A Matemática Do Amor

capítulo 0.1

Dylan **

No carro tocava versace on the floor do Bruno Mars, era uma das músicas preferidas da minha mãe e minha tia . E nada melhor que uma música em um ritmo lento em uma tarde de domingo chegando em uma cidade nova - penso tentando ser o mais convincente mas não estava funcionando. Não estava sendo uma boa sensação para mim até porque eu não conheço ninguém que mora aqui e isso me preocupa pois um pequeno detalhe sobre mim é que tenho grandes dificuldades em fazer novas amizades

Eu estava apenas com a cabeça encostada na janela do carro observando as casas do meu novo bairro, enquanto minha mãe dirigia e minha tia fazia a leitura das suas revistas de moda dos anos 90

Na minha cabeça se passava um turbilhão de possibilidades, sobre a escola nova. Se terei uma recepção no mínimo agradável e que seja suportável pelos próximos 2 anos.

Mas vezes no meu mais profundo pensamento eu não encontrava palavras para descrever o quanto eu odiava o ensino médio e o quão insuportável era ter que conviver com pessoas sem o mínimo de noção e outro fato mais importante é que sou gay

E não é nada fácil para um adolescente gay interagir com outros meninos pois a maioria deles acabam pensando que vou tentar algo com eles ,e por esse e outros absurdos eu prefiro ficar no mínimo alguns metros de distância de um garoto antes que eles acertem um soco no meu rosto por acharem que quero algo a mais que amizade

Me desvencilho dos meus pensamentos quando avisto um grupo de meninos conversando em uma das casas que fica de frente para a minha, mas um deles me chama muita atenção, ele era alto e seus músculos estavam ressaltados em sua regata ,ele aparentava ter seus 1:90 , o seus cabelos eram pretos e sua feição era linda

Ele estava distraído o suficiente conversando com os seus amigos que ao menos percebeu que eu estava vidrado o olhando pela janela do carro enquanto minha mãe descia algumas caixas junto com a minha tia . Eu decido descer quando minha mãe começa a gritar o meu nome e fez com que o garoto que até então estava focado apenas no que seus amigos falavam começasse a me olhar

Desci do carro no mesmo instante ,um pouco sem jeito por minha mãe ter feito eu passar vergonha na frente de um monte de garotos que se resumia em cinco, e fez com que todos me olhasse por um instante

- Dylan meu filho eu já te avisei pra parar com o uso excessivo desses fones ,já estão te deixando surdo pelo jeito pois estou te gritando faz uns trinta minutos e você não me ouve - minha mãe disse com o tom da voz um pouco elevado

E logo em seguida me entregou duas caixas que estava escrito " copos e pratos " ,eu peguei as caixas o mais rápido que pude pra sair dessa situação vergonhosa que minha mãe me colocou, e eu só espero não ver esse garoto nem tão cedo

Levei as caixas para cozinha e fui ajudar minha mãe a organizar a casa enquanto minha tia limpava os quartos e assim foram exatas cinco horas de muito trabalho. Mas no final resultou em uma casa limpa e organizada pronta pra ser bagunçada novamente, mas agora quem precisava de uma limpeza era eu, que estava todo soado e com cheiro de produto de limpeza

Subi para o meu quarto e fui logo para o chuveiro tomar uma ducha bem quente e aproveitei para esfoliar a minha pele para ajudar a retirar o odor do suor. Sai do banho secando o meu cabelo e me jogando na cama apenas de toalha e pensando no meu primeiro dia de aula, que até hoje no meu segundo ano do ensino médio ainda me faz soar frio e ficar com medo de como será os meus colegas de sala e se vou me dar bem com eles e por já está assustado o suficiente com o dia de amanhã eu prefiri apenas me levantar colocar um pijama e descer pra jantar a pizza que minha tia Olivia havia pedido

A única coisa boa que me faz ficar feliz sempre que fico triste com algo é que minha mãe e minha tia são as melhores pessoas que já conheci, minha tia Olivia é a pessoa que quando estou triste ela me leva até mesmo de madrugada para dar um passeio pela cidade e comer em algum drive truu que estivesse aberto e ficar ouvindo músicas da sua época. E não sei descrever quão bom eram esses passeios ,e sem contar que os melhores conselhos que recebo são dela e da minha mãe que preza pela minha felicidade e bem estar a qualquer custo, e sim elas sabem que sou gay e me acolheram muito bem e me ressaltaram que não sou uma aberração como o meu pai e meus avós disseram e foi mais por causa deles e das pessoas idiotas do meu antigo colégio que minha mãe decidiu se mudar e minha tia nos acompanhou