Capítulo 5

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  A noite já rondava Seul, e o vento fazia com que as pessoas nas ruas estivessem totalmente agasalhadas, o inverno estava próximo.

Porém, no meio de uma multidão um jovem se encontrava com apenas o fino uniforme escolar, este manchado pela sujeira do chão e com algumas gotas de sangue que pingaram de seu rosto machucado. Ele andava em passos lentos pela calçada da avenida movimentada, até que finalmente parou em frente ao corrimão da ponte, inclinando um pouco a cabeça observando a água quase congelante e escura. Um arrepio subiu por toda sua espinha, fazendo com que seus lábios tremessem ainda mais. Fechou os olhos por um longo instante, sentindo sua mão congelar ao encostar contra o ferro frio, em seguida olhou à sua volta, observando as pessoas passando apressadas, até que sua atenção foi tomada por um homem na beira da calçada, seu corpo estava tão tenso quanto o seu, indiferente ao frio. Notando o movimento de seu pé, apenas deixou que seu corpo se aproximasse do homem rapidamente, tomando sua mão instantaneamente.

O garoto não disse nada, apenas permaneceu encarando a rua movimentada, o homem cessou o passo e também permaneceu em silêncio, apenas observando o garoto que continha um sorriso gentil, contrastando com o rosto todo machucado.

Assim que o sinal fechou, o garoto atravessou a rua junto do homem e os dois se dirigiram até um banco onde se sentaram em silêncio.

Após um longo tempo o menino finalmente falou:

- Eu pensei em me matar hoje. Em pular daquela ponte. Então vi você encarando a rua. Era óbvio o que ia fazer. Sabe o que é engraçado... Por mais movimentada que a rua estivesse e por mais óbvias que fossem nossas intenções, ninguém ia parar. Todos iam seguir suas vidas e fingir que não viram nada... Eu não queria morrer sabendo que sou igual a eles...

- Você não é...

- Que bom. - Ele sorriu - Você também não, poderia ter largado minha mão e continuar andando.

- Talvez no fim eu não tinha certeza se queria morrer.

- Eu também não... Vamos fazer um acordo?

- Qual?

- Por mais difícil que a vida esteja, não vamos desistir, vamos seguir em frente. Mas vamos parar se alguém precisar da nossa ajuda. Me promete?

- Prometo...

- Certo.

Nesse momento os dois sorriram, um sorriso melancólico, porém igualmente grato. O garoto foi o primeiro a se levantar e se despediu com um sorriso gentil. O homem permaneceu sentado no banco vendo o garoto se afastar.

O menino não sabia, mas aquele homem jamais esqueceria de seu rosto e da promessa que lhe fez.

...

Yejun acordou com lágrimas nos olhos, reviver aquele momento havia aberto um buraco em seu peito, mas por algum motivo estava feliz, talvez em saber que o homem seguiu com a promessa ou então saber que aquele homem era Min Jae. Limpando o rosto observou o cobertor sobre si e ouviu o barulho da comida sendo preparada na cozinha. Se levantou e foi em direção a mesma, encontrando o mais velho.

- Está de pé? Tome um banho, a comida está quase pronta. - Min Jae disse, logo voltando a atenção a comida com um sorriso doce.

O mais novo apenas ignorou suas palavras e foi em direção a ele, assim que Min voltou a olhá-lo o rapaz apoiou suas mãos no ombro do homem e aproximou seu rosto, selando seus lábios delicadamente.

Assim que se afastaram, Yejun soltou uma risada tímida e encarou o chão com um sorriso e as bochechas coradas, Min Jae por outro lado, permaneceu um instante em choque assimilando o que acabou de acontecer. No instante seguinte sorrindo e levando sua mão até o pescoço do menor, o puxando para perto de si e novamente selando seus lábios, logo iniciando um beijo suave.

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