Eu ainda tenho plena consciência de que sempre, ao voltar para o centro inflamável de Verona, sou duas pessoas: a garota de cabelos selvagens longos e castanhos com sabor quente de vinho nos lábios, caçadora de poesia com crucifixo chamuscando no colo, vestido de verão e juras de amor pulsando nas linhas de um diário azul; e a de cabelos finos, olhos fundos, brilho perdido e perfume de canela atrás das orelhas, irremediavelmente podando as astromélias cabisbaixas e curvas que crescem quase sozinhas rente ao arco da entrada principal da casa pintada de branco duas vezes ao ano, dissolvida em lágrima de nostalgia. A que viveu ardentemente e a que tenta viver novamente com ao menos uma fração deste calor. Escritora em decadência e estrela furtiva.
E as duas são, ininterruptamente, dele.
N/A: Elementos geográficos e climáticos que se referem à Itália desta história são, em sua maioria, fictícios; o mar, estradas e cidades-fantasma comentados aqui são meros devaneios da autora.
Obs.: recomendações de música para leitra do capítulo estarão logo abaixo do título, sinalizados desta forma: ✧♬
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❝ Summer Wine Vol. II ❞ + kth
FanfictionEm 1987, enquanto te entregava meu sonho de uma noite de verão em forma de cerejas, vinhos e fugas do internato, sussurramos às estrelas que escrevessem nossos nomes no céu italiano. O meu poeta insondável roubou todas as minhas valsas para sua lábi...
