capítulo 0.2

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Semanas antes ***

O dia estava nublado e eu havia chegado da escola a pouco tempo, e assim como o dia de hoje eu também aparentava estar triste , eu estou com muito sentimento de angústia e tristeza por tudo que está acontecendo comigo. Em casa o meu pai mal olhava para mim desde o dia que minha prima contou a ele que sou gay

Eu contei a ela em uma tentativa de desabafar ,eu achei que fosse confiável por sermos primos . Pensei que ela iria me aceitar sem nenhum preconceito.

Até porque comigo ela demostrava ser a pessoa mais empática desse mundo. Ela sabia o quanto meu pai me odiaria se soubesse que sou gay ,mas ela achou que contando a ele estaria me ajudando .  Mas no fundo eu sei que ela fez propositalmente, tudo muito planejado, pois ela foi capaz de gravar uma de nossas conversas onde eu afirmo abertamente os meus sentimentos por outros garotos, e depois mostrou em um jantar onde estava ela ,os meus tios e meu pai . Que carinhosamente apelidei de família veneno, pois eles estragavam tudo que era bom, sempre com palpites desnecessário sobre tudo e todos

Mas deixo de pensar no que já aconteceu pois não tinha nada que eu pudesse fazer para voltar atrás.  Então vou para o meu quarto em uma tentativa de descansar a minha mente e o meu corpo. E tenho mais certeza disso ao me olhar no espelho vendo  minha imagem destruída pelo reflexo, eu estava péssimo

A única vontade que eu sentia era de chorar em posição fetal pelas próximas cinco horas. Fui para minha cama me enrolei nos lençóis e desabei em um choro que me fez dormir

**

Acordei assustado com alguém entrando com tudo no meu quarto e esse alguém era o meu pai, que estava com um taco de baseball em mãos, e logo arremessou em cima de mim , senti o meu corpo estremecer de dor ,e no momento só coloquei o meu braço por cima do meu rosto e comecei a gritar perguntando o porquê de tanto ódio

- PARA COM ISSO - dizia entre soluços- POR QUE ESTÁ FAZENDO ISSO COMIGO PAI ?- nesse exato momento ele me acertou no rosto e fez eu sentir a pior dor que já senti na minha vida , pude ouvir o osso do meu nariz se quebrando

Eu me contorcia de dor e pedia por misericórdia e que alguém aparecesse e me ajuda - se

- Não me chama de pai sua aberração, você é uma vergonha para a nossa família, eu deixei de ter um filho no momento que você decidiu ser isso aí que você e sua mãe tem orgulho - ele cuspia as palavras na minha cara ,eu podia sentir o ódio e o nojo que ele sentia de mim

E no momento que ele ergueu o taco pra me bater novamente minha avó apareceu e pediu para ele parar ,porque ele já tinha me batido o suficiente e os vizinhos ameaçaram chamar a polícia. Então o mesmo foi obrigado a largar  o taco no chão e literalmente foi arrastado pela minha avó para fora do quarto

Eu não conseguia entender o porquê a família do meu pai sentia essa repulsa por mim , eu sempre me dediquei a tudo que meu pai me propunha a fazer, será que é tão difícil dele entender que  a minha atração por garotos não era algo vergonhoso e nem um pouco lastimável

Mas depois desse episódio no meu quarto só lembro que ouvi muita gritaria na parte de baixo da casa , e reconheço a voz da minha mãe em meio aquela gritaria

Em seguida ouço passos vindo da escada ,de repente a porta do quarto é aberta novamente . E pela minha felicidade era minha mãe que ao me ver entrou em desespero e veio até mim já começando a chorar

Lembro das suas doces palavras me dizendo que ia ficar tudo bem e que o meu pai nunca mais ia encostar o dedo em mim

Minutos depois ouço a sirene da ambulância chegar , em menos de dois minutos entra os socorristas que me tiram com cuidado da cama e me colocam em cima da maca. Depois de tudo isso eu só lembro de estar acordando no hospital com o corpo dolorido e minha mãe sentada na poltrona ao meu lado

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