• Capítulo 21;

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Yoongi teve um mal estar enorme, depois de chorar ele comeu mais um pedaço de bolo, eu o fiz trocar de roupa e deitar.

O feriado prolongado acaba amanhã, aconteceu muita coisa nesse meio tempo, que parece até um sonho, um filme rápido que passa na sua mente enquanto você dorme.

Estou feliz que ele vai acabar, porque voltar ao trabalho vai me fazer bem, tenho um projeto novo e estou ansioso para mostrar. Entrei no meu escritório, as coisas já tinham até um pouco de pó, já que com tanta emoção que passei nos últimos dias fiquei pouquíssimo tempo aqui.

Eu desci para buscar uns materiais de limpeza, subi de novo e comecei a limpar tudo antes de começar a espirrar.

Demorou, porque, enquanto limpava a mesa eu liguei o computador, fiz alguns rascunhos e simplesmente esqueci da limpeza, num suspiro eu desliguei minha máquina e voltei ao trabalho. Enquanto tirava a poeira das estantes, peguei alguns livros meus e os folheei, porque fazia tempo que eu não os lia, as imagens deles são tão bonitas que às vezes eu até esqueço que eu quem as fiz. Depois de olhar pelo menos uns 7 livros, lembrei do que estava fazendo. Eu bufei. Talvez eu devesse escrever um livro sobre um garoto com zero foco. Ou uma garota? Talvez uma garota.

Depois de finalmente terminar de tirar a poeira dos móveis, eu peguei a vassoura para limpar o chão, eu fiz um microfone com ela e fingi estar no meu próprio show, mas lembrei de Jimin e minha alegria foi embora. Cabisbaixo, enquanto eu terminava de varrer, eu vi algo que não deveria estar no chão.

– Um caderno. – Eu me abaixei até ele para pegá-lo, como todos os meus cadernos, ele tinha capa do homem de ferro. – Quando foi que eu larguei isso aqui? – Eu o abri para folhear, para tentar me lembrar para que eu o usei. Enquanto eu passava as páginas, descobri que aquele caderno não era meu. – Ah. – É o caderno que eu dei para Jimin quando ele chegou aqui.

Eu não deveria ler. Eu não quero ler, porque não sei se ele gostaria que eu lesse. Eu guardei o caderno numa gaveta e finalmente terminei a limpeza. Aproveitei que já estava ali e limpei o resto do andar e as escadas.

Depois que desci, corri para preparar o jantar.

– Vai fazer o que? – O coisinha voltou, pulando de um lado para o outro na pia.

– Comida.

– Isso eu sei anta, tô perguntando o que vai cozinhar! Carne? Batatas? Legumes? Um pedaço da sua mão? – Ele parecia animado com essa última opção.

– Talvez eu cozinhe você.

– Com certeza meu gosto é melhor que o seu. – Ele mostrou a língua.

– Hm. Canibalismo. – Eu dei as costas para ele, buscando as panelas nos armários, não quero um jantar extravagante, sei que Yoongi merece, mas ele me entenderá. – E se… não não, é cruel demais.

– O que?

– Escrever uma história sobre canibalismo. Você acha cruel demais? – Ele riu, gargalhou.

– Nada é cruel demais para você. – Eu suspirei. Deve ser verdade mesmo, que ideia.

Eu peguei a faca e as verduras. Eu as cortei. Em dois, três, quatro pedaços, e então eu vi sangue. Sangue, sangue e mais sangue. Está na tábua de corte, na faca, em minhas mãos, em minha roupa. Vagarosamente minha mão vem em direção ao meu rosto, com o sangue escorrendo majestosamente por ela. Minha língua encosta no pulso e sobe dele pelas costas da mão, pela extensão até as pontas dos dedos, vai até o cabo da faca e enfim chega à ponta. Eu sinto um arrepio e a ânsia de vômito, não dá, não vou mais aguentar. Eu subi as escadas às pressas e vomitei no banheiro. Puta que pariu.

Síndrome de Eu e Você • Pjm+JjkOnde histórias criam vida. Descubra agora