Capítulo II

1 1 0
                                    

Era umas 6:00h, o sol estava nascendo, Matis e Manoel estavam na mesa comendo seus cafés, o mais velho comia pão com presunto e queijo, acompanhado de um cafezinho, já mais novo, em um pote tinha morangos, banana, melancia e laranja com um potinho de iogurte natural e um copo de água.

Eles conversaram e concluíram que conversariam com um homem chamado André,um homem do 12⁰ andar, apartamento 57⁰, vivia sozinho, mas sempre recebia visita de sua filha, Ana, já que ele necessitava dela por andar de cadeira de rodas, o homem tinha esclerose múltipla, uma doença em que o sistema imunológico ataca a cobertura protetora de nervos, e, com as lesões nos nervos, causam distúrbios na comunicação entre o cérebro e o corpo.

Os dois eram bem próximos, enquanto Ana não chegava, Cleber o levava para o terraço para clarearem a mente.

Os dois irmãos terminaram de comer e foram tomar banho, depois de tudo feito, foram em direção ao apartamento 57⁰, para conversarem sobre o morto.

Caminhando pelo corredor, parecia tudo quieto, aquele andar acabara de ter uma vítima ali, o quarto do falecido estava com faixas amarelas, mostrando para não entrar.

Bateram na porta, demorou alguns segundos até que André apareceu, abriu a porta e convidou- os para entrar.

   - Bom dia senhor André! Tudo bem? Podemos conversar com você?- Manoel começou a falar.
   - Oh! Estou bem sim! Deixe me adivinhar... É sobre Cleber?
   - Sim! É sobre ele mesmo. Queremos perguntar se ele estava estranho esses últimos tempos, se ele não saia ou algo do tipo.- Disse Matis.
   - Não! Ele não tava diferente não. Me levava normalmente para o terraço, conversávamos e ficávamos olhando para a paisagem.
   - Entendi!- Exclamou Manoel - Bom senhor, então está tudo certo, bom obrigado pela atenção, tchau!

Os dois irmãos saíram do apartamento e foram em direção ao seu apartamento, enquanto isso acontecia, Ana chegava na casa de seu pai, arrumava o lugar e o levava para o terraço.

Chegando lá, ficaram em uma das mesinhas, ali em frente ficava a piscina do hotel e do outro lado, ficava uma espécie de estufa, onde se plantava flores e frutas terrestres.

Andre olhava em sua volta, não podia andar, correr, pular ou pior ainda, nadar!

Seu André era um nadador muito bom a sua adolescência e foi melhorando ainda mais até sua fase adulta, quando começou a ter problemas em um ato muito simples, estralar os dedos!

Depois foi ao hospital e descobriu que tinha esclerose múltipla, sua vida mudou completamente, teve que parar de praticar natação, não conseguia arranjar outro emprego, teve que ficar em casa, deprimido, até que sua esposa morreu, não teve o que fazer e mudou para perto da filha.

Estava observando a vista quando percebeu algo de errado, Ana estava meio longe dele pegando água para os dois, sentia um frio percorrer todo seu corpo, olhou para o lado e não acreditava no que olhava.

Um esboço totalmente preto, todo borrado, parecendo que uma criança colocou o dedo na tinta preta e pincelou no papel, uma nuvem negra.

Estava totalmente aterrorizado, tentou gritar e se mexer, mas não conseguia, viu aquela nuvem se aproximar e sentiu sua cadeira se mover em direção a piscina.

Tentou chamar sua filha, mas não conseguiu, então em poucos segundos, caiu na piscina, como não conseguia se mover juntamente com o fato da cadeira estar em cima dele, começou a se afogar.

Ana virou-se para trás e viu seu pai se afogando, sem pensar 2 vezes, pulou imediatamente para salva-lo, desesperada segurou seu pai, mas... Não conseguia voltar, sentia uma força maior sobre ela, como se alguém estivesse a segurando embaixo da água.

Com os dois irmãos...

   - Matis, lembra que Seu André disse que iam no terraço, podemos ir lá ver alguma pista.
   - Oh! Sim, claro, vamos agora ou depois?
   - Agora, vamos lá!

Manoel foi para porta e esperou Matis o acompanhar, foram para o terraço na esperança de encontrarem uma pista sobre o morto, mas se depararam com outra coisa, os corpos de Ana e André boiando na piscina.

Horrorizados, Manoel ligou para a polícia e Matis ligou para o dono do hotel enquanto retirava- se do ambiente, odiava ver corpos daquele jeito, e seu irmão o conhecia muito bem.

Os policiais chegaram, retiraram os corpos e perguntaram para os detetives o que eles sabiam sobre, os dois responderam na hora que iriam ver os vídeos das câmeras.

Voltaram para o apartamento atordoados.

   - Manoel, você acha que mais alguém vai morrer? Tipo, você sabe que...
   - Eu sei disso, e pode ficar despreocupado, se acontecer novamente você sai do local, eu cuido de tudo, agora só vamos esperar o vídeo da câmera de segurança ok.

Os irmãos se sentaram no sofá esperando o vídeo chegar, quando a notificação chegou, viram o que realmente aconteceu.

Assustados, visualizaram uma fumaça preta os empurrando os dois para o fundo da piscina, começaram a escrever seus relatórios e depois foram dormir, mas quem disse que conseguiram dormir depois da cena em que presenciaram naquela tarde.

O HotelOnde histórias criam vida. Descubra agora