Capítulo 11

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O caos gerado por Ingridlar se proclamou

O pesar pelas vidas perdidas, enfim soou

A arena, outrora vibrante e animada, agora se via envolta em um turbilhão de caos e desespero. As cortinas mágicas da mascarada se fecharam, revelando uma devastação que até então não havia sido testemunhada. A multidão, agora consciente de que a mascarada era a escolhida de Ingridlar, estava repleta de choque e horror. Seus olhares perdidos fixavam-se nas sombras das tragédias recentes, onde a vida tinha sido brutalmente extinta. A morte não tinha escolhido apenas os druidas locais, mas até mesmo respeitados líderes de guerra que estavam presentes para assistir a performance de Simon. O valor dessas perdas era incalculável para todas as raças presentes. O abismo entre o poder de Simon e o da mascarada criava uma sombria premonição de que as trevas que outrora haviam consumido Driilf estavam à espreita, prontas para ressurgir.

Inconsciente da devastação que se desenrolava na arena, Simon era levado por um enfermeiro, guiando-o por entre o caos e a agitação. Ele foi transportado para a enfermaria do local, onde os feridos eram atendidos com urgência. No turbilhão de gritos de dor e murmúrios angustiantes, uma figura se destacou: uma Layker envolta em aura de luz. Seus passos eram firmes e determinados, e sua expressão era de foco absoluto. Ela começou a avaliar os feridos, empregando suas habilidades curativas com precisão.

Quando a Layker chegou perto de Simon, sua mão estendeu-se delicadamente sobre ele. "Ele não sofreu ferimentos físicos graves", comentou com Emilly, que havia se aproximado com expressão preocupada. "Parece ser mais uma questão de choque ou queda de pressão devido ao incidente." Sua voz era serena, ecoando como um refrão harmonioso em meio ao tumulto.

Emilly respondeu com gratidão em seus olhos e fez uma pequena reverência, expressando sua apreciação pela ajuda da Layker. Logo após a partida da curandeira para atender os demais feridos, Simon começou a se debater suavemente e, finalmente, seus olhos se abriram, encontrando um cenário de almas feridas e gemidos de dor.

Um eco angustiante reverberou nos recantos da mente de Emilly, um lamento repetitivo que ressoava: "Minha culpa... minha culpa... minha culpa...". Suas palavras escapavam como sussurros involuntários, uma névoa densa de ansiedade que a envolvia em garras afiadas. A agitação do ambiente parecia ecoar sua tormenta interna. Nem mesmo percebeu quando o sobressalto de Simon que despertava rompeu o silêncio da noite.

A voz dele cortou a escuridão como uma lanterna, e seus olhos se encontraram com os dela. O que Simon testemunhou o deixou momentaneamente sem palavras. Os olhos normalmente vivos e cheios de luz de Emilly estavam agora nublados, refletindo uma tempestade interna.

Lágrimas prateadas deixavam trilhas sinuosas em suas bochechas, uma expressão crua de sua agonia. As palavras que brotaram de seus lábios tremiam sob o peso de sua carga emocional. "Me desculpe, Simon", sua voz era frágil, quase sufocada pelo peso da culpa que ela carregava. Cada sílaba era como um fardo, uma confissão amarga de responsabilidade.

Então, as comportas se abriram, e suas palavras fluíram como torrentes incontroláveis de autodepreciação e dor. "Tudo foi minha culpa... todas aquelas vidas perdidas... culpa minha." As palavras pareciam ser arrancadas de suas profundezas, como se sua alma estivesse exposta em carne viva.

O tremor em sua voz, o embargamento das palavras, tudo ecoava a batalha que se desenrolava dentro dela. Cada respiração era um esforço, cada palavra um passo incerto em solo instável. A tensão no ar era tangível, uma melodia dissonante reverberando por todos os cantos da sala.

A crise de ansiedade que tomava conta de Emilly era como um turbilhão, prestes a arrastá-la para um abismo de autocrítica e desespero. Simon, testemunha dessa tempestade emocional, sentiu-se impotente diante da intensidade da dor que ela irradiava. Ele a envolveu com um abraço acolhedor, buscando ser o ponto de ancoragem em sua tempestade emocional.

Chamas de Driilf: O Despertar do HeróiOnde histórias criam vida. Descubra agora