Uma Memória E Uma Memória

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=Sejam bem vindos a mais um capítulo, tenham uma boa leitura.=

:)



Não rejeitou o nome.

Seu reflexo continuou a sorrir, um sorriso sardônico que Harry tinha certeza de que nunca havia enfeitado suas feições antes. Ele... ele?... parecia... feliz.

Feliz demais.

"Bem-vindo à sua mente", disse a horcrux, seu sorriso ainda maior. Harry mal reprimiu um arrepio. Era muito enervante ouvir sua própria voz, falada a partir de seu próprio reflexo desgrenhado, falando em um tom cadenciado e baixo.

Harry olhou furioso, mascarando seu medo com raiva. "Deixe-me sair", disse ele.

"Da sua mente?" a horcrux disse. Seus olhos - os olhos de Harry - brilharam divertidos por trás dos óculos desequilibrados. Por trás de um painel de vidro amaldiçoado.

"Desta memória", disse Harry com os dentes cerrados. Seu coração batia forte de raiva e medo, mas ele conteve tudo, falando da maneira mais nivelada que pôde. "Deste cofre."

"Do meu cofre," a horcrux respondeu suavemente. Seu tom era condescendente, como se ele estivesse corrigindo um erro óbvio de linguagem de uma criança pequena.

Harry zombou. "A última vez que verifiquei, invadimos o cofre da família Lestrange, não o dos Riddle."

O rosto da horcrux se contorceu instantaneamente - uma expressão de raiva fria e feroz encontrou seus olhos no espelho, e Harry não conseguiu se reconhecer de forma alguma.

Harry se encolheu, esperando que algo dramático acontecesse – que as luzes piscassem; pelo fogo negro e encantado que ainda tremeluzia para atacá-lo; para o chão tremer e sua cicatriz queimar.

Nada disso ocorreu. A expressão furiosa da horcrux desapareceu, e ele estava sorrindo novamente, sua expressão tão melosa e perigosa quanto antes. "E como você conseguiu invadir meu cofre?" ele disse.

Harry decidiu que era mais sensato não corrigir novamente uma fração insana da alma de Voldemort por algo tão arrependido. Foi a vez de Harry sorrir. "Foi fácil", disse ele vagamente.

O sorriso da horcrux diminuiu um pouco, substituído por algo mais sério. Calculando. Como se ele estivesse tentando dizer se Harry estava mentindo ou não.

O que é claro que ele era, e é claro que ele poderia dizer isso porque qualquer que fosse a forma em que ele estivesse, ainda era Tom Riddle! Harry rapidamente desviou o olhar, quebrando o contato visual com seu reflexo e olhando para o fogo. Era a única outra coisa nesta memória que se movia. Sua criança ainda estava estranhamente imóvel no chão, congelada no tempo. O que restou das cinzas de Quirrell foram pedaços de poeira suspensos em um vento estagnado.

"Fácil," a horcrux repetiu. Harry não olhou para ele. "Entendo... Talvez tenha sido fácil para você... Diga-me, como você conseguiu causar tanto mal a Lord Voldemort, Harry Potter?"

Harry se atreveu a olhar para o espelho, vendo que o rosto da horcrux não mostrava nenhuma diversão agora. Ele engoliu em seco enquanto pensava em como responder a isso. O que exatamente essa horcrux já sabia?

Bem, ele tinha visto essa memória. Ele tinha visto o que a parte principal de sua alma um dia se tornaria: uma criança abandonada; pouco mais do que uma súcubo semelhante a um espírito sugando a vida de outras pessoas. Tinha ouvido a história de Quirrell sobre o encontro com Lord Voldemort em suas viagens. E ele viu ele, Harry, quando era uma criança, aniquilando Quirrell completamente com nada além de suas mãos.

Thirst [Tradução]Onde histórias criam vida. Descubra agora