1 ano e dois meses- Tokyo, Japão.
Se passaram um ano e dois meses da ida de Jimin, eu achei que com o tempo a dor e a saudade iriam amenizar, mas após eu ver o noticiário, um dia após receber sua carta, não tinha mais certeza de nada.
Eu frequentava a casa dos Park e cheguei por vezes a dormir no quarto do mesmo, foi uma forma ao qual encontrei de me manter sempre ligado a ele. Dona Jyhu, adorava minha companhia, passamos algumas tardes conversando e tomando café juntos, ela fazia questão de contar histórias de sua infância e de como era arteiro, mesmo com a dificuldade na fala, não deixava de sorrir e tentar socializar na escola.
Claro que sua voz rouca fora alvo de chacota mas era também uma perdição para as garotas. Pense, um garoto de dezesseis anos e com voz de homem mais velho, lógico que iria despertar o interesse em muitas.
Mas a mesma disse que Jimin nunca se relacionou com nenhuma delas, ele era muito centrado e tinha um destino traçado e que necessitava seguir. Me surpreendi quando ela me disse que Jimin já pensou em largar tudo para se tornar um confeiteiro, uma parte dele que eu não conhecia.
Ele amava bolos e amava ainda mais fazê-los, mas tudo acabou por se tornar um hobby e sua paixão se tornou completa ao exército.
Ela disse que após minha adolescência notou meus olhares a Jimin, mas pensou ser algo passageiro e sem um futuro.
Paixão adolescente.
Hoje ela vê que nada foi passageiro e disse estar feliz por termos conseguido nos acertar antes de sua ida. E em um desses dias acabei por receber uma ligação desconhecida, de primeira cogitei ser ele mas quando ouvi a voz alegre soube que não.
Mais animada do que nunca, noona Eubin dizia estar querendo me ver, saber sobre mim e como minha vida estava. E com um convite sem recusa, acabei viajando ao Japão diretamente para sua casa.
Sua noiva, Rose, era muito divertida e fofa. Era evidente o amor que compartilhavam.
Rose tinha um estúdio de tatuagem, e eu acabei criando um interesse por isso e indiretamente perguntei o quanto ela cobrava por uma tatuagem no centro do meu peito, a mesma ficou radiante por eu estar interessado em seu trabalho, que após ver as fotos fiquei boquiaberto.
O realismo era impressionante assim como os 2D que pareciam melhores do que os da televisão.
- Relaxe tudo bem, qualquer coisa é só pedir para eu parar, só não se mova, para não te machucar. Okay?
Ela colocava as luvas rosas logo após a máscara preta.
- Tudo bem...- mesmo sentido um leve frio por estar sem camisa me permiti relaxar, foram seis horas de sessão, dizer que não doeu é hipocrisia mas foi suportável.
Quando me olhei no espelho, sorri bastante, por mais que dissessem ser uma tatuagem feminina, eu amei fazer. Era uma rosa azul, simples mas que significava bastante para mim.
- Obrigado Rose, ficou perfeita!
- Tenho que admitir que ela ficou linda no seu peito, te trás um ar mais puro. Eu fiz um azul escuro claro para dar um ar de renascimento, como se saísse das sombras em busca da luz.- ela sorriu em minha direção e logo bateu as mãos- Vamos cobrir e eu vou te ensinar como cuidar e proteger.
[•••]
- Jungkook, pode me ajudar com essas caixas? Eu não consigo sozinha não...
- Okay Noona, estou indo!
Me levantei e fui em direção a noona para ajudar a mesma com as caixas da mudança.
Algo que reparei nos apartamentos do subúrbio, era que quase todos não tem elevador, e quando tem, só cabem duas pessoas.
Agradeci internamente pela noona morar no andar de baixo, assim só subo poucos lances de escada.
Quando tudo estava dentro do apartamento eu pude respirar aliviado, eram muitas caixas.
Eu vim para o Japão não somente pela curiosidade de saber como a noona estava, mas também queria aproveitar para tirar minhas férias da faculdade a qual faltava só um semestre para eu concluir. Estava tudo certo, assim como meu TCC, que admito estar impecável.
- Vem Jungkook... depois arrumamos isso, eu comprei uns chás novos e quero ver se você gosta!
