Parte 2 - O Elfo

411 25 6
  • Dedicado a Joceli Aquino
                                    

Jord se aproximou daquele ser reptiliano, que possuía dois grandes dentes para fora da boca. O dragão, que estava deitado num buraco feito por ele mesmo. Jord, um dos doze elfos moradores daquele lugar, estava furioso com o que o dragão havia feito no solo, bem próximo a onde ele vivia. Relutante, ele chamou pelo grande réptil.

- Ei, ei! Você ai!

O dragão pareceu assustado ao abrir os olhos verdes. Ele sacudiu a cabeça como se estivesse retirando um pensamento ruim que lhe ocorrera. Ele ergueu a cabeça, franzindo o cenho. O réptil bufou, tentando fazer com que o elfo se afastasse dele. Mas aparentemente o homenzinho não queria sair dali.

- Sabia dragão, que você está em terras protegidas pelos Doze Grandes Elfos? – indagou o homenzinho, de baixa estatura e olhos brilhantes. – E que é uma ofensa destruir o território de um dos Doze Grandes da forma que você o fez?

Ryan olhou ao redor. A única coisa que ele havia feito era ter aberto um buraco num dos morros para que pudesse se esconder e passar a noite. Ele não sabia que o elfo morava ali, e nem tinha a intenção de ser ofensivo. Ryan apenas queria se esconder.

- Rrrrr! – rugiu Ryan, na esperança de que o elfo entendesse.

O homenzinho balançou a cabeça.

- Então você não é um dragão de verdade.

- Rrrr…

- Você está me dizendo que é um garoto que foi amaldiçoado?

O dragão assentiu.

- E como isso foi possível? – Jord sentou ao lado de Ryan.

Ryan, rugindo, gemendo, e assentindo toda vez que o elfo fazia uma pergunta certa, contou a história para o homenzinho, que se viu bem interessado no que Ryan tinha a dizer – ou rugir. Com um longo tempo de “conversa”, Jord pôde concluir a história.

- Então você é um rapaz de 17 anos, que mora com a família aqui nesta pequena cidade, que teve os ancestrais amaldiçoados há centenas de anos por uma bruxa, e que não tem como desfazê-la?

Ryan assentiu.

- Nossa… então a situação é crítica, hein – comentou Jord.

A noite foi passando, e Jord contou a Ryan que morava ali havia décadas, mas que há séculos não via um dragão tão de perto. Ele disse que era um prazer ver um. Ryan, de certa forma, se sentiu lisonjeado.

- Rrrrr!

- Você quer o quê? Encontrar uma forma de desfazer a maldição? – perguntou Jord. – Mas isso é impossível, não é?

- Rrrrr… - Ryan rugiu querendo dizer algo como: “Eu sei, eu sei, mas preciso encontrar uma forma de acabar com todo esse sofrimento”.

- É verdade. Deve de ser terrível se transformar num dragão quando se é apenas um jovem adolescente. Mas quem sabe um dia você consegue… - O elfo se interrompeu, lembrando-se de algo que passara vagamente por sua mente. Algo que poderia ajudar Ryan em sua busca. – Por que eu não me lembrara disso antes? Dragão, eu acho que encontrei uma forma de você se tornar normal de novo e acabar com toda essa maldição.

- Rrrrr? - Ryan perguntou algo como: “Mas como? Isso é realmente possível?”.

- Suponho que sim, meu jovem dragão. Há séculos, provavelmente na época em que seus ancestrais foram amaldiçoados, havia uma pedra capaz de transformar qualquer pessoa em dragão e qualquer dragão em pessoa. Era a Pedra Dragão. A única coisa que era necessária era o possuidor da Pedra recitar algumas palavras mágicas e ponto, a magia acontecia. Claro que dragões não sabem falar, então era necessário uma bruxa ou outra pessoa qualquer para ajudá-lo.

Ryan esboçou o que parecia ser um sorriso. Sua animação aumentou de 2 para 10. A única coisa a fazer era encontrar essa tal Pedra Dragão. Mas logo sua animação o deixou, pois ele não tinha a mínima ideia de onde poderia começar a procurar por este artefato mágico.

Ryan perguntou a Jord, que respondeu:

- Só há uma forma de saber. Viajando para Fernando de Noronha.

Ryan e a Pedra-Dragão (Conto)Onde histórias criam vida. Descubra agora