Acordei olhando pra o teto de madeira. Sinto uma terrível dor de cabeça. Me sento na cama e afasto uma cortina azul, que por sinal era a única coisa com cor naquele quarto e olho a janela. Vejo como lá fora parece madrugada. Neblina em todo lugar, e me vem na mente o sonho que tive.
-Estranho..- Digo em um tom baixo
-É verdade.-
Me assusto com o Yarin.
-O que voce faz no meu quarto?
-Vim te chamar pra tomar café, mas voce ja levantou e foi refletir na janela que nem me viu aqui.- diz olhando para uma mesa ao lado da minha cama.
-ah.. eu ja to descendo.
Ele desce.
Me viro de lado e vejo no meu relógio de pulso apontar 05:37Am.
Minha cabeça dói.
Faço minha higiene pessoal, me visto e desço para o andar debaixo.
A casa esta em reformas. Apesar dos empregados terem cuidado da casa por esses anos, a casa, ainda sim estava quase caindo em nossas cabeça. Eu conseguia ter umas breves lembranças da casa. Era cedo, e já se via alguns empregados passando, uns com lenha, outros limpando, alguns no patio com os cavalos etc.
Já a cozinha estava mais silenciosa. Havia somente uma mulher de lenço que estava mexendo no fogão.
-Bom dia Sr. Vance, dormiu bem?
- Por favor sem formalidades eeh.. como é seu nome mes-
-Margaret! O nome dela é Margaret! - o menor se intromete.
-Mas pode me chamar de Marga.- Diz ela com um grande sorriso no rosto.
-Bom dia, Onde está o meu pai?
-Está no escritório, quer que eu o chame?
-Nao nao.. Ele nunca me fez companhia no café mesmo..
-Mas eu posso! E a mãe tambem, nao é?
- Claro filho. - a mulher abraça levemente o Yarin.
Aquela cena me deixou um pouco triste e com saudades.
Saudade do que eu não vivi.
(Quebra de tempo)
Na escola.
Me sinto um pouco fraco.
A Hellena e o Yarin estavam bem grudados hoje. Sentaram perto um do outro e conversaram bastante.
No intervalo, ao invés de comer na cantina, fomos para debaixo de uma arvore em um local pouco movimentado da escola.
- Tá, mas tu percebeu que a Saray estava olhando pra Roberta com um ódio no olhar?- Yarin fala em um tom mais baixo enquanto arranca uma flor rosa.
- Cara, eu acho que foi por causa do Torne. Soube que a Roberta tinha terminado com ele.(H)
-Mas eu tava sabendo que a Roberta pegou o Torne com...- (Y)
Eles pareciam que se conheciam a anos. Minha cabeça dói desde manha. Aquele sonho me deixou confuso e intrigado.
-hm..ai..- deixo escapar um grunhido enquanto pensava.
-Vance?.. ta tudo bem?- Yarin perguntou preocupado.
-sim sim.. - Me recosto no tronco da grande arvore.
-Tá doente? voce me parecia pálido desde que chegou..- Hellena diz colocando a mao na minha testa.- Esta quente.. nao é melhor levar a enfermaria?
- Eu levo ele e voce pede para ligarem para-(y)
- Nao precisa gente, eu to bem.- Tento me levantar e quase caio.
-Vai lá, Hellena eu cuido dele.- Yarin pega meu braço e me guia ate a sala de enfermagem da escola.
(Quebra de tempo)
(Casa)
-Será que nao foi algo estragado do café da manha?.. mas eu comi tambem..- Yarin tentava entender o que acontecia comigo.
-Ele está com febre alta senhor, mas ja ja irá baixar com esse chá que irei dar.- Ouvia-se uma voz feminina do outro lado da porta.
-Foi do nada Vance? Voce fez algo? está doendo em mais algum lugar? (Y)
Margaret entra no quarto segurando um copo de porcelana azul com uma espécie de chá.
-Calma Yarin, tem que dar espaço para ele. Tome isso meu anjo, vai melhorar.
Minha cabeça dá uma forte pontada, e antes mesmo de pegar o copo eu apago.
Caio no mundo dos sonhos.
Vejo o Yarin com uma flor branca chorando em um tumulo. A Margaret passa do meu lado com um vestido branco com renda e uma coroa de flores na cabeça. Ela parece triste. Eu chamo e ela nao me escuta, só prossegue.
Yarin levanta e anda em direção ao buraco onde seria enterrado o morto, mas a Margaret intervém e se joga primeiro.