Contextualização

4.2K 255 29
                                    

Como esse é meu primeiro romance de época ambientado na Europa e inspirado em eventos históricos reais, sinto que preciso fazer algumas sinalizações e esclarecimentos. Não pule essa parte, pois ela é importante.
______________

Foi por volta do fim do século XVIII, no ano 1772 que a abolição da escravatura se deu dentro do solo britânico, a própria corte julgou ilegítima a manutenção dentro de seu território da escravização de africanos  e seus descendentes

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Foi por volta do fim do século XVIII, no ano 1772 que a abolição da escravatura se deu dentro do solo britânico, a própria corte julgou ilegítima a manutenção dentro de seu território da escravização de africanos  e seus descendentes. Mas isso se restringiu as terras britânicas, dentro do seu domínio ultramarino, ou seja, nas terras que colonizava e explorava,  por resistência de colonos, grandes comerciantes de escravizados  e produtores de plantações cuja a mão de obra era escrava, a abolição em suas colônias começou mais tardiamente, por volta de 1833, quando a Inglaterra passou a aboli gradualmente a  escravidão em suas colônias.

Dito isto, saliento novamente que a história se passa anos após o fim da escravidão na Inglaterra. No ano de 1870 pra ser mais precisa. Ou seja, nem Bonnie, nem nenhum negro qualquer citado  aqui  são escravizados.

A presente história é contada dentro do governo da famigerada Rainha Vitória, cujo reinado causou tanto impacto que marcou uma era, que veio a ser conhecida dentro da narrativa histórica como "Era vitoriana".  Onde os excessos eram louváveis. Excesso de roupas; excesso de moralismo; excesso de drama, romance e sexo.

Os casamentos arranjados já não eram tão estimados, o que estava em alta eram os galanteios, o amor romântico, a conquista e a construção da família heteronormativa.

Essa foi a época das mocinhas pálidas, pequenas e frágeis. A era da corte. Dos bailes. Do amor romântico.

A Inglaterra estava iniciando  seu segundo processo de industrialização, que ficou conhecido como segunda revolução industrial, onde os pequenos-grandes avanços que marcariam para sempre nossas vidas,  começaram a ganhar moldes, mas ainda, moralmente falando, a sociedade vivia presa a seus preceitos e concepções arcaicas quanto o lugar social da mulher,  e o forte idealismo puritano das relações sexuais. As mulheres eram educadas para ocuparem o lugar de esposas castas e submissas, mães amorosas, e senhoras de respeito e respaldo social.  Não as julguem com os  olhos atuais. Aquela era outra realidade.

Os negros britânicos, ou como diziam na época, as pessoas de cor, não era maioria em solo britânico, mas estavam lá e faziam parte da sociedade, quer entre as camadas populares, quer entre a aristocracia mesmo que em mínima representação.

Saliento também, que os países viviam seus próprios momentos históricos. A vida pós abolição na Inglaterra não era a mesma realidade vivida no Brasil, que nesse recorte específico, sequer tinha  abolido a escravidão.  A Inglaterra vivia seu próprio  tempo histórico e o Brasil o seu. Não busque semelhanças. Não faça comparações.

Enfim,  foi na tentativa de contar uma história de época cuja personagem é uma mulher negra, biracial, meiga e apaixonante que escrevi "A escolhida do duque." A fim de entretenimento, isso não é um manual educativo de época, ou 100% fiel a realidade. Aqui é ficção. Me deixem contar uma história inventada e  idealizada.

Bonnie aqui não vai viver assolada pela opressão do racismo, não farei disso impedimento para que meu sonho de ver uma mocinha de época negra viver seus próprios  dramas amorosos se concretize. Não vou me limitar a falar só de racismo. Falarei, mas não é o enredo central. Porque não quero. Já sinto na pele diariamente.  Quero falar de safadeza e romance. E escrevi safadeza  e romance.

Isto não é um romance histórico. É um romance de época. É ficção. Sem pressão por favor.

Nem todos bairros e rios  aqui citados são reais.

Bonnie aqui  é uma donzela, a mais caricata possível. Uma menina‐mulher que vivia, sonhava e se comportava conforme sua época. Uma apaixonante senhorita que roubará o coração do aristocrata Lorenzo, o duque de Livingston, nobre da corte britânica, o mais requisitado de  toda Londres, que se apaixonará perdidamente por ela assim que a ver pela primeira vez.

Se desejam embarcar nessa comigo, sejam bem-vindas!

A escolhida do Duque (Bonenzo)Onde histórias criam vida. Descubra agora