500 years - Spencer Reid's Fanfic - Versão em PT-Br

Parte 17

A noite estava linda, apesar do frio. As estrelas estavam aparentes, a rua iluminada, ou ao menos era assim que tudo parecia. Apesar dos 5°C e do vento, Camilla estava claramente envergonhada, já que sentia a face aquecer ao olhar para Spencer, ou melhor ela estava nessa situação justamente pela forma com que ele a estava olhando desde que ele havia chegado.

Ao saírem do prédio Spencer já havia pedido um carro de aplicativo, que chegaria em alguns poucos minutos. Ele aparentava estar tão envergonhado quanto Camilla, ou quem sabe um pouco mais, visto que ele não sabia ao certo o que fazer com as mãos, já que as colocava e retirava insistentemente dos bolsos. Talvez por volta do terceiro ou quarto sorriso tímido trocado entre eles, sem desviar o olhar, encarando aqueles belos olhos verdes, Spencer deu-se por vencido, já que estava lutando consigo mesmo para evitar parecer emocionado ou empolgado demais com o encontro, e finalmente a elogiou. Dizer que ela estava bela era quase um pleonasmo, Camilla estava deslumbrante. Ao notar o novo crescente rubor na face dela, ele quase desculpou-se, mas ela então sorriu tímida e fez uma piada apontando para o próprio traje e chamando-o de "roupa velha" e quando ele sorriu abertamente ela agradeceu colocando uma mecha do cabelo atrás da orelha.

Havia uma tensão entre eles, um silêncio que insistia em aparecer, talvez fosse melhor descrito como uma eletricidade, uma vontade inexplicável de estar fisicamente perto. Antes que qualquer coisa pudesse ser novamente dita, o carro chegou, Spencer abriu a porta e em um ato de cavalheirismo esticou a mão para ajudá-la a entrar no carro. Ele por fim deu a volta no veículo, entrou, cumprimentou o motorista e confirmou o endereço para onde estavam indo.

No carro Camilla rendeu-se a chamada eletricidade e se aconchegou perto dele, encostando a cabeça no ombro de Spencer, que apesar do susto, resquícios da sua fobia de germes e de toques inesperados, ficou muito confortável naquela posição ao sentir aquele perfume, então suave e intenso ao mesmo tempo, ele então percebeu que na verdade era ela que fazia com que ele ficasse realmente confortável com todos aqueles toques e com aquela proximidade, o que definitivamente era uma novidade para ele.

A viagem até o restaurante foi agradável, eles se olhavam algumas vezes, sorriam, conversaram sobre pequenas trivialidades, ela pegou o celular e mostrou alguns posts de uma rede social, que ele obviamente nunca havia ouvido falar, sobre músicas e artistas que ele desconhecia, e cada vez que ele perguntava quem era, a risada dela tomava conta do carro, o que contagiava até mesmo o motorista. Cerca de 15 minutos depois eles estavam na esquina próxima ao restaurante.

Ao descerem do carro ela notou que ele havia se apressado para abrir a porta dela mas ela infelizmente havia sido mais rápida. Camilla riu e disse que da próxima vez esperaria por ele, quase que automaticamente ela percebeu o que havia dito e se envergonhou ao tentar explicar que não estava antecipando nada e que eles somente teriam outro encontro, caso aquele encontro funcionasse, e que não estava esperando que nada de mais acontecesse, a não ser que eles quisessem, mas que não havia nenhuma necessidade. Ela deve ter "tagarelado" por alguns segundos até se desculpar novamente por estar divagando. Reid definitivamente divertiu-se ao ver o rubor que tomou conta de Camilla, ele sorriu abertamente, e lá no fundo adorou ver que ela ficava ainda mais bonita quando falava demais. Podia ouvi-la por horas sobre qualquer assunto.

Eles então começaram a caminhar lado a lado na direção do restaurante quando Camilla resolveu quebrar o silêncio.

"Eu realmente ainda não sei como te agradecer pelo livro" disse ao se entrelaçar no braço de Spencer cuja mão estava no bolso no sobretudo, então aproveitou para aperta-lo conta o próprio corpo encostando a cabeça no ombro dele, em uma espécie de abraço desajeitado. Ao olhar para cima Camilla finalmente percebeu a diferença de altura entre eles, mesmo estando de salto, era possível dizer que ele deveria ser no mínimo uns 20cm mais alto que ela, o que estranhamente a fazia se sentir protegida.