Noona gritou da bancada da cozinha e eu deixei o que fazia de lado e fui ao seu encontro. Ao sentar na bancada, percebi que tinha uma xícara azul com o chá já dentro, o cheiro se assemelhava ao morango e aquilo me deixou entorpecido.
Após uns minutos, somente em silêncio, noona me chamou e eu acabei por sair de meus pensamentos conturbados.
- Jungkook... eu sei que é recente tudo isso, mas, como você está? O Park... ele falou com você desde de que voltou para Israel?
Soltei um riso triste, mas suave, tomei mais um gole do chá levemente adocicado e me permiti falar sobre o que sentia com alguém além de Tae Hyung-Hyung.
- Sabe, Noona, eu estou levando a vida, não poderia largar tudo o que tinha por uma tristeza de algo que eu sabia que iria acontecer... Jiminie falou comigo uma vez, por carta, de primeira eu não entendi nada... mas quando mostrei a Taehyung-Hyung, ele disse estar em códigos, uma forma de não interceptar o nosso contato. Ele dizia estar bem e que estava com saudades, as coisas por lá estão difíceis, os rebeldes não querem ceder e isso só complica a invasão deles à capital. E sempre que eu lembro do final me dói como nunca... ele dizia me amar tão intensamente que isso o estava dando forças para continuar. Depois desse contato, o jornal anunciou que os rebeldes soltaram bombas na direção dos acampamentos dos soldados... Noona, será que acabou como eu estou pensando? Se for eu vou odiar ele tanto mas tanto, por me fazer amá-lo tão intensamente que eu vivo esperando notícias a seis meses, e se eu pudesse, noona...- soltei um suspiro angustiado passando minhas mãos por meus cabelos - Eu teria ido lá vasculhar cada canto atrás desse homem, mas eu não posso, estou vivendo com a esperança de que ele esteja vivo e bem. Me perdoe o egoísmo e falta de empatia, mas eu rezei que fosse qualquer um em seu lugar, menos ele...
Deixe-me desmanchar em lágrimas e soluços, noona me surpreendeu com um abraço e eu me permiti retribuí-la.
[•••]
Adormeci no sofá da noona, após nossa conversa um pouco angustiante, ela me convenceu que era melhor eu dormir um pouco após me desgastar daquela forma.
Acordei com meu celular tocando e mesmo sonolento o atendi, tentando colocar minha mente no lugar.
- Alô... - ouvi um ofegar e quando estava pronto para questionar novamente "quem era?", ouvi a voz que eu desejei ouvir há quase um ano.
- Amor...cadê você?
Com a surpresa me levantei levando minha mão à boca segurando o grito choroso que estava quase saindo e com um fio de voz me deixe respondê-lo.
- Jiminie...?
-Meu amor, cadê você? Hum? Estou com tanta saudade...
- Ah Jiminie...- Apoiei meu corpo no sofá e deixei as lágrimas molharem meu rosto abundantemente- Eu estou no Japão, como? Meu Deus...
-Calma meu bem, eu te espero, está bem? Não se desespere... Não irei mais embora.
- Eu vou pegar o primeiro voo ao seu encontro! Eu estou indo...
- Ei? Jungkookie? -mesmo afobado e quase tropeçando tendo noona em meu encalço, deixei um murmurar em resposta. Estava sem palavras, meu corpo agia no automático. Na necessidade - Eu te amo...
Parei no lugar e soltei um suspiro molhado secando meu rosto com minha mão. Sorri minimamente e concordei mesmo que não pudesse me ver.
-Eu também te amo Jiminie...
Notas da autora:
Agora tudo irá se desenrolar, espero que tenham gostado do capítulo. Ele foi revisado umas duas vezes, mas mesmo assim pode ter erros ortográficos.Uma boa semana e até a próxima.
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DESEJO 2:DE VOLTA PARA CASA | JIKOOK •REPOSTANDO•
RomansaCapa: Jkbhello e Sexy Baby Monster Continuação do Livro "Desejo"; para entendimento dessa obra é recomendável ler o primeiro livro para total compreensão dos fatos. Após momentos de tensão e descobertas, o jovem casal poderá ter uma chance de recome...