Eu não chamo de amor
o que acontece comigo
quando olho pra você.
é que seria muito simples
limitar essa sensação disrítimica
com um termo assim, tão corriqueiro.
quer dizer, eu até te amo,
mas pra nós dois,
só o amor
não basta.
é muito mais do que...
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Realmente, o quarto era pequeno, estava mais para uma dispensa do que um quarto, mas por uma noite isso iria servir.
Muito melhor do que um banco de praça.
- Bom, é aqui, não tem muito espaço mas vai da para você descansar. - ele me observava, de novo, não sei o que esse jogo de encarar significava para ele porém isso ja estava me irritando - Pode usar o banheiro dos clientes, fique a vontade, eu vou indo nessa.
- Obrigada mais uma vez... éh eu não sei seu nome.
- Me chamo Blake e não precisa agradecer.
- Eu sou a Aurora.
- Um belo nome, combina com você... éh boa noite.
Nem tive tempo de desejar uma boa noite para ele, ele já tinha ido. Olho ao meu redor, isso definitivamente era uma dispensa, tinha vassouras jogadas em um canto e alguns produtos de limpeza ao lado, nas prateleiras tinha mais bebidas alcoólicas,e, logo no meio daquele cubículo tinha uma espécie de cama que quando se sentava ela rangia.
Saio do pequeno cômodo partindo em direção aos banheiros, o local estava completamente vazio, poderia ser até assustador mas naquele momento, eu estava precisando de um lugar vazio e calmo para pensar.
Tantas coisas aconteceram em apenas 24 horas, em um momento eu estava na minha casa com os meus pais, logo depois eu ja estava dentro de um ônibus vindo para faculdade, como se nada tivesse acontecido. Até parece uma grande mentira tudo isso, penso que em algum momento eu irei acordar e tudo isso na verdade era um sonho, ou melhor, um pesadelo.
No entanto, não era isso que estava acontecendo, tudo foi real. Tudo foi a fudida realidade, não queria acreditar que eles morreram, não queria acreditar que tudo que vivi foi uma fachada. Eles não eram quem eu pensava que fossem, nem eu me reconheço mais.
Tudo uma grande e fudida mentira.
Ainda assim, sei que os sentimentos eram verdadeiros, pelo menos isso eu poderia sentir que era verdade.
Acabo de fazer minha higiene e volto para o cômodo pequeno, assim que me deito sinto todo meu corpo tremer só pelo simples fato de que finalmente vou conseguir descansar, tudo foi não rápido, um verdadeiro caos.
Caiu no sono rapidamente, nem foi preciso muito esforço para isso.
- Aurora. - escuto uma voz me chamando mas não consigo vê quem é, isso me parece familiar.
- Aurora, filha. - é a minha mãe - Filha, você tem que se esconder.
Ela parecia esta com medo, o que estava acontecendo?
- Anda Aurora, se esconda. - posso escutar meu pai dizer.
- O que esta acontecendo? - eu sinto o desespero me atingir, eu não consigo pensar.
