente em sua missão, embora imagens pisquem em sua cabeça, e ele quase instantaneamente ficar preso em um loop de lembranças que faziam-o entrar em crise. O ar parecia ficar cada vez mais pesado ao redor dele. Ele precisava focar em outra coisa. Ele não poderia deixar aquelas memórias o consumirem de novo, elas já haviam passado, eram seu passado, não havia como fugir.

"POR FAVOR, NÃO A LEVEM, NÃO A TIREM DE MIM, POR FAVOR, DEVOLVAM-A! DEVOLVAM!"

Mas quando qRoier esbarrou seu braço no dele ao apertar o botão para chamar o elevador para baixo, ele automaticamente acordou com um mini pulo. "Está tudo bem." Ele repetiu na sua cabeça diversas vezes, esperando o elevador, sentindo uma mão em seu ombro em um conforto silencioso.

Era assombroso o quanto qRoier sabia o que fazer e o quando fazer, essa talvez era mais uma das milhões de coisas que o brasileiro admirava no mexicano.

Quando o elevador chegou, e antes dos dois entraram nele qCellbit pode jurar que havia visto uma fagulha de algo que ele não conseguia decifrar no rosto de qRoier. Talvez era preocupação? Medo? Angústia? Talvez não havia sido nada e ele estava apenas ficando louco, como todos diziam que ele era. O de faixa azul no cabelo entrou no elevador, e o loiro prontamente apertou o penúltimo andar, se encostando na parede. O silêncio era estranho dentro daquele elevador, na realidade, todo aquele prédio era estranhamente silencioso, e parecia não haver muita manutenção de lâmpadas também naquele local, o brasileiro pensou olhando para a única fonte de luz que também falhava. Concentrado, o mesmo se assustou quando qRoier se jogou ao seu lado com um sorriso.

- Gatinho assustado.. - O mexicano cantarolou, fazendo o loiro lhe dar um tapa no braço com moderada força.

- Vai tomar no seu cu.

- Pendejo de boca suja.

- Se fode, qRoier.

- O que aconteceu com o Guapito? -qCellbit estava com a resposta na ponta da língua, mas quando estava prestes a falar, o elevador deu um tranco para baixo, dando a impressão que os dois iriam cair mais de 30 metros de altura até o chão. qRoier gritou, os dois ficaram com ambos os braços segurando as paredes por alguns segundos, esperando sua alma voltar pro corpo do susto, enquanto as portas do elevador se abriam.

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⏰ Última atualização: Nov 18, 2023 ⏰

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