Capítulo 4

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Pam não sabia como esperava que Harley fosse fora do uniforme, mas não ficou muito surpresa quando a garota finalmente saiu do vestiário, vestindo shorts, uma camiseta de beisebol amarrada e tênis Adidas. Ela riu apesar de si mesma.

— Harley, é fevereiro.

Harley piscou.

— Sim, eu sei em que mês estamos, Ruiva.

— Você não está, não sei, com frio?

Harley riu e passou por ela, indo em direção ao estacionamento do ginásio, onde ela sempre estacionava.

Pam ficou para trás enquanto sua equipe embarcava no ônibus para voltar para Gotham Prep, recebendo alguns olhares estranhos de seus companheiros de equipe. Mas eles a respeitavam (ou pelo menos a temiam), então ninguém disse uma palavra. Nem mesmo o treinador Wayne. Selina olhou para ela, mas quando Pam arqueou a sobrancelha e ergueu o queixo com orgulho, a assistente técnica apenas revirou os olhos e sacudiu a cabeça.

— Comporte-se bem, Pamela. — Disse Selina e voz baixa, mas havia um brilho em seus olhos quando ela piscou e se virou em direção ao ônibus escolar.

Pam nunca demorava muito pra se arrumar, mas descobriu então que Harley gostava de tomar banhos longos e luxuosos depois do treino, e a última de suas companheiras de equipe já havia se vestido e ido para a casa quando a loira se juntou a Pam do lado de fora do vestiário e conduziu-os em direção ao ginásio.

— Bom, esta sou eu. — Disse Harley limpando a garganta enquanto se aproximavam do outro lado do estacionamento. O olhar de Pam seguiu o de Harley e sua mandíbula se contraiu.

Era uma Harley.

— Oh meu Deus. — Pam sorriu. — Oh, isso é foda. Claro que você dirige uma moto. Uma moto Harley Davidson. Você realmente abraçou sua marca, não é?

Harley sentiu uma onda de orgulho no peito. Pam vacilou.

— Oh Deus, esta não é aquela em que você foi concebido, é?

— Eca, Ruiva, não! Essa já se foi a muito tempo. Eu não tinha dinheiro para comprar um carro e minha mãe precisava do dela para ir e voltar do trabalho. Então, foi um trabalho de conserto do ferro-velho.

Pam circulou a moto algumas vezes, observando-a. Para uma suposta sucata de quintal, Harley tinha feito um trabalho fenomenal pra caralho, fazendo com que parecesse que era totalmente nova. Era esguia, com pintura preta e um pequeno decalque com o logotipo de um diamante vermelho no lado direito do tanque de combustível. Pam sorriu com a referência sutil para o time de softball. Ela percebeu que a moto era uma fonte de orgulho para Harley pela maneira como a garota em questão parecia cinco centímetros mais alta e estava praticamente radiante ao seu lado, e Pam se viu sorrindo também. Endireitando-se, ela limpou a garganta.

— Então, onde vamos deixar nossas coisas?

— Normalmente coloco o que posso nos alforjes e coloco o resto nas costas. — Respondeu Harley, já fazendo exatamente isso. — Há espaço suficiente para nós dois. Eu mantenho um segundo capacete em um dos alforjes, se você usá-lo vai liberar espaço.

É claro que Pam iria usar porque você sempre deveria praticar a porra das regras de segurança.

A viagem terminou muito mais cedo do que Pam gostaria. Ela nunca admitiria isso para ninguém, mas andando na garupa de uma motocicleta com Harley entre as pernas, os braços em volta da loira com força, o rosto apoiado em suas costas, Pam se sentiu mais perto da paz do que em um período muito, muito longo de tempo.

Mas todas as coisas boas tinham que acabar, e seu estômago estava começando a roncar, então quando ela sentiu Harley pisar no suporte e inclinar a bicicleta em um ângulo, ela pulou rapidamente (talvez um pouco rápido demais).

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