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"Cada vez, uma diferente. Te amo"

A frase repetia sem parar na cabeça de Jenna, enquanto ela sentia seu corpo lentamente mudar. Suas mãos começaram a suar, seu coração batia de uma forma diferente, sua vista foi ficando turva e a voz da advogada, que ainda falava algo, foi ficando cada vez mais baixa e distante.

Qualquer coisa que se passasse ao redor dela seria imperceptível, pois agora seu pensamento foi preenchido por uma lembrança indesejada. Ela se viu de volta na cama desconfortável em que se encontrava quando foi presa por Jacob, ele se aproximou em passos curtos e segurou em seu queixo. "... cada vez que vier pra cá, terá uma punição diferente. Dessa vez eu fui bom, porque te amo."

Era isso, Jacob a encontraria. E quando ele a encontrasse, a punição seria muito pior.

- Jenna?

Ela levantou a cabeça, ainda um pouco perdida, olhou para as duas mulheres que a encaravam.

- A polícia vai achar ele, ele não vai se safar dessa! - Disse Emma.

- Ok. - Foi tudo que a morena conseguiu dizer.

Minutos se passaram, a advogada explicou mais algumas coisas que, apesar de confirmar com a cabeça, ela não estava realmente escutando o que era. Sua mente borbulhava, estava enjoada e seus dedos dançavam uns com os outros em cima de seu colo. Emma falou algo sobre seguranças e fez algumas ligações. Papeis foram postos à sua frente e ela os assinou apressadamente.

A cada minuto que passava, o aperto no peito aumentava e o nó em sua garganta estava tão grande, que não sabia se conseguiria emitir qualquer som que fosse. A sensação de que iria explodir a qualquer momento estava cada vez mais clara. Em sua mente já haviam passado diversos cenários, em todos eles acabava com ela de volta a prisão chamada Jacob.

Agradeceu mentalmente quando ouviu a advogada se despedir e observou a porta sendo fechada, deixando-a sozinha com Emma.

Puxou todas as forças que encontrou dentro de si e se pôs em pé. Seu destino era o quarto, entrar nele, fechar a porta e desabar. Se virou em direção ao corredor e deu alguns passos, abaixou o olhar e mirou em sua perna. E lá estava, a marca. Já um pouco mais clara, mas ainda sim bem evidente.

- Eu já contratei os seguranças e vou pedir a minha tia um dos motoristas dela! - Emma se aproxima e Jenna se vira devagar para olha-la. - Assim, quando precisar sair e eu não estiver em casa, fica...

Emma se calou quando viu Jenna colocar as mãos sobre a cabeça e puxar o ar com mais dificuldade.

- Ei...

- Ele vai me achar, ele vai me achar, ele vai me achar. - Jenna repetia sem pausas.

- Ele não vai te achar! - Ela tentava falar, mas a voz de Jenna ficava cada vez mais alta e ela sabia que a morena não estava escutando-a. - Jenna! Ele não vai te achar!

Ela continuava repetindo, estava
andando de um lado pro outro e de seus olhos já caiam lágrimas.

- Jenna? Se acalma, ele não vai te achar! - Emma se aproximou mais e segurou em seus ombros, fazendo ela parar de andar. - Olha pra mim, se acalma!

- NÃO! - A morena grita. - PARA DE PEDIR PRA EU ME ACALMAR! - Ela empurra Emma. - Vo-você não entende a gravidade? Se, se ele me achar! - O choro aumenta, a impedindo de continuar falando!

Emma se aproxima de novo, mas sem toca-la. Apenas observa, com o coração na mão, a morena derramar as dolorosas lágrimas. Ela sabe que nada do que falar ou fizer agora vai ajudar, na hora do desespero é difícil raciocinar. Então ela respira fundo, tentando acalmar seu próprio corpo que ferve em fúria. Ver Jenna chorar assim estava apenas aumentando sua vontade de sair na rua até encontrar Jacob e acabar com tudo isso de uma vez. Não seria uma cena bonita de se ver, mas nesse momento ela não se importa de estar tendo pensamentos tão cruéis.

Tudo Que Você Nunca Teve - Jemma Onde histórias criam vida. Descubra agora