Chamas de Driilf: O Despertar do Herói

Epílogo

Cinco efêmeros crepúsculos tinham dançado sobre o horizonte desde a sublime revelação da escolhida de Ingridlar, e ele tinha testemunhado a crescente exuberância do poder que ela tinha demonstrado, um poder que transbordava em uma sinfonia de maldade e poder. Simon se encontrava agora à beira de um novo crepúsculo, pronto para continuar sua jornada na direção da misteriosa terra onde o poder era provindo da mente, diferente de onde estava, onde os poderes eram provindos da natureza.

Enquanto as horas cintilavam como estrelas fugazes no céu noturno, Simon relembrava os momentos em que testemunhara os feitos maléficos da escolhida. Cada imagem, cada instante que esteve perto dela, permaneciam gravados em sua memória como pesadelos incessantes. Ela era uma revelação viva, uma sinfonia de potencial caótico desabrochando, e ele sentia a eletricidade do futuro pulsando em suas veias.

Entretanto, ele compreendia que sua jornada estava longe de terminar. Rumo à terra onde o pensamento detinha o trono, Simon vislumbrava a necessidade imperativa de buscar seu próximo aliado. Este aliado, resplandecente em sua pertença à realeza de Driilf, representava a base do poder mental, as mentes regentes que mantinham a ordem em um reino onde as palavras eram espadas e os sonhos, realidade. Estava prestes a adentrar em outra região do mundo onde as artes da mente eram esculpidas com maestria, e ele ansiava encontrar seu aliado real.

A noite era um manto de estrelas cintilantes que assistia, atenta, à preparação de Simon. Ele respirava profundamente, sentindo a brisa noturna beijar seu rosto enquanto se envolvia nas vestes que o protegeriam naquele domínio que logo deixaria para trás. O coração de Simon pesava como uma estrela desgarrada da galáxia, uma tristeza profunda que se infiltrava em sua alma.

"Preparado?", indagou Emilly, sua voz suave rompendo o silêncio que o envolvia.

Simon ergueu os olhos, seus olhos repletos de uma tristeza que refletia a escuridão de sua alma. "Não sei se vou ser capaz de defender as pessoas novamente", sussurrou ele, as palavras escapando de seus lábios como folhas secas levadas pelo vento.

Emilly se aproximou, buscando consolá-lo com um toque de esperança. "Estamos indo para Psiquem para ampliar seus poderes", explicou ela com ternura. "Quando encontrarmos seu aliado, você receberá o poder da casa que lhe for destinada. Assim como aconteceu antes, você deve estar sonhando com um vulto que conversa com você, não é? Um vulto que representa ele."

Simon assentiu com um gesto abatido, os olhos ainda cheios de dúvida e insegurança. "Mas eu não tenho ideia de onde procurá-lo. Com você, tive a sorte de que você estava na vila onde cheguei, o que facilitou muito minha busca. Mas não creio que isso vá acontecer novamente. Podemos demorar meses para encontrá-lo", desabafou, a angústia ecoando em sua voz.

"Você consegue conversar com ele através de seus sonhos, não é?", perguntou Emilly, buscando uma faísca de otimismo. "tente tirar informações dele, talvez consiga alguma coisa que ajude a localizá-lo".

Simon concordou com a cabeça, mas suas palavras revelavam a complexidade do desafio que tinha pela frente. "Mas isso será difícil. É complicado tirar informações desse tipo nos sonhos."

Emilly lhe lançou um olhar determinado, seu rosto iluminado pela esperança. "Tudo bem, vamos conseguir encontrá-lo. Não se preocupe."

Ela pegou sua própria bagagem e continuou: "Tenho alguns contatos em Psiquem que podem ajudar. Conheço um conde que concordou em nos hospedar. Ele pertence à casa Tistus e pode ajudá-lo com os sonhos."

"Casa Tistus?" Simon perguntou, a curiosidade cintilando em seus olhos.

Emilly sorriu, pronta para desvendar um novo mundo a ele. "Diferente dos druidas, os reis e rainhas são divididos em casas, como se fosse uma hierarquia. Cada um deles possui uma casa que lhe confere um poder mental específico. Mas quando chegarmos lá, eu explicarei tudo com detalhes."

"Espera, se vamos para Psiquem, eu vou poder ver minha irmã novamente", exclamou Simon, uma centelha de animação acesa em seus olhos, deixando de lado a tristeza que o havia consumido por tanto tempo. "Faz tempo que não vejo a Bella."

Emilly assentiu com firmeza. "Podemos procurá-la assim que chegarmos", afirmou, seu sorriso irradiando esperança. "Agora, precisamos nos apressar. Há uma carruagem do outro lado da fronteira nos esperando para nos levar ao local onde ficaremos."

Simon, entretanto, não podia partir sem se despedir dos amigos que fizera durante sua estadia. Ele correu pela casa e, ao se aproximar da carruagem, surpreendeu-se ao encontrar Darlan, Gaspar e Ídris ali, ao lado do veículo que os levaria até a fronteira.

"Parece que hoje foi seu último dia se hospedando na minha casa", comentou Darlan, um triste sorriso desenhado em seu rosto.

Simon abaixou a cabeça em sinal de gratidão. "Desculpe por qualquer incômodo que eu tenha causado."

Darlan, com seus olhos gentis, falou com um caloroso tom de despedida. "Que nada, foi bom fazer um novo amigo. Espero vê-lo outras vezes antes da batalha final."

Simon abraçou Darlan com gratidão, sentindo a conexão e a amizade que tinham formado durante sua estadia. "Vou tentar voltar aqui de vez em quando."

Ídris, o Ancião com sua sabedoria milenar, sorriu com expectativa. "Sua jornada está apenas começando, pequeno lobo."

Simon assentiu, comprometendo-se a aprender e crescer ainda mais. 

"Se precisar de qualquer conselho, você só precisa me enviar uma carta. Eu lhe responderei o mais rápido possível." Ídris apertou a mão de Simon com um olhar cheio de sabedoria.

"Pode contar comigo. Enviarei muitas cartas pedindo meus conselhos. Ainda tenho muito a aprender." Simon respondeu ao Ancião, sabendo que precisaria de seus conselhos.

Simon agradeceu a Gaspar, reconhecendo a ajuda inestimável que ele fornecera. "Obrigado por sempre ajudar a contactar Ídris. Sou grato por toda ajuda que você deu."

Gaspar apertou a mão de Simon com um sorriso de satisfação. "Foi um prazer poder fazer parte da jornada do escolhido por Reladris."

Emilly surgiu, carregando suas malas, enquanto Cotton, sua fiel companheira coruja, fazia o mesmo com as de Simon.

"Já está na hora de irmos", anunciou ela. "Foi um prazer conhecê-los." Seu sorriso irradiava calor e gratidão, direcionado a Darlan, Gaspar e Ídris.

"O prazer é nosso", respondeu Ídris com um olhar de amizade.

"Até a próxima vez que nos encontrarmos", disse Simon, acenando para os amigos que deixava para trás. Ele pegou suas malas das patas de Cotton e as colocou no compartimento da carruagem.

Com um último aceno, Simon e Emilly embarcaram na carruagem, deixando para trás a casa onde haviam encontrado amizade e orientação. Enquanto o veículo avançava em direção à fronteira entre a região druida e a região da realeza de Driilf, uma sensação de despedida, embora acompanhada de esperança, pairava no ar, como é de costume em todas as despedidas.

Continua...