Felix orquestrou um plano por quatro anos para conseguir realizar seu sonho de ser um modelo reconhecido mas ele só tinha um simples obstáculo a sua frente "seus pais", que sempre deram de tudo começando da casa, carro, faculdade e uma conta bancari...
Félix nunca precisou se preocupar em como pagar suas despesas, pois seus responsáveis sempre supriram todas suas necessidades sem questionamento, que iam da casa com empregados, da melhor faculdade, do melhor carro e, uma conta bancária de causar inveja mas ele sabia que isso tudo chegaria ao fim quando os pais soubessem para que carreira o filho estava voltado a seguir, seus pais eram advogados, tinham um escritório de grande prestígio com um reconhecimento internacional, é claro que eles queriam que seu filho mais velho seguisse o mesmo caminho mas o destino tem suas contrapartidas e nessa família não seria diferente.
Em mais uma manhã a caminho da faculdade, Félix para na garagem de frente ao seu carro olhando o aplicativo de um banco que os pais nem sonham que existe a mais de quatro anos em seu nome, Félix concluía mais uma transferência, com seu futuro turbulento mais próximo a porta dos ouvidos de seus pais com a notícia de que não chegaria a formatura de direito, o deixava com extrema ansiedade fazendo arrancar os cantos das unhas, fechando o aplicativo e bloqueando o celular, Félix destrava o carro entrando, ligando e indo em direção a saída da mansão que morava desde pequeno, passou pelo jardim e logo chegando no segurança que ficava na guarita, acenou e seguiu percorrendo as ruas da Austrália para a tão famosa faculdade que os senhores Lee tanto almejam e que Félix passou com maestria como os pais sempre quiseram.
Ao som de BOCA de Dreamcatcher, Félix chegou no estacionamento da faculdade, pegou sua mochila abarrotada de documentos e livros do seu curso, desceu travando o carro, caminhou pelo gramado lembrou do seu amigo Christopher deitado naquela mesma grama lendo um dos obrigatórios livros do curso, Chan já tinha se formado em Direito com maestria e agora residia na coreia a dois anos, Félix sentia saudades do amigo que mais sentia como um pai para si, respirou fundo entrando naqueles corredores do imenso prédio sufocante de um século que Félix não fez e nem faz questão de saber.
Mal passando pelas portas da sala de aula foi recebido por um grupo de estudantes do primeiro período com caras de desespero, Félix deu um sorriso, como ele era o monitor daquela matéria isso era normal acontecer dos alunos virem ao seu encontro para tirarem as dúvidas, que naquele caso estava parecendo mais tirar o pai-da-forca.
— Lee Felix, por favor nos ajude. - saiu como um coro com todos falando ao mesmo tempo.
— Vamos sentar que eu vou ajudar vocês. - Falou indo para seu lugar sendo cercado por estudantes aflitos.
Félix passou a manhã toda tirando as dúvidas, explicando a matéria de sua monitoria e não só ela para os calouros desesperados. Olhando para o relógio no seu pulso esquerdo viu que estava na hora de ir para agência, tinha que finalizar um contrato pois começaria uma campanha na coreia, o CEO gostou muito do porte físico e de seus olhos negros, assim ficou sabendo pela radio corredor da agencia, Félix soube que o queriam no outro país o mais tardar em um mês, então Felix só tinha menos de 15 dias para arrumar suas coisas e dar a noticia que seus pais nem sonham receber.
Félix não precisava ser monitor de disciplina e nem receber por ela, mas usava isso como desculpa para poder desaparecer nos dias que dizia ter monitoria, com isso não precisava comparecer no escritório dos pais onde fazia seu estágio quando precisava ir à agência de modelos que tinha sido aceito no mesmo ano da faculdade de direito. Como Félix sempre foi organizado e sabia programar bem seus dias e horários, nada saia do seu controle até então.
Félix chegou à agência logo depois do almoço e foi direto para a sala da presidência, sendo recebido pela secretária que autorizou sua entrada, Félix foi na direção da enorme porta de vidro que acompanhava do mesmo tamanho uma carta Color Joker como emblema que identifica a agência e à quem ela pertence, ao abrir a porta e pedindo licença foi em direção a mesa retangular que estava no fundo da sala com uma placa escrito "JIWOO - CEO", a loira estava de costas olhando para janela, observando a cidade que não parava, virou sua cadeira para frente olhando para Félix, apontou com a mão para que sentasse.
— Lee Félix, boa tarde. - A loira com seu terno branco sob medida impecável deu um meio sorriso e encarou Félix, que se arrepiava toda vez que tinha contado com a dona do mesmo.
— Boa tarde, Jiwoo Nim. - Félix respondeu fazendo uma reverência e em seguida sentando na cadeira indicada. Félix lembrou da primeira vez que fez contato com a Jiwoo Nim:
Felix estava em uma cafeteria com BangChan hyung, conversando sobre sua carta de aprovação da faculdade que tinha chegado em sua casa, de como seus pais estavam felizes e logo em seguida reclamando suas lamúrias de não fazer o que gostava que era modelar, as únicas oportunidades que o australiano podia fazer o que gostava era na escola enquanto participava dos concursos das gincanas, escondido dos pais, neste momento uma mulher se aproximou do Chan, o mesmo comprimentou e apresentou-a para Félix, que passou um bom tempo encarando-o já deixando-o incomodado, a loira percebendo foi logo se apresentando e informando que era CEO da Agência K.A.R.D. e que tinha gostado do que estava vendo, bem como Christopher tinha dito por telefone a ela, entregou um cartão pessoal ao Félix, pedindo para ele ir na empresa assim que possível.
Christopher foi um divisor d'águas na vida do Félix, ele sabia da fama dos Senhores Lee, como eram rigorosos na educação e nas amizades dos filhos, só deixaram Christopher permanecer na vida do Félix porque os pais do mesmo eram promotores. Sabendo do desejo de seu dongsaeng, não poderia ficar sem dar uma ajuda, então ligou para Jiwoo, falou da situação delicada do Félix que não podia ter muita visibilidade no primeiro momento e nem aparecer em outdoor pela Austrália pois, se os Lee descobrissem Christophe nem queria imaginar o que aconteceria, era mais como um trabalho trainer. A antiga amiga no primeiro momento que ouviu esse absurdo mandou Christopher ir "se foder" com uma risada debochada.
— Tá querendo me foder BangChan? Você fica anos sem mandar notícias e quer empurrar um garoto que não poderá aparecer em revista e nem outdoors? Vou fazer o que com esse garoto, enfiar no cú?
BangChan respirou fundo tocando com a mão livre as têmporas, tinha esquecido como a amiga é desbocada e perdia facilmente a paciência.
— Você tá comendo esse rapaz Chan? -Jiwoo perguntou em um puro deboche.
BangChan não respondeu a pergunta mas falou:
— Só vai a cafeteria que mandarei o endereço e veja com seus próprios olhos, aí você toma a decisão. Só para lembrar que minha noona me deve um favor.
Bang encerrou a ligação antes que escutasse os seus antepassados serem amaldiçoados e enviou a mensagem com o endereço e horário onde estaria com Félix.
Continua...
